Eddie Van Halen é considerado, com toda a justiça, um dos maiores guitarristas de todos os tempos. Porém, mesmo com o status de pioneiro, ele se mantinha atualizado com as criações dos colegas de profissão.
Em entrevista à Guitar World, Chad Kroeger, vocalista do Nickelback, trouxe à tona como Nuno Bettencourt (Extreme) descobriu que o músico do Van Halen, falecido em 2020, era um apreciador de seu trabalho no instrumento.
“Nuno estava trabalhando com o técnico de guitarra de Eddie Van Halen quando ele estava em hiato. Daí, Nuno começou a tocar ‘He-Man Woman Hater’ durante a passagem de som e o técnico disse: ‘Como você sabe esse riff? É um riff do Van Halen que nunca foi gravado!’ E Nuno ficou tipo: ‘O que você está falando?’ E o técnico disse que Eddie costumava tocar aquela música em toda passagem de som. Nuno olhou para ele com os olhos brilhando e disse: ‘É nossa música, eu a compus, se chama ‘He-Man Woman Hater’, e isso significa muito para mim!’ Se você tivesse um dos maiores guitarristas de todos os tempos tocando sua música todos os dias, isso seria o maior elogio do mundo!”
Nuno Bettencourt e Eddie Van Halen
Ao mesmo veículo, Nuno Bettencourt relembrou seu primeiro encontro com o ídolo descrito como o “alien” que mudou sua vida.
“A primeira vez que encontrei Eddie, eu estava trabalhando no álbum de Dweezil Zappa [Confessions, de 1991], e ele me deu sua guitarra e disse: ‘Você precisa dar uma olhada neste pedal’. E eu fiquei tipo: ‘Você quer que eu toque enquanto testo esse pedal?’ Daí Eddie está inclinado na minha frente, mexendo em seu pedalboard. E o que você faz quando o alienígena, vindo na nave espacial, que mudou sua vida, está na sua frente? O que você toca? Como um idiota, comecei o solo de ‘Get the Funk Out’. Eu me tornei um cover de mim mesmo.”
A música citada conta com uma técnica de guitarra chamada tapping, que foi amplamente difundida por Eddie. De acordo com Nuno, nesse momento a lenda o parou já que sabia que o guitarrista do Extreme não se sentia bem com a reprodução.
“No segundo que eu entro na parte do tapping, Eddie se vira e me para. Ele diz: ‘Ei, ei, nada dessa coisa boba’. Isso me assustou pra caralho. Levei um minuto e então falei a mim mesmo: ‘Ele sabe quem eu sou, ele se informa’. Porque naquela época tinha acabado de sair uma matéria – pode ter sido até na Guitar World – e o entrevistador perguntou sobre ‘Get the Funk Out’ e eu falei: ‘Para ser honesto com você, me sinto bobo quando faço tapping. Não porque seja embaraçoso, mas porque é tão Eddie’. Mais tarde, depois que me senti confortável com Eddie, perguntei a ele: ‘Você leu esse artigo?’ E ele disse: ‘Sim, eu li isso!’ Isso pareceu surreal para mim.”
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