Quando os Beatles encerraram atividades, a banda já não se apresentava ao vivo há 4 anos – exceção ao icônico mini concerto no telhado da Apple. Parece pouco de acordo com os padrões atuais, mas era uma eternidade no período de existência do grupo.
Sendo assim, Paul McCartney não tinha certeza se a volta aos palcos em uma nova realidade seria o correto. Em depoimento ao livro “In the Lyrics: 1956 to the Present” (resgatado pelo Cheat Sheet), o filho mais ilustre de Liverpool refletiu sobre seus sentimentos.
“Fiquei me perguntando: ‘Vou parar agora?’ Os Beatles foram tão maravilhosos e abrangentes, tão bem-sucedidos. Devo parar e procurar outra coisa para fazer? Mas eu refleti e respondi a mim mesmo: ‘Não. Eu gosto muito de música, então seja lá o que for, será o que farei.’”
Ver Johnny Cash na TV em uma noite de 1971 inspirou Paul a seguir em frente. Ele achou divertido o que o icônico artista e sua banda faziam.
Apesar de estar com a esposa há apenas três anos e ter uma filha de um ano, Mary, Macca perguntou a Linda se ela gostaria de começar uma banda.
“Parecia que seria uma nova aventura divertida para nós. E ela disse: ‘Sim.’”
A realidade de uma nova banda
Paul surgiu com o nome Wings durante o nascimento da filha do casal, Stella.
“Foi um parto difícil e ela teve que ir para a terapia intensiva em uma incubadora. Fiquei no hospital, dormindo em uma cama de armar no quarto ao lado de Linda enquanto elas se recuperavam. Depois de situações como essa, sua mente entra em ação. Tinha pensamentos angelicais porque havíamos acabado de passar por uma emergência familiar. Então, a visão de um anjo com grandes asas veio até mim. O nome Wings (Asas) ficou na cabeça. Mas não seria The Wings, como The Beatles. Apenas Wings.”
E apesar de ser um dos músicos mais importantes do mundo, McCartney fez questão de encarar a realidade de uma nova banda. O Wings começou tocando no circuito alternativo de faculdades, com ingressos a preços irrisórios. No repertório, nada de Beatles, apenas as músicas do grupo. Só após algumas turnês que concessões passaram a ser feitas.
“Íamos aos grêmios estudantis e perguntávamos se podíamos tocar. Cobrávamos 50 pence a entrada (valor que hoje seria o equivalente a 3 reais e alguns centavos). Tínhamos 11 músicas e tocávamos todas. Às vezes chegávamos a repetir algumas. Com certeza tivemos performances ruins.”
Paul McCartney e Wings
Com o passar dos anos o Wings se afirmou, lançou álbuns referenciais e levou Paul de volta aos grandes palcos. Após mudanças de formação, o grupo se dissolveu na virada dos anos 1970 para os 80. Desde então, McCartney está consolidado como artista solo, ainda tocando músicas dessa época, assim como dos Beatles.
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