A organização do San Francisco (SF) Pride cancelou a participação de Dee Snider e o uso de “We’re Not Gonna Take It”, do Twisted Sister, como música oficial da edição 2023. O motivo foi o apoio público do vocalista a um recente tweet de Paul Stanley.
Na manifestação, o vocalista e guitarrista do Kiss declarou que algumas crianças estariam sendo confundidas sobre gênero e o básico da língua inglesa em nome da “aceitação”. O texto foi considerado transfóbico e recebeu uma enxurrada de críticas, incluindo algumas feitas por figuras conhecidas.
Diz o comunicado da organização do evento:
“A San Francisco Pride estava prestes a anunciar ‘We’re Not Gonna Take It’ do Twisted Sister como o grito de guerra não oficial do SF Pride Parade & Celebration deste ano, com o vocalista da banda Dee Snider cantando a música em nosso palco central. Dee sempre foi um defensor vocal dos direitos LGBTQ+.
No entanto, quando fomos notificados sobre o tweet no qual Dee expressou apoio à declaração transfóbica de Paul Stanley, do Kiss, ficamos com o coração partido e magoados. A mensagem perpetuada por esse tweet lança dúvidas sobre a capacidade dos jovens trans de se identificarem.
Pessoas transgênero, particularmente mulheres transgênero e crianças negras, são desproporcionalmente afetadas pelo ódio e pela violência. E com a transfobia se proliferando e se tornando cada vez mais consagrada na lei em todo o país – temos que defender os mais impactados entre nós.
Concordamos mutuamente em romper o combinado, mas apreciamos que Dee veja isso como um momento de aprendizado e um lembrete de que mesmo os aliados precisam ser educados para garantir que não estejam promovendo a transfobia casualmente. Para todos os nossos aliados – queremos incluí-los, não colocá-los para fora.”
A SF Pride acontece em San Francisco, Califórnia, Estados Unidos, no dia 25 de junho.
A publicação de Paul Stanley
No último dia 30 de abril, Paul Stanley publicou o seguinte texto:
“Meus pensamentos sobre o que estou vendo
Existe uma GRANDE diferença entre ensinar aceitação e normalizar e até mesmo encorajar a participação em um estilo de vida que confunde crianças pequenas a questionar sua identificação sexual como se fosse algum tipo de jogo e, em alguns casos, os pais permitem isso.
Existem indivíduos que, como adultos, podem decidir que a reatribuição é a escolha necessária, mas transformar isso em um jogo ou os pais normalizando isso como algum tipo de alternativa natural ou acreditando que porque um menino gosta de brincar de se vestir com as roupas de sua irmã ou uma menina em do irmão dela, devemos conduzi-los passos adiante por um caminho que está longe da inocência do que eles estão fazendo.
Com muitas crianças que não têm nenhum senso real de sexualidade ou experiências sexuais envolvidas na ‘diversão’ de usar pronomes e dizer o que se identificam, alguns adultos confundem erroneamente ensinar aceitação com normalizar e encorajar uma situação que tem sido uma luta para aqueles verdadeiramente afetados e o transformaram em uma triste e perigosa moda.”
Quatro dias mais tarde, tentou amenizar a repercussão:
“Enquanto meus pensamentos eram claros, minhas palavras claramente não foram.
Mais importante e acima de tudo, apoio aqueles que lutam com sua identidade sexual enquanto suportam hostilidade constante e aqueles cujo caminho os leva à cirurgia de redesignação. É difícil imaginar o tipo de convicção que alguém deve ter para dar esses passos.
Um parágrafo ou dois são curtos demais para explicar de forma completa meus pensamentos ou ponto de vista, então, vou deixar isso para outro momento ou lugar.”
O apoio de Dee Snider
Após a publicação original, Dee Snider comentou diretamente a Paul Stanley:
“Sabe de uma coisa? Houve um tempo em que eu ‘me sentia bonito’ também. Ainda bem que meus pais não tiraram nenhuma conclusão precipitada!”
Após ser alertado por fãs em relação ao conteúdo, declarou:
“Os pais precisam ser menos reacionários, sejam de direita ou esquerda. Não há necessidade de orientar a criança em nenhuma direção. Deixe-a descobrir por si mesmo, sabendo que sua família a apoia. Eu tive um pai policial durão que, mesmo balançando a cabeça de forma negativa muitas vezes, deixou eu fazer as minhas coisas.”
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