A condição que impede a realização do Wacken no Brasil, segundo empresário

Mentalidade dos donos da marca impediria sua expansão para outros territórios, conforme revelado por Rick Dallal, do Summer Breeze Brasil

Quando os primeiros rumores sobre o malfadado Metal Open Air começaram a pipocar, muito se falava que o evento seria uma parceria com os organizadores do Wacken Open Air, icônico festival alemão. Porém, a associação não se concretizou e o desfecho foi o que todos conhecemos 10 anos atrás.

Agora, temos outro evento de origem germânica efetivamente prestes a acontecer em terras brasileiras. O Summer Breeze Brasil empresta o nome de outra tradicional marca do verão europeu.

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Durante entrevista ao canal Heavy Talk (com transcrição do Whiplash), o empresário Rick Dallal deu sua versão sobre o que faz com que os organizadores do Wacken não tenham interesse em expandir a marca.

“Um dos meus parceiros no festival foi o Cláudio Vincentin, da Roadie Crew. Ele visita os festivais europeus há décadas e conhece todo mundo. Eles tinham o plano de trazer o Wacken, mas os donos não deixam usar o nome ‘Wacken’. Como assim? Dizem que Wacken é o nome da cidade, mas é uma marca também! Eles têm essa mentalidade de fazendeiros humildes e não entra na cabeça deles fazer o ‘Wacken Brasil’. Tinha que ser ‘São Paulo by Wacken’. Abandonamos a ideia. Também tinha que rolar os campings, o brasileiro não tem essa cultura e não temos estrutura. Mas o Summer Breeze encaixou perfeitamente! Eles estavam abertos a expandir o festival. O dono do festival é um cara extremamente inteligente e dócil. Ele é bom de negócios e tem pensamento parecido com o meu. Isso facilitou bastante.”

Outro fator que pesou foi a disponibilidade dos responsáveis pelo Summer Breeze em diversificar os estilos no lineup, algo que não ocorre tanto no original, voltado quase que totalmente ao metal.

“Eu queria trazer um festival, mas sem ser só música extrema. Aqui no Brasil, queria trazer bandas de estilos variados. Pensei em trazer patrocinadores para baratear o preço de ingresso, mas não rolou. Por isso, o ingresso ficou mais caro até. Estamos tentando mesclar o máximo para juntar as tribos. Na Europa, valorizo o fato de um cara com camisa do Kreator pulando no show do Skid Row. Não tem essa de ‘sou metal extremo’. Os caras curtem rock! Quero acabar com essa cultura no Brasil, para democratizar o metal e o rock, e atrair mais gente para o meio.”

Sobre o Summer Breeze Brasil

A primeira edição do Summer Breeze Brasil acontece nos dias 29 e 30 de abril de 2023, em São Paulo. O local é o Memorial da América Latina. Já estão confirmadas as presenças de:

  • Stone Temple Pilots
  • Bruce Dickinson (palestra)
  • Parkway Drive
  • Avantasia
  • Kreator
  • Accept
  • Stratovarius
  • Sepultura
  • Testament
  • Marc Martel
  • Skid Row
  • Grave Digger
  • H.E.A.T
  • Shaman + Viper + Felipe Andreolli e Rafael Bittencourt celebrando Andre Matos
  • Benediction
  • Perturbator
  • Voodoo Kiss
  • Beast In Black
  • Project46
  • Crypta
  • João Gordo & Brutal Brega

Serão três palcos para shows, além de atrações à parte envolvendo gastronomia diversa e com culinária alemã presente, feira geek, feira de cultura urbana e tatuagens e espaços kids com monitores. Também estão programadas sessões de autógrafos com músicos que se apresentarão, além da instalação de lojas com produtos ligados à temática principal do festival, bem como merchandising das bandas participantes.

Os ingressos comuns na modalidade inteira variam de R$ 700 para um dos dias a R$ 1,3 mil para as duas datas. Mais informações sobre tickets clicando aqui.

Estão previstos ainda shows paralelos com algumas das atrações acontecendo na Audio, casa de eventos de São Paulo. As performances devem ser realizadas antes e após às datas do festival.

O Summer Breeze nacional deve ocorrer anualmente e fará parte do calendário oficial de atrações da capital paulista.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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