Roger Waters explica por que regravou “The Dark Side of the Moon”

Músico garante que a ideia não é substituir o original, mas mostrar como elas soam na sua voz aos 79 anos e reabordar mensagem política e emocional da obra

Recentemente, Roger Waters anunciou ter realizado uma regravação do álbum “The Dark Side of the Moon”, clássico do Pink Floyd que completou 50 anos recentemente. A notícia dividiu os fãs, com muitos entendendo que as eternas discordâncias do músico para com seus antigos colegas o tenha instigado a tomar tal decisão.

Porém, o próprio garante não ter sido essa a motivação. Em postagem nas redes sociais, o músico falou sobre como surgiu a ideia.

“Quando gravamos músicas da minha carreira de forma simplificada durante as Lockdown Sessions, o 50º aniversário do lançamento de ‘Dark Side of The Moon’ estava surgindo no horizonte. Ocorreu-me que o álbum poderia muito bem ser um candidato adequado para uma reformulação semelhante, em parte como uma homenagem ao trabalho original, mas também para abordar novamente a mensagem política e emocional dele.

Eu discuti isso com Gus (Seyffert, produtor) e Sean (Evans, cineasta). Quando paramos de rir e gritar ‘Você deve estar louco’ um com o outro, decidimos levar adiante. Estamos agora no processo de finalização da mixagem. Ficou muito bom e estou animado para que todos ouçam. Não substitui o original que, obviamente, é insubstituível. Mas é uma maneira de um homem de 79 anos olhar para trás, através dos 50 anos intermediários, nos olhos do homem de 29 anos e dizer, citando um poema meu sobre meu pai: ‘Fizemos o nosso melhor, mantivemos sua confiança, nosso pai teria ficado orgulhoso de nós’. E também é uma maneira de homenagear uma gravação da qual Nick, Rick, Dave e eu temos todo o direito de nos orgulhar.

Feliz 50 anos para #DarkSideOfTheMoon”

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A regravação de Roger Waters

Embora uma data oficial para o lançamento ainda não tenha sido confirmada, a ideia é que o trabalho seja disponibilizado em maio. O jornalista Tristram Fane Saunders, do The Telegraph, teve acesso ao material e explicou que a grande mudança são partes de spoken word por cima das faixas instrumentais, com Roger Waters declamando poemas. “Money” também ganhou uma versão com influência country. Já “Breathe” foi reimaginada com um groove mais lento.

Ao mesmo veículo, Roger concedeu uma entrevista onde anunciou o projeto. Na ocasião, declarou ter feito a regravação do material por ter sido o compositor. Autor do conceito, ele é creditado como responsável sozinho de todas as letras. Já a parte musical foi concebida de forma dividida: Roger fez três canções por conta própria e coassinou outras duas.

“Eu escrevi ‘The Dark Side of the Moon’. Vamos nos livrar desse negócio de ‘nós’. Claro que nós éramos uma banda, tinham quatro de nós, todos contribuímos – mas é meu projeto e fui eu que escrevi.”

Pink Floyd e “The Dark Side of the Moon”

Oitavo álbum de estúdio do Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon” é seu trabalho mais bem-sucedido, com cerca de 45 milhões de cópias vendidas mundialmente. Permaneceu 741 semanas consecutivas na parada norte-americana, entre 1973 e 1988.

O material foi desenvolvido em performances ao vivo, com boa parte sendo executada nos palcos antes mesmo das gravações. Foi concebido como um trabalho conceitual focado nas pressões enfrentadas pela banda e os problemas de saúde mental do ex-membro Syd Barrett, que deixou o grupo em 1968.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. Amigos floydianos, The Dark Side of the Moon é um marco na história da música, inegável, no entanto é Wish You Were Here aquele em que Syd Barrett está mais presente como inspiração.
    por outro lado, é com The Wall que Roger transmite emocionalmente a sua própria vida a todos nós.
    Escrever bem é importante, mas com conhecimento de causa também é.

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