Depois de mais de 30 anos de sua primeira passagem pelo Brasil, quando tocou no na edição de 1991 do Rock in Rio, o cantor Billy Idol voltou ao país para dois shows com a turnê “The Roadside”, também nome de seu mais recente EP, lançado em setembro de 2021. Uma das apresentações, na última sexta-feira (9), foi justamente no festival onde estreou em solo nacional. Porém, um dia antes, na quinta (8), ele performou em São Paulo – mais especificamente no recém-inaugurado Pavilhão Pacaembu, marcando a retomada da plataforma Popload com seu Popload Gig.
Na capital paulista, a apresentação de Idol reuniu fãs de diversas gerações, incluindo famílias completas. Iniciado pontualmente às 20h30, o empolgante show do cantor foi cheio de clássicos, sem deixar de lado as músicas inéditas do vindouro EP “The Cage”, que será lançado no próximo dia 23. O artista veio acompanhado de seu fiel escudeiro Steve Stevens (guitarra), além de Billy Morrison (guitarra), Stephen McGrath (baixo), Paul Trudeau (teclados) e Erik Eldenius (bateria).
*Fotos gentilmente cedidas por Leandro Anhelli / Kiss FM devido ao não-credenciamento do fotógrafo do site IgorMiranda.com.br para realizar cobertura da apresentação.
Início arrasador
Para quem estava com dúvidas de como seria a performance de Billy Idol, hoje com 66 anos, a primeira música trouxe respostas positivas: a clássica “Dancing With Myself”, dos tempos de Generation X, contou com boa interpretação de todos os envolvidos. Ainda durante a canção, o artista interagiu com a plateia pela primeira vez, dizendo: “vamos, São Paulo; vamos ficar loucos”.
Na sequência, foi a vez do hit “Cradle of Love”, do álbum “Charmed Life” (1990). A vibração do público continuou, com direito às dancinhas clássicas de Idol – que não escondeu sua felicidade por estar de volta ao país e chegou a declarar: “estou amando estar aqui”. Um curto solo de Steve Stevens antecedeu “Flesh for Fantasy”, quando Billy fez uma troca de roupa no palco e acabou apenas de jaqueta, sem camiseta por baixo. Aqui, deu para sentir a boa sintonia do protagonista com sua banda de apoio.
Das novidades a outro hit
Saindo um pouco dos clássicos, Billy Idol avisou que tocaria “Cage”, música já divulgada como single e presença garantida no EP “The Cage”. Embora recente, a faixa foi cantada a plenos pulmões por fãs que já a conheciam. O videoclipe oficial foi reproduzido no telão de fundo do palco.
Na sequência, Idol pergunta aos fãs se todos estão bem e começa “Speed”, trilha sonora do filme “Velocidade Máxima” (1994), com solos e riffs de peso de Steve Stevens que esquentaram ainda mais o clima da noite. Depois de cantarolar um trecho de “Hot in the City”, o protagonista anunciou mais uma obra recente: “Bitter Taste”, citada por ele como sua favorita do EP “The Roadside” (2021). Curiosamente, porém, a faixa esfriou um pouco os ânimos da plateia.
Felizmente, tudo ficaria um pouco mais empolgante com um dos maiores hits do artista: “Eyes Without a Face”, com cada verso cantado pelos fãs e muitos celulares gravando vídeos do momento. Ao contrário dos problemas ocorridos durante a execução desta música no Rock in Rio, nada de errado se deu em São Paulo: o cantor a performou impecavelmente, sem pausas, exibindo seu vozeirão grave. Compreensível, já que era um show de menor porte e as dificuldades técnicas são menores, pois não há divisão de espaço com outras bandas, como em festivais.
Hora de acelerar
O solo de violão de Steve Stevens rolou depois – e não antes, como no Rock in Rio – de “Eyes Without a Face”. O “show individual” do talentoso guitarrista trouxe um pouco da pegada flamenco, além de trechos de clássicos do Led Zeppelin (“Stairway to Heaven” e “The Rain Song”) e Van Halen (“Eruption”), levando a plateia ao delírio.
Os demais músicos voltam ao palco com “Mony Mony”, cover de Tommy James and the Shondells, e os fãs acompanham a batida rock and roll com palmas. Outra canção, agora inédita, foi performada na sequência: “Runnin’ from the Ghost”, que estará no EP “Cage”. O momento contemporâneo logo deu espaço novamente à nostalgia com “One Hundred Punks”, dos tempos de Generation X. Ao fim da execução, Erik Eldenius jogou baquetas em direção à plateia.
“Blue Highway” trouxe mais um show à parte de Steve Stevens, que tocou com a guitarra nas costas e ainda performou “Top Gun Anthem”, tema do filme “Top Gun – Ases Indomáveis” (1986), fazendo a plateia gritar e aplaudir muito. Para encerrar o set regular, Idol disse que iria tocar sua música favorita: “Rebel Yell”, que levou os presentes ao êxtase absoluto.
Bis emocionante
O refrão de “Rebel Yell” seguiu sendo cantado pelos fãs até mesmo durante o intervalo para o bis. O retorno de Billy Idol e os demais músicos se deu com uma versão para “Born to Lose”, original de Johnny Thunder and the Heartbreakers, ressaltando a veia punk rocker do artista.
Emocionado, Idol agradeceu ao público por fazer a vida dele mais feliz e pelos momentos que passou em São Paulo. Então, encerrou o show com a poderosa “White Wedding”, com intensidade reforçada na performance instrumental – e destaque ao som pesado da bateria de Erik Eldenius. Ao fim, o cantor apresentou os músicos que o acompanham. Ao ser anunciado, Eldenius recebeu um bolo de Josie, esposa de Steve Stevens, já que celebrava seu aniversário naquela noite. O público cantou “happy birthday” para o músico, que retribuiu jogando mais baquetas.
Em território paulistano, Billy Idol entregou um show enérgico e contagiante. O britânico conquistou o público com seu canto grave somado a uma performance animada, cheia de atitude e muito carismática. Steve Stevens também contribuiu muito para o sucesso da apresentação, com solos marcantes que tiveram enorme apelo diante dos fãs.
A idade avançada de Idol não comprometeu a apresentação. O artista provou que ainda dá conta do recado e que a situação vista no palco do Rock in Rio, um dia depois, representa um caso isolado.
*Fotos gentilmente cedidas por Leandro Anhelli / Kiss FM devido ao não-credenciamento do fotógrafo do site IgorMiranda.com.br para realizar cobertura da apresentação.
Billy Idol – ao vivo em São Paulo
- Local: Pavilhão Pacaembu
- Data: 8 de setembro de 2022
- Turnê: The Roadside
Repertório:
- Dancing With Myself
- Cradle of Love
- Flesh for Fantasy
- Cage
- Speed
- Bitter Taste
- Eyes Without a Face
- Solo de violão de Steve Stevens
- Mony Mony (cover de Tommy James and the Shondells)
- Runnin’ From the Ghost
- One Hundred Punks
- Blue Highway
- Top Gun Anthem
- Rebel Yell
Bis: - Born to Lose (cover do The Heartbreakers)
- White Wedding
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