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O que dizem as namoradas de Janis Joplin sobre a saudosa cantora

Depoimentos de mulheres que se relacionaram com a artista mostram um conflito interno, movido pelo conservadorismo dos anos 1960

No Brasil, o relacionamento mais lembrado da cantora Janis Joplin certamente é o suposto affair com Serguei, mas a artista teve vários outros momentos na vida. Além de ter se relacionado com outros artistas homens, incluindo Leonard Cohen, Joplin também esteve com mulheres, numa bissexualidade que, segundo algumas de suas ex, era contraditória para a própria cantora.

A mais lembrada delas certamente é Peggy Caserta, que conheceu Janis em 1966. O relacionamento nunca foi oficializado na mídia, mas era conhecido. As duas chegam a aparecer juntas no vídeo oficial do festival de Woodstock, momentos antes do início do show de Janis.

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Em 1973, três anos depois da morte da cantora, Caserta lançou um livro que aborda o relacionamento. O texto mostra que a ligação das duas passava mais pelo uso de heroína do que pelo sentimento em si. A ex de Janis foi acusada de ter apresentado a droga a ela, o que a faria, de certa forma, responsável por sua morte.

Somente em 2018, Peggy publicou um segundo livro, onde fala mais abertamente sobre o relacionamento. Na época do lançamento, ela conversou com a Vulture e falou sobre a bissexualidade da cantora.

“Eu nunca vi Janis como uma garota gay. Ela era hétero. Ela era selvagem. Eu sou gay e vivia um estilo de vida gay mesmo na época. Era óbvio. Eu tinha uma namorada, Kim, que estava por ali o tempo todo, mas Janis não faria nada que seus pais não aprovariam, além de cantar.”

Janis Joplin, a contradição ambulante

Peggy Caserta também conta que Janis Joplin dizia que queria ter uma vida normal, se casar e ter filhos, algo que também foi dito por outra mulher com quem ela se relacionou: Jae Whitaker.

Janis conheceu Jae em um bar gay no ano de 1963. O relacionamento não parece ter durado muito, já que a própria Whitaker citou os ciúmes que tinha da cantora na biografia “Scars of Sweet Paradise” (1999), de Alice Echols. Conforme resgatado pelo site Far Out Magazine, o trecho diz:

“Janis era uma contradição ambulante. Eu acho que ela queria filhos, mas também acho que ela se sentia muito bem com uma mulher. Só que ela se punia por esse sentimento. Ela não achava que isso era certo. Eu perguntava a ela ‘como você vai ter essa vida normal com filhos e tudo mais se você pega os maiores babacas de m*rda na rua?’ Ela dizia ‘bem, eu vou quando eu estiver pronta’.”

Símbolo de resistência

A bissexualidade – não assumida publicamente, mas conhecida – de Janis Joplin foi um símbolo de resistência nos ainda conservadores anos 1960. A morte precoce da cantora em 1970, aos 27 anos, certamente encerrou esse capítulo da história antes da hora. Não é difícil imaginar uma Janis Joplin mais velha advogando pela causa LGBTQIA+, mas como muitas outras coisas na vida da cantora, essa também foi uma questão que parece não ter sido clara – nem mesmo para ela.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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A mais lembrada delas certamente é Peggy Caserta, que conheceu Janis em 1966. O relacionamento nunca foi oficializado na mídia, mas era conhecido. As duas chegam a aparecer juntas no vídeo oficial do festival de Woodstock, momentos antes do início do show de Janis.

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Em 1973, três anos depois da morte da cantora, Caserta lançou um livro que aborda o relacionamento. O texto mostra que a ligação das duas passava mais pelo uso de heroína do que pelo sentimento em si. A ex de Janis foi acusada de ter apresentado a droga a ela, o que a faria, de certa forma, responsável por sua morte.

Somente em 2018, Peggy publicou um segundo livro, onde fala mais abertamente sobre o relacionamento. Na época do lançamento, ela conversou com a Vulture e falou sobre a bissexualidade da cantora.

“Eu nunca vi Janis como uma garota gay. Ela era hétero. Ela era selvagem. Eu sou gay e vivia um estilo de vida gay mesmo na época. Era óbvio. Eu tinha uma namorada, Kim, que estava por ali o tempo todo, mas Janis não faria nada que seus pais não aprovariam, além de cantar.”

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Peggy Caserta também conta que Janis Joplin dizia que queria ter uma vida normal, se casar e ter filhos, algo que também foi dito por outra mulher com quem ela se relacionou: Jae Whitaker.

Janis conheceu Jae em um bar gay no ano de 1963. O relacionamento não parece ter durado muito, já que a própria Whitaker citou os ciúmes que tinha da cantora na biografia “Scars of Sweet Paradise” (1999), de Alice Echols. Conforme resgatado pelo site Far Out Magazine, o trecho diz:

“Janis era uma contradição ambulante. Eu acho que ela queria filhos, mas também acho que ela se sentia muito bem com uma mulher. Só que ela se punia por esse sentimento. Ela não achava que isso era certo. Eu perguntava a ela ‘como você vai ter essa vida normal com filhos e tudo mais se você pega os maiores babacas de m*rda na rua?’ Ela dizia ‘bem, eu vou quando eu estiver pronta’.”

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A bissexualidade – não assumida publicamente, mas conhecida – de Janis Joplin foi um símbolo de resistência nos ainda conservadores anos 1960. A morte precoce da cantora em 1970, aos 27 anos, certamente encerrou esse capítulo da história antes da hora. Não é difícil imaginar uma Janis Joplin mais velha advogando pela causa LGBTQIA+, mas como muitas outras coisas na vida da cantora, essa também foi uma questão que parece não ter sido clara – nem mesmo para ela.

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André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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