Egypcio critica Bolsonaro por uso da música “Tropa de Elite”, do Tihuana

Ex-vocalista do Tihuana deixou claro que não está cobrando direitos autorais: "só não quero que eles usem nossa música nas campanhas eleitorais, não me representa"

O vocalista Egypcio se manifestou contra o uso da música “Tropa de Elite” na campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. A canção foi lançada originalmente pelo Tihuana no álbum “Ilegal” (2000) e ganhou fama ao ser incluída na trilha sonora do filme tamém chamado “Tropa de Elite”, em 2007.

Em vídeo divulgado na rede social Instagram, Egypcio negou que ele e seus ex-colegas de Tihuana, banda encerrada em 2017, tenham cedido o direito de uso da música para atos que visam a reeleição do atual chefe do Executivo. Hoje integrante do tributo ao Charlie Brown Jr promovido pelos guitarristas Marcão Britto e Thiago Castanho, o cantor aproveitou a ocasião para dizer que não apoia o político ou seus aliados.

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Conforme transcrito pelo Tenho Mais Discos Que Amigos, ele declarou:

“Venho recebendo diversas mensagens de fãs e amigos questionando por que o nosso presidente e seus aliados estão usando ‘Tropa de Elite’ nas campanhas eleitorais. E isso já se estende há anos, né? Da outra vez que ele se candidatou, também usou. Isso causou uma indignação muito grande para mim. Eu tô ali cantando e de repente pode parecer que tem tudo a ver. Mas queria deixar claro para vocês que sou contra esse governo, sempre fui e não faço parte disso.”

Egypcio, Tihuana e “Tropa de Elite”

O sentido por trás de “Tropa de Elite” também foi abordado pelo artista, que relembrou o filme homônimo de 2007 dirigido por José Padilha. Segundo o vocalista, a música fala sobre festas, baladas e costumes da juventude, sem qualquer conotação militar.

“Não tem nada a ver, a música fala sobre outro assunto, mas acabou ganhando um duplo sentido tão grande pra essa corporação, esse meio militar todo. Rendeu um filme, foi legal pra gente. Mas a letra fala de ‘zoeira’, de sair em galera, ir pra balada, coisa que a gente fazia quando tinha 20 e poucos anos.”

Na legenda da publicação, o cantor ainda esclareceu que não está cobrando direitos autorais.

“Só não quero que eles usem nossa música nas campanhas eleitorais. […] Só isso. Não me representa.”

Confira o vídeo completo com a declaração de Egypcio.

https://www.instagram.com/reel/CkI6uk9ASfF/?utm_source=ig_embed&ig_rid=1792e5b3-3b2c-487c-a695-540021a6c15f

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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