Na segunda metade dos anos 1990 o nu metal se tornou o movimento de maior ascensão no segmento do rock pesado. Como sempre acontece quando um subgênero se transforma na grande novidade, os ataques de quem se recusa a abrir os olhos e ouvidos para recém-chegados também costuma ser violento.
Em uma entrevista realizada em 2017 pelo uDiscover, Kerry King falou abertamente sobre seus sentimentos à época. O guitarrista do Slayer ficou realmente desconfortável com a situação, especificamente por uma banda. A ponto de considerar o encerramento da carreira.
“Fiquei realmente incomodado. Eu não conseguia entender por que o Limp Bizkit era grande. Isso me afetou – eu não queria tocar música. Pensei: ‘Se esse é o caminho para o qual a música está indo, então f*da-se, eu odeio’. É por isso que Jeff Hanneman escreveu tanto do nosso álbum de 1998, ‘Diabolus In Musica’, que é muito funky para o meu gosto.”
Apesar de ter seus admiradores, o disco em questão é descrito de forma quase unânime como o pior do Slayer. Em declaração ao documentário Metal Evolution, do VH1 – com transcrição da Metal Hammer – King elaborou um pouco mais do que pensa sobre ele.
“Esse é o único álbum que eu realmente não prestei atenção suficiente porque eu estava realmente ressentido com o tipo de música que era popular. O nu metal parecia música de fraternidade de garotos. Talvez seja por isso que se tornou popular, eu não sei. Então ‘Diabolus’ não recebeu muita atenção de mim porque, você sabe, não mantivemos o foco. Olhando para trás, estávamos apenas dizendo: ‘tudo bem, como podemos fazer o Slayer se encaixar na sociedade de hoje?’ É provavelmente o disco que menos gosto da nossa história. É o nosso ‘Turbo’.”
A referência final é clara e óbvia a “Turbo”, álbum lançado pelo Judas Priest em 1986, que desagradou a base de fãs pela sonoridade mais acessível, acentuada pelo uso de sintetizadores. O disco teve bom desempenho comercial à época, mas não conta com o carinho de uma parte dos admiradores da banda.
*Foto: pitpony.photography / CC BY-SA 3.0
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