Mulher que acusou Bob Dylan de ter abusado dela em 1965 desiste de processo

Identificada apenas como “J.C.”, mulher alegava ter sido molestada e drogada pelo cantor quando ela tinha 12 anos de idade; artista sempre negou

Foi retirada a acusação de abuso sexual contra Bob Dylan feita em 2021. De acordo com a suposta vítima, que não teve seu nome divulgado, ela teria sido abusada e drogada pelo cantor em 1965, quando tinha 12 anos de idade.

O processo foi marcado por inconsistências e diálogo problemático entre os representantes de ambas as partes. Agora, segundo a Billboard, foi retirado sem outras explicações.

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Referida apenas como “J.C.”, a suposta vítima – que hoje tem 69 anos – alega que os abusos sexuais ocorreram em diversas situações e que também foi drogada e alcoolizada por Dylan, sempre no Hotel Chelsea, em Nova York. Desde o início das acusações, o cantor negou veementemente ter cometido os abusos e tratou tudo como uma tentativa de extorsão.

Na ocasião, uma nota oficial dos advogados do artista foi divulgada.

“Este caso – com base nas supostas interações da reclamante com Bob Dylan há mais de 56 anos – é um golpe descarado, mascarado como um processo judicial. Ele foi apresentado de má fé, com o propósito impróprio de obter um grande pagamento sob a ameaça de publicidade negativa. A alegação é falsa, maliciosa, imprudente e difamatória. O Sr. Dylan não será extorquido.”

De acordo com a Billboard, os advogados de “J.C.” se recusaram a entregar à Justiça americana e-mails e mensagens que seriam de importância para o caso. Já a defesa de Bob acusou a mulher – um dia antes de ela retirar a acusação – de ter destruído evidências e comprometido a integridade do caso.

Diante disso, a própria mulher retirou o processo e não poderá mover qualquer outra ação no futuro com tal acusação.

Mas a ação não prescreveria?

Em situações convencionais, uma ação como a movida por “J.C.” não teria sequência na Justiça dos Estados Unidos devido à prescrição do suposto crime. A situação relatada pela requerente ocorreu há mais de 55 anos, o que, normalmente, não geraria qualquer tipo de investigação.

Todavia, em 2019, o estado de Nova York promulgou a Child Victims Act (em tradução livre, Lei das Vítimas Infantis), que permite que vítimas de abuso sexual na infância possam mover ações relacionadas ao crime em questão mesmo após um bom tempo. A parte da medida que contempla “J.C.” é temporária e a janela foi encerrada no último dia 14 de agosto.

Mais especificamente, a Child Victims Act mudou o estatuto que limita a idade em que a vítima pode mover a ação. Antes, um crime de abuso sexual na infância só poderia ser relatado às autoridades até que a vítima fizesse 23 anos. Agora, a acusação pode ser feita até que ela chegue aos 55 anos. Esta mudança é definitiva.

Além disso, por um período temporário (de 2019 até agosto de 2021), pessoas com mais de 55 anos, como no caso de “J.C.”, podem mover ações por abuso sexual infantil. Por isso, o processo contra Bob Dylan tornou-se viável no âmbito jurídico.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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