A pedido da Rússia, Roger Waters discursou na Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (8). A manifestação do músico ocorreu durante uma reunião do Conselho de Segurança da entidade.
A fala, transcrita pela Rolling Stone, foi em grande parte um ataque antiguerra. O artista condenou o complexo industrial militar com fins lucrativos e enfatizou o preço devastador da guerra, tanto para as pessoas quanto para o meio ambiente.
Como o assunto da reunião era a guerra em andamento na Ucrânia, Waters condenou a invasão e a classificou como ilegal. Mas também ressaltou:
“Foi um conflito provocado. Portanto, também condeno os provocadores nos termos mais fortes possíveis. Pronto, isso está fora do caminho.”
A Rolling Stone observa que em outra parte de seu relato, o ex-líder do Pink Floyd mencionou o “armamento do regime de Kiev por terceiros” e citou o país em inglês como “the Ukraine” em vez de apenas “Ukraine”. O uso de “the” é reprovado pelo governo local, pois era assim que o país era chamado durante a era soviética. Desse modo, algumas escolhas linguísticas pareciam refletir uma inclinação pró-Rússia.
Porém, o mote principal da fala foi pedir o fim da guerra na Ucrânia e de todas as guerras. Posicionando-se como uma voz para os “milhões sem voz”, Waters disse:
“Obrigado por nos ouvir hoje, somos muitos que não compartilham dos lucros da indústria de guerra. Não criamos nossos filhos e filhas de bom grado para fornecer forragem para seus cônegos. Em nossa opinião, o único curso de ação sensato hoje é pedir um cessar-fogo imediato na Ucrânia. Sem ‘ses’, sem ‘mas’, sem ‘es’. Não há mais uma vida ucraniana ou russa para ser gasta – todas elas são preciosas aos nossos olhos”.
Críticas à aparição na ONU
Diplomatas do Conselho de Segurança das Nações Unidas criticaram a aparição de Roger Waters quando foi anunciada. Um deles, ouvido pela Reuters, declarou:
“A diplomacia russa costumava ser séria. Qual é o próximo? Mr. Bean?”
O artista mencionou essa citação em seu discurso. Em tom de brincadeira, disse apostar que a referência ao Mr. Bean partiu de um inglês.
Roger Waters, David Gilmour e Polly Samson
Nos últimos dias, Roger Waters esteve novamente envolto em uma série de polêmicas após conceder declarações durante uma entrevista a um jornal alemão onde não concordava com a ideia de que os russos seriam os únicos errados no atual conflito.
A escritora Polly Samson, esposa de David Gilmour, o atacou publicamente com uma série de adjetivos endossadas pelo marido posteriormente.
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