J.K. Rowling não é só conhecida por ter criado o universo de Harry Potter. Nos últimos anos, a escritora e produtora cinematográfica esteve envolvida em uma série de polêmicas, principalmente por atitudes e comentários transfóbicos de sua parte.
Com a confirmação oficial de uma série sobre o universo dos bruxos de Hogwarts pela Max – streaming que une HBO Max e Discovery+ – nesta semana, a plataforma recebeu questionamentos a respeito dos comportamentos da britânica, que será a produtora executiva da novidade. Diferente do esperado, a empresa não quis ao menos se pronunciar.
Durante uma sessão de perguntas e respostas realizada no estúdio da Warner Bros (via Indiewire), o chefe de conteúdo da HBO Max, Casey Bloys, foi perguntado sobre a reputação controversa de Rowling e como isso poderia afetar a nova produção. Ele fugiu da dúvida e apenas respondeu:
“Eu não acho esse seja o lugar [para falar disso]. Essa é uma conversa que acontece na internet, muito sutil e complicada, e não é um tópico em que vamos entrar.”
Posteriormente, o profissional defendeu a participação da escritora na nova série, afirmando que os insights dela serão “úteis”, e que a maior preocupação de toda equipe é manter a essência dos livros na tela. O executivo disse:
“Nossa prioridade é o que está na tela. Obviamente, a história de Harry Potter é incrivelmente afirmativa e positiva e sobre amor e autoaceitação. Essa é a nossa prioridade – o que está na tela.”
Ainda não há data de estreia confirmada, nem elenco. Neil Blair e Ruth Kenley-Letts também atuarão como produtores executivos.
Histórico de transfobia de J.K. Rowling
Em junho de 2019, J.K. Rowling seguiu no Twitter a youtuber Magdalen Berns, abertamente contrária aos direitos da população trans. Meses depois, em dezembro do mesmo ano, a autora apoiou publicamente uma mulher que perdeu o emprego após postar na internet que as pessoas não deveriam poder alterar seu sexo biológico.
Então, em junho de 2020, a escritora fez uma série de tweets problemáticos a respeito da comunidade trans. Primeiramente, ela criticou uma matéria que, como forma de inclusão, trazia no título o termo “pessoas que menstruam”. Para a britânica, a expressão estava equivocada, pois, em suas palavras, o correto seria “mulheres que menstruam”. Ela passou a sustentar o argumento de que não se pode negar o sexo biológico de alguém, dizendo:
“Se o sexo não é real, não há atração pelo mesmo sexo. Se o sexo não é real, a realidade vivida pelas mulheres globalmente é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo tira a capacidade de muitos de discutir suas vidas de maneira significativa. Não é expressar ódio falar a verdade.
A ideia de que mulheres como eu, que têm empatia por pessoas trans há décadas e que sentem afinidade por elas, por serem vulneráveis à violência masculina do mesmo modo como as mulheres, ‘odeiam’ pessoas trans porque pensam que sexo é real e vivem as consequências disso é um absurdo.”
Poucos dias depois, Rowling publicou um longo texto em seu site, mais uma vez explicando o seu “ponto de vista”. No artigo, ela mostrou-se contrária ao uso de banheiros femininos por mulheres trans.
“Eu quero que as mulheres trans estejam seguras. Ao mesmo tempo, não quero que as outras mulheres estejam menos seguras. Quando você abre as portas dos banheiros e vestiários para qualquer homem que acredite ou sinta que é uma mulher – como mencionei, os certificados de confirmação de gênero podem ser concedidos sem qualquer necessidade de cirurgia ou hormônios – então você abre a porta para todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a simples verdade.”
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