Dono de uma carreira mais que bem-sucedida, o baterista Carmine Appice está tendo dificuldades para lidar com a nova realidade da indústria. Em entrevista ao Music Biz Weekly Podcast (transcrita pelo Blabbermouth), o músico lamentou o estado atual do mercado.
“Não há mais dinheiro na composição e na venda de álbuns. Tenho todos esses discos de ouro na parede, ninguém mais os consegue. A única maneira de lucrar hoje é se você conseguir colocar uma música na Netflix ou em um filme. O negócio de streaming é ridiculamente inútil.”
Por conta disso, Carmine aderiu à prática cada vez mais comum entre os músicos com catálogo significativo e vendeu os direitos sobre sua obra.
“A razão pela qual fiz isso é porque não há mais royalties, se ganha muito pouco. Tudo foi para o streaming e eles estão roubando os músicos. Quando você fala sobre jovens, eles não têm chance – a menos que de alguma forma saibam como obter todos esses sucessos no YouTube. Não sei como fazer isso.”
Ele ressalta que não saberia o que fazer caso tivesse que iniciar uma carreira nos tempos atuais.
“Não sei como essas bandas aparecem e conseguem dois milhões de visualizações no YouTube, ou quatrocentas mil pessoas no Facebook e Instagram. Não tenho a menor ideia de como fazer isso. Meu negócio é sair em turnê, fazer shows e vender merchandising. Você recebe uma porcaria de dinheiro do Spotify. As gravadoras não vendem mais CDs. Elas podem vender um pouco de vinil, mas não há muito dinheiro nisso.”
Sobre Carmine Appice
Nascido no Brooklyn, em Nova York, Carmine Appice se destacou como integrante do Vanilla Fudge, um dos precursores do hard rock. Junto do baixista Tim Bogert, saiu para formar o Cactus, outro grupo seminal de sua época. Ainda com o colega, se juntou a Jeff Beck no BBA.
Trabalhou como músico de apoio de nomes como Rod Stewart, Ozzy Osbourne e Michael Schenker. Também gravou com Paul Stanley, Pink Floyd e Marty Friedman, entre outros.
No auge do hard rock oitentista, fundou o King Kobra, que se reuniu na década passada e segue na ativa. Também participou do Blue Murder, power trio com John Sykes e Tony Franklin.
Lançou uma série de discos solo, além do projeto Appice, com seu irmão e também baterista Vinny, conhecido por passagens pelo Black Sabbath e Dio.
Também foi um dos primeiros bateristas de rock a publicar um livro metodológico, com “The Realistic Rock Drum Method”, de 1972.
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