Devido aos conflitos e separações constantes do Fleetwood Mac, em 1994, a banda saiu em uma turnê de verão com quase nenhum membro da formação clássica. Naquele ano, o baterista Mick Fleetwood e o baixista John McVie foram para a estrada junto dos substitutos Billy Burnette (guitarra rítmica/voz), Dave Mason (guitarra/voz, ex-integrante do Traffic) e Bekka Bramlett (voz) – Christine McVie permanecia como integrante, mas não participou da tour.
No caso, Bramlett, filha das lendas do rock Delaney e Bonnie Bramlett, ocupou a posição de destaque de Stevie Nicks. Ela conheceu Mick quando trabalhou no grupo solo do músico, Zoo. A colaboração levou a um convite para integrar o Fleetwood Mac.
Em recente entrevista à Rolling Stone, a artista destacou que, apesar de ter aceitado a proposta sem rodeios, sabia que seria temporário e arriscado – sobretudo pelo amor que os fãs sentiam por Nicks.
“Eu sabia que meu trabalho era trazer Stevie [que saiu em 1991] de volta. Eu não era idiota. Eu também sabia que era um trabalho perigoso quando aceitei, sabia o que estava enfrentando. Mas eu não queria ficar acanhada ou girar em círculos. Eu queria ser eu. Eu até pintei meu cabelo de castanho para que as pessoas nos assentos mais distantes soubessem que Stevie não estava ali. Não queria que ninguém ficasse desanimado ou decepcionado.”
Para deixar claro que não queria “roubar” o lugar da vocalista, Bramlett evitou cantar as músicas consideradas “marcas registradas” de Nicks, como “Rhiannon” e “Dreams”. Por um tempo, ela ainda apresentou “Landslide” ao vivo, até trocá-la por um cover de “Imagine”, do John Lennon.
“Eu não soava nada como ela (…). Não há como substituir Stevie Nicks, todo mundo sabe disso.”
Stevie Nicks e Bekka Bramlett se encontram
Em certa ocasião, as duas cantoras puderam se encontrar pessoalmente. De acordo com Bekka Bramlett, Stevie Nicks não parecia se importar muito com ela – o que, ao seu ver, era compreensível.
“Estávamos em um local chamado Cellar e Billy Burnette disse: ‘Stevie está chegando’. Eu estava loira e estava cantando a música ‘Travelin’ Band’. A primeira coisa que Nicks disse foi: ‘Ah, eu não sabia que ela era loira. E ela canta de forma muito exagerada’. Todos na mesa disseram a mesma coisa, então eu sei que é verdade. Mas tudo bem, eu ainda a amo. Ela provavelmente sentiu como se eu tivesse tirado o lugar dela – e eu entendo isso.”
A opinião de Mick Fleetwood
Como mencionado, Mick Fleetwood era um dos únicos membros da formação clássica durante a turnê de 1994. Em sua autobiografia “Play On: Now, Then, and Fleetwood Mac” (via Ultimate Classic Rock), lançada em parceria com Anthony Bozza em 2014, o baterista reconhece que a decisão de excursionar com outros músicos naquele ano não fez muito sentido.
“Acabamos com um monte de pessoas talentosas que tocavam bem, mas que não deveriam estar em turnê como Fleetwood Mac. Havia muitas peças essenciais faltando na banda, éramos totalmente diferentes, com apenas o baterista e baixista originais e nosso nome.”
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