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O que fez o Aerosmith retomar sucesso com “Permanent Vacation”, segundo Tom Hamilton

Para o baixista, método de trabalho do produtor Bruce Fairbairn foi decisivo no resultado obtido

O Aerosmith é o raro caso de banda que teve dois auges de popularidade. Após se consagrar como um dos maiores grupos de hard rock nos anos 1970, o quinteto foi ao fundo do poço, passou por perrengues, mudou formação e se reuniu para voltar ao estrelato.

Porém, a situação não foi nada fácil. Em entrevista de 1995 à Bass Player, o baixista Tom Hamilton refletiu sobre o período que culminou nas saídas dos guitarristas Joe Perry e Brad Whitford – respectivamente substituídos por Jimmy Crespo e Rick Dufay.

“Foi um alívio quando nos separamos. E quando olho para trás, percebo como o ambiente estava contaminado. Cancelamos o resto da turnê e eu realmente me senti bem com isso. Esse era o tipo de confusão e desorientação que eu estava sentindo naquele momento. Não me interprete mal, estar na banda era incrível. É que agora me sinto muito mais confortável em subir no palco e me divertir sem sentir que preciso estar bêbado para fazer meu trabalho.”

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O período rendeu apenas um álbum, “Rock in a Hard Place” (1982). Apesar de não contar com a mesma admiração dos clássicos, o disco até que possui uma base fiel de admiradores. Mesmo assim, não era a mesma coisa.

“Eu vi que Steven não estava pronto para criar o mesmo vínculo com Jimmy Crespo que ele tinha com Joe. Jimmy era brilhante. Ele criou ótimos riffs e tinha muito conhecimento musical, além de ser muito bom tecnicamente – mas não acho que Steven estava pronto para abrir mão e deixar a criatividade entre eles acontecer.”

A volta ao topo

Sendo assim o retorno da formação clássica era inevitável – até porque Perry e Whitford não obtiveram resultados melhores sem os colegas. A primeira tentativa, com “Done With Mirrors” (1985), não surtiu o resultado esperado. Porém, “Permanent Vacation” (1987) estourou, amparado pelo sucesso da versão do Run-DMC para o hino “Walk This Way”, lançado pouco antes.

“Em ‘Permanent Vacation’, trabalhamos com o produtor Bruce Fairbairn, que era uma influência muito exigente, focada e objetiva. Ele estava lá para garantir que as condições fossem adequadas para deixar a criatividade acontecer, tinha a capacidade de nos fazer tocar melhor do que jamais pensávamos.”

Mesmo assim, Tom não vê a retomada do sucesso como um mar de rosas.

“Esse período foi desafiador e emocionante para mim, mas também foi doloroso. Não havia muitas oportunidades de experimentar coisas diferentes e fora do comum. A banda tomou a decisão de que queríamos nos restabelecer e isso era prioridade.”

Aerosmith e “Permanent Vacation”

“Permanent Vacation” foi o primeiro disco do Aerosmith a contar com a colaboração de compositores externos, como Desmond Child, Jim Vallance e Holly Knight. Impulsionado por hits como “Angel” e “Rag Doll”, vendeu mais de 5 milhões de cópias.

Segundo single, “Dude (Looks Like a Lady)” experimentou sucesso posterior em 1993, ao entrar na trilha do filme Mrs. Doubtfire – Uma Babá Quase Perfeita, como é conhecido no Brasil.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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