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Sammy Hagar lança álbum morno e de conteúdo lírico duvidoso com o The Circle

“Crazy Times” traz boas performances dos músicos, mas cai no lugar comum a maior parte do tracklist

Apesar de ser uma nova banda, o The Circle também pode ser considerado o prolongamento da carreira solo de Sammy Hagar. Aqui, o cantor é acompanhado por duas figuras com as quais já vem tocando há décadas: o guitarrista Vic Johnson e o baixista Michael Anthony. Completa a formação o baterista Jason Bonham, que já nem é mais uma grande novidade pelo tempo junto do resto do grupo.

“Crazy Times”, que chega por meio da gravadora Universal Music, é o segundo registro de estúdio da empreitada. De cara, é importante ressaltar que o vocalista declarou ter sido influenciado por tudo que ocorreu no mundo durante a pandemia. Neste período, Sammy deu uma série de declarações negacionistas e colocando a vida em segundo plano a favor da economia – apesar de ter se vacinado e seguido protocolos sanitários. Portanto, não dá para ouvir o álbum sem ficar com os dois pés atrás.

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A curiosidade fica por conta da escolha de gravar em Nashville com o produtor Dave Cobb. Mais reconhecido no meio do rock pela associação ao Rival Sons, ele tem fama ainda maior no meio country, onde trabalha com uma série de grandes estrelas. O tracklist conta com 9 faixas autorais, além de uma versão para “Pump it Up”, de Elvis Costello and the Attractions.

A banda se mostra afiada e concisa. Hagar oferece uma performance vocal bastante aceitável, ainda mais considerando que completará 75 anos nas próximas semanas. Porém, não dá para desconsiderar o conteúdo lírico, com lamúrias típicas do cidadão americano comum em relação a uma suposta perda de liberdade. De certa forma, é até condizente com a história de vida do cantor, que sequer faz muita questão de sair do seu habitat natural com as turnês – até nos tempos de Van Halen idas a outros continentes eram escassas – e se mostrou um disseminador contumaz de teorias duvidosas nos últimos anos.

Destaques positivos para o balanço de “Feed Your Head”, a mais agitadinha “You Get What You Pay For” e a curta “Funky Feng Shui”, que claramente tem influência de Dave Cobb. “Crazy Times” não é um disco exatamente ruim, mas soa um tanto quanto lugar comum – o que também não foge muito do que tem sido a carreira de Sammy Hagar nas últimas décadas.

Ouça “Crazy Times” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Sammy Hagar & The Circle – “Crazy Times”

  1. Intro: The Beginning Of The End
  2. Slow Drain
  3. Feed Your Head
  4. Pump It Up
  5. Be Still
  6. You Get What You Pay For
  7. Crazy Times
  8. Funky Feng Shui
  9. Father Time
  10. Childhoods End

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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