O papel de mestre de cerimônias e a responsabilidade de emprestar a interpretação para uma música faz com que a posição de vocalista acabe sendo a mais visada e debatida na maioria das bandas. Portanto, não é de se espantar que os titulares do posto sejam alvos das pedradas mais fortes – especialmente quando são os substitutos de nomes lendários. É o caso de Todd La Torre, frontman do Queensrÿche desde 2012.
O cantor teve a tarefa de ocupar o lugar que era do carismático e referencial Geoff Tate. Hoje, as críticas são quase nulas graças à qualidade dos discos que o grupo lançou desde então. Porém, a situação chegou a níveis extremos, como o próprio contou ao podcast Metal from the Inside (com transcrição do Blabbermouth).
“Já são 13 anos das pessoas fazendo comentários odiosos, contando o período que fui vocalista do Crimson Glory. Li as coisas mais terríveis que alguém pode imaginar. Como quando meu pai cometeu suicídio, em 2014. Alguém disse online que se tivesse um filho com uma voz como a minha também se mataria. Mas sabe o quê? Procuro sempre lembrar que esse tipo de coisa fala mais sobre a pessoa que publicou do que sobre mim. Talvez seja um músico frustrado e invejoso.
Mas sim, já recebi ameaças de morte, alguém dizendo que eu teria uma bala na cabeça no show seguinte. Notificamos as autoridades, pois há muitos malucos à solta por aí. Há fanáticos obcecados pelos mais variados tipos de coisa, o que é assustador. Só estamos fazendo música, qual o problema dessa gente?”
Mesmo assim, como dito anteriormente, a maioria das reações acaba sendo positiva. Com direito até mesmo a fãs que pedem desculpas.
“Já aconteceu de pessoas nos assistirem ao vivo e depois virem se retratar, dizendo que pensavam que a banda não existia sem Geoff Tate. Não acho isso necessário, nem as conheço. Mas elas sentem a necessidade de expressar isso. Hoje a maioria já me aceita, mas sempre vai ter o hater que ouve um preview de 15 segundos de uma nova música e já diz que não soamos como o Queensrÿche.”
Para Todd, o ambiente da internet contribui com essa onda de ódio sem freios.
“Acho que as pessoas simplesmente não têm mais nenhuma reserva. Todo mundo é rápido em reagir e dizer o que quiser online. Nunca falariam da mesma forma na minha cara. Eu tenho a pele muito grossa quando se trata desse tipo de coisa. Mas há momentos ocasionalmente em que penso: ‘Uau. Isso meio que doeu um pouco’. Dura cerca de 3 segundos. Então eu digo: ‘É apenas mais um indivíduo triste’. Se você tivesse a oportunidade que eu tive a aceitaria. Ninguém seria idiota de recusar.”
Queensrÿche e “Digital Noise Alliance”
O Queensrÿche lançou um novo álbum no último dia 7 de outubro. “Digital Noise Alliance” é o 16º trabalho de inéditas da banda, o 4º com La Torre nos vocais. Também marca a primeira vez que o baterista Casey Grillo (ex-Kamelot) grava com o grupo, embora já seja membro de turnês há anos.
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