Contratante já ofereceu passagem extra ao Black Sabbath para levar vítima de sacrifício

Em entrevista de 1970, músicos relatavam que pessoas confundiam demais a realidade com o que eles cantavam – e era apenas o começo da carreira

Lançado em 13 de fevereiro de 1970, o álbum de estreia do Black Sabbath se concentrava de maneira forte na ideia de vender uma imagem controversa da banda. Com alta inspiração em temáticas satânicas e de terror, o disco não fazia questão de disfarçar que o objetivo principal era chocar e, assim, chamar atenção do público. Até o fato de ter saído em uma sexta-feira 13 não foi nada casual.

Porém, os próprios músicos não se sentiram confortável com o excesso de associação a temas tão polêmicos, ainda mais para os padrões da época. Em entrevistas de 1970 ao semanário musical NME e às revistas Sounds e Record Mirror, todas resgatadas pela Classic Rock, o quarteto tratou do assunto e fez de tudo para tentar desmistificar a questão.

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Guitarrista e único membro presente em toda a história do grupo, Tony Iommi foi o primeiro a se manifestar.

“Todo mundo pensa que somos um grupo de magia negra, mas apenas escolhemos o nome porque gostamos. Concordo que algumas das músicas do LP são sobre coisas sobrenaturais, mas isso é tudo. Não temos o hábito de tocar canções como essas.”

A situação fazia com que o músico temesse a primeira turnê pelos Estados Unidos.

“Estamos preocupados com esse rótulo de ‘grupo de magia negra’ na América. As pessoas podem levar a sério. Talvez mudemos algumas das letras das canções para não termos nenhum problema.”

O suposto satanismo do Black Sabbath

Já o baterista Bill Ward se aprofundou na questão da imagem vendida pela gravadora – e jogou a responsabilidade nas costas de outra banda.

“Nunca praticamos magia negra no palco. Na verdade, somos contra isso. Desde que nos tornarmos conhecidos, isso virou um problema. Passamos a ser colocados no mesmo patamar de bandas como o Black Widow. Eles praticam magia negra no palco, com rituais, matança e outras coisas.”

Ozzy Osbourne foi além e contou uma história que não sabemos ser verdade, mas ultrapassa qualquer limite do bom senso.

“Recentemente um promotor alemão nos reservou passagens aéreas de ida e volta para a banda e, se necessário, uma só de ida caso decidíssemos levar uma vítima de sacrifício. É algo que estamos tentando eliminar da nossa imagem. Queremos crescer com base nos méritos absolutos de nossa música. Não precisamos ter pessoas com cabeças de pássaros pulando nuas por todo o palco ou tentando invocar o diabo. Mas do jeito que as coisas estão no momento, alguns esperam que chamas saiam da capa do nosso próximo álbum!”

O fato é que o Black Sabbath jamais conseguiu tirar sua imagem por completo desse imaginário popular – assim como Ozzy em sua carreira solo. A banda encerrou atividades em 2015, mas segue sendo referência quando o assunto é a “capirotização” do rock.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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