Atual integrante do Megadeth, o brasileiro Kiko Loureiro foi convidado a escolher os 10 guitarristas que mudaram sua vida durante entrevista à Metal Hammer. Embora seja dono de grande versatilidade por também ter apreço por gêneros como jazz e bossa nova, o ex-membro do Angra selecionou uma série de nomes ligados ao rock e heavy metal.
Eis as opções do brasileiro e um pequeno relato sobre cada.
Os guitarristas que mudaram a vida de Kiko Loureiro
Jimmy Page
“Na minha escola, eu costumava ir à biblioteca e pegar LPs do Led Zeppelin. Meus pais não curtem esse tipo de música, mas acho que conhecia as baladas e ‘Stairway To Heaven’, então pensei: ‘OK! Led Zeppelin!’ Fiquei fascinado por toda a banda, mas principalmente pelas guitarras: a acústica, os solos – a coisa toda! Meu primeiro professor de guitarra, o primeiro riff que ele me ensinou foi ‘Black Dog’. Essa foi minha primeira aula de violão! Então, Jimmy Page é um guitarrista que eu sempre amei.”
Tony Iommi
“Tony Iommi é o fundador do estilo heavy metal de tocar guitarra. Ele tem todo o meu respeito por isso. Comecei a ouvir Black Sabbath na mesma época que descobri o Led Zeppelin. Eu tinha 13 anos. Ouvi Sabbath pelos riffs, não tanto pelos solos, embora alguns sejam memoráveis. Como ainda toco heavy metal depois de todos esses anos, ele merece estar nesta lista.”
Ritchie Blackmore
“Encontrei ‘Perfect Strangers’ do Deep Purple na biblioteca da escola também. É uma daquelas bandas que você tem que ouvir. Você tem ‘Smoke On The Water’ e aqueles longos solos de guitarra em ‘Made In Japan’. Blackmore tinha aquela coisa clássica. Iommi tocava um tipo de rock ‘n’ roll pentatônico, nem mesmo Page tocava do jeito que Blackmore fazia esses arpejos. Seus duetos com Jon Lord foram mágicos! Eu dizia: ‘É isso que quero fazer. Eu quero tocar isso!’”
Eddie Van Halen
“Eddie Van Halen foi muito, muito importante quando eu estava aprendendo a tocar guitarra. Despertou meu interesse em tocar rápido e de forma técnica, mas o que o torna um dos melhores é seu groove. É muito difícil copiar. Se você pensar bem, Tony Iommi é muito ‘quadrado’; o jeito que ele toca é muito metal, muito sério. Van Halen parecia fluido. Seu pai tocava jazz, então talvez ele tenha crescido ouvindo aquele suíngue e o aplicou ao rock.”
Steve Vai
“Quando eu tinha entre 16 e 17 anos, no final dos anos 80, havia um monte de grandes guitarristas solo, como Steve Vai e Joe Satriani. Steve Vai era um virtuoso com algumas composições interessantes e ótima técnica. Parecia o próximo passo depois do Van Halen, ele pegou aquele material e o tocou mais rápido! Tinha álbuns cheios de guitarras, como uma orquestra, com diversas camadas. E olhe para sua carreira: ele permaneceu relevante por 30 ou 40 anos gravando álbuns instrumentais, o que não é uma coisa fácil de fazer.”
Joe Satriani
“Sou um grande fã de Satriani por causa de suas melodias. Ele podia fazer seu instrumento cantar, como uma voz! Isso exige muito controle. Satriani definiu a minha geração. Ele fez Surfing With The Alien em 1987 e eu tive a chance de ir a muitos, muitos shows. Hoje em dia temos uma amizade. Tenho profundo respeito por ele por ter uma carreira tão longa tocando música instrumental. Eu tenho um profundo respeito por todas as composições também.”
Jeff Beck
“Descobri Steve Vai, Joe Satriani e Jeff Beck mais ou menos na mesma época. Quando comecei a fazer solos e a aprender escalas, me aprofundei no mundo da guitarra e comecei a ouvir esses músicos. A essa altura, Jeff Beck já era uma lenda. Ele tem um controle especial sobre seu instrumento e a maneira como toca. Toda vez que escuto Jeff Beck, como guitarrista, posso ouvir a perfeição de suas performances, até os mínimos detalhes. Seus álbuns Blow By Blow e Wired, produzidos por George Martin, ficaram lindos! Bela produção, musicalidade e composição.”
Allan Holdsworth
“Meu professor de guitarra era um grande fã de Allan Holdsworth, então eu o conheci através dele. Comprei alguns vinis e não entendi o que estava ouvindo. Mas eu lembrei, em entrevistas, Eddie Van Halen dizendo que Holdsworth era seu herói, então isso era bem impressionante! Eu queria ouvir o herói do Van Halen! Era uma música interessante, me forcei a ouvir e passei a gostar. Tive a chance de conhecer Allan. Tivemos ótimas conversas, era uma pessoa muito inspiradora.”
Randy Rhoads
“Quando penso em solos para o Megadeth, imagino Randy Rhoads. Ele tem tanto a vibe metal quanto um som clássico de Blackmore, de certa forma. Também possuía o mesmo background de guitarra acústica e clássica que eu. Fui vizinho da irmã dele. Estávamos no mesmo bairro e eu a via com seu cachorro. A neta dela frequentava a mesma escola da minha filha. Mas isso é mais recente. Os solos de Randy são tão bem construídos e incríveis, mas ainda assim metal.”
Yngwie Malmsteen
“Quando ouvi Yngwie Malmsteen pela primeira vez ele era muito mais rápido do que todos os outros. Tão fluido, limpo e perfeito! Era o auge do neoclássico. Van Halen não era neoclássico e Randy Rhoads tinha algumas características, mas Malmsteen levou isso para um nível diferente. A velocidade, o tom, o vibrato – ele tinha todos os truques. Foi inacreditável. Tentava tocar ‘Far Beyond The Sun’ várias vezes e nunca conseguia, foi muito difícil.”
Sobre Kiko Loureiro
Nascido no Rio de Janeiro, Pedro Henrique Loureiro começou a carreira profissional tocando na banda de apoio do grupo Dominó. Também passou por A Chave, Blesqui Zátsaz e Supla.
A notoriedade veio quando se juntou ao Angra. Permaneceu como membro de palco até 2015, embora ainda seja participante da parte de negócios – e tenha feito participação especial no álbum mais recente, Omni.
Desde então, faz parte do Megadeth, tendo gravado os discos “Dystopia” (2016) e “The Sick, the Dying… and the Dead!” (2022), além de ter feito todas as últimas turnês.
Ainda possui cinco álbuns solo de estúdio. O mais recente, “Open Source”, saiu em 2020. Também gravou com nomes como Tarja Turunen, Derek Sherinian e Soulspell, entre vários outros.
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