Gravada em 1968 e incluída no trabalho homônimo dos Beatles – o popular “The White Album” –, a música “Helter Skelter” foi evitada por Paul McCartney em seus shows por vários anos. Tudo porque a seita assassina do psicopata Charles Manson “sequestrou” a canção e seu significado, alegando que ela justificava suas atrocidades.
A promotoria de Los Angeles, que liderou a acusação de Manson e quatro dos seguidores que agiram sob suas instruções em assassinatos que incluíram o da atriz Sharon Tate, revelou que Charles disse a seus seguidores que várias canções do Álbum Branco, particularmente “Helter Skelter”, faziam parte da profecia codificada dos Beatles de uma guerra apocalíptica racial.
Macca sempre deixou claro que a letra tratava dos altos e baixos da vida.
“Em um minuto você está de pé, no minuto seguinte é derrubado. Você está se sentindo eufórico, logo a seguir está se sentindo miserável. É a natureza da vida.”
Na versão impressa de “The Beatles Anthology” (via Showbiz CheatSheet), o músico falou sobre a interpretação de Manson:
“Ainda não sei o que é tudo isso; é da Bíblia, ‘Revelações’. Mas ele interpretou a coisa toda de forma a ter que sair e matar todo mundo. Foi assustador, porque você não escreve músicas por esses motivos.”
A música entrou no repertório de Paul McCartney apenas a partir de 2004. Desde então, de acordo com o Setlist.fm, foi executada 315 vezes ao vivo – até o momento desta publicação.
Beatles, “Helter Skelter” e heavy metal
“Helter Skelter” é considerada uma das primeiras músicas a incorporar elementos do que viria a ser conhecido como heavy metal nos anos subsequentes. Inspirada em “I Can See For Miles”, do The Who, a composição teve como objetivo fazer o quarteto soar o mais alto e sujo possível.
A morte de Charles Manson
Charles Manson morreu em 19 de novembro de 2017, de problemas cardíacos agravados por um câncer de cólon diagnosticado pouco tempo antes. À época, ele seguia detido em um presídio na cidade de Cocoran, na Califórnia.
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