Após a morte, Rita Lee queria ser cremada e não sepultada. A rainha do rock brasileiro, que faleceu no início deste mês aos 75 anos, teve o pedido atendido – numa cerimônia particular em Itapecerica da Serra – e justificado em nota como “uma vontade” da cantora.
No mais recente livro de memórias “Rita Lee: Outra autobiografia”, lançado ao público nesta semana, ela explicou o porquê do desejo envolvendo a cremação. Segundo Rita (via Veja), o amplo espaço físico utilizado pelos cemitérios deveria ser destinado a pessoas vivas e não o contrário.
“Desta vida não escaparemos com vida. Acho que túmulos ocupam o lugar de pessoas vivas, e que cemitérios poderiam virar parques e praças, quem sabe.”
Em seguida, ela brincou que gostaria de ter suas cinzas jogadas na própria horta de casa para transformar-se “numa alface suculenta”. Ainda, no típico humor Rita Lee, citou discos-voadores.
“A verdade é que eu queria mesmo é ser abduzida por um disco voador e sumir sem maiores explicações.”
Em “Rita Lee: Outra autobiografia”, a cantora relata com detalhes sua batalha contra o câncer de pulmão. Anunciada em março deste ano, a publicação saiu estrategicamente no dia 22 de maio, o dia de Santa Rita de Cássia – data escolhida por Rita para ser seu “aniversário”, como contou durante entrevista ao Fantástico em 2020.
Por meio do Instagram do filho João Lee, em julho do ano passado, a cantora revelou que preparava um novo livro autobiográfico. De certa forma, a obra continua a história contada pela artista em “Rita Lee: Uma autobiografia” (2016).
Sobre Rita Lee
Nascida em 31 de dezembro de 1947, em São Paulo, Rita Lee Jones sempre fez jus ao título de “rainha do rock brasileiro” – o qual ela revelou considerar “cafona”. Irreverente, provocadora e dona de um talento acima da média para cantar e compor, ela se destacou inicialmente à frente dos Mutantes, uma das mais importantes bandas do país, ainda na década de 60.
O trio, completado por Sérgio Dias e Arnaldo Baptista, surgiu como resultado de alguns grupos adolescentes que foram se unindo e perdendo membros. Com sua formação original, o grupo durou até 1972, quando Rita Lee foi expulsa da banda por Baptista, com quem também havia encerrado um casamento.
Já em carreira solo, nos anos 1970, acompanhada pela banda Tutti-Frutti, Rita Lee continuou em alto nível, lançando hits e álbuns bem-produzidos. Arrumou uma nova parceria na música e na vida na figura de Roberto de Carvalho, com quem se casou e teve três filhos. Junto, o casal compôs e produziu músicas exaustivamente reproduzidas nas rádios e nas trilhas sonoras de novelas também na década de 1980.
A partir dos anos 1990, Rita Lee seguiu sozinha, embora não tenha se separado de Roberto na vida conjugal. Foi um período mais experimental, no qual também celebrou sua carreira até aquele momento em grandes turnês. A cantora se aposentou dos palcos em 2012, passando a viver uma vida reclusa, dedicada à escrita e à causa dos animais, com aparições públicas cada vez mais raras.
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