A diferença entre a fama no passado e hoje, segundo Paul McCartney

Músico trouxe reflexões importantes sobre o assunto e também revelou que não tira fotos com fãs que o encontram na rua

Paul McCartney é, provavelmente, uma das pessoas mais indicadas para traçar um paralelo entre a fama no passado e nos dias de hoje. Ele buscou fazer essa comparação em entrevista à revista GQ, em 2020, e deixou claro qual a maior diferença entre ser popular na década de 1960 e na atualidade.

O assunto veio à tona após ele comentar, brevemente, o que ele aprendeu com a cantora pop Rihanna e o rapper Kanye West. Ele trabalhou com os dois na música “FourFiveSeconds”, lançada como single em 2015. McCartney e West assinam a autoria da canção com outros 7 compositores, incluindo o também rapper Ty Dolla Sign.

“Com Kanye, aprendi que há muitas formas de se fazer uma gravação. Ele faz a curadoria de todas as ideias e juntou tudo, geralmente com grande sucesso. Com Rihanna, aprendi que mesmo uma pessoa muito talentosa pode ser uma garota bem legal.”

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Em seguida, ele foi convidado a analisar a diferença entre a fama na década de 1960 e nos dias de hoje. Inicialmente, ele respondeu:

“Há tantas diferentes, nos anos 60, era totalmente diferente. Era novo, havia inocência, era empolgante. Sempre que te pediam um autógrafo, você dizia: ‘claro, deixa eu te dar dois!’. Você só queria fazer aquilo.”

O músico, então, destacou que houve um momento em que as coisas começaram a ficar “exageradas”.

“Você dá o autógrafo, mas as pessoas começam a te abordar quando você está em um jantar privado ou algo assim, daí você só pergunta: ‘dá para esperar até eu terminar de comer?’. Isso fez com que a fama deixasse de ser tão atrativa.”

Paul McCartney e as redes sociais

Macca comentou que nem sequer gostaria de tentar ser famoso nos dias de hoje, na era das redes sociais.

“Muitas pessoas da minha família usam o Instagram e eu costumo dizer que não acredito que eles se prestem a fazer isso, pois toda vez que você posta algo, você precisa pensar em algo inteligente para dizer. É a pior pressão do mundo. Você tira a foto de seu café da manhã e precisa dizer tipo: ‘panquecas não são só para a Shrove Tuesday (terça-feira gorda ou Mardi Gras)’. Isso não é divertido para mim.”

O eterno Beatle tem, de fato, uma conta no Instagram. Contudo, as postagens não são feitas por ele e, sim, por sua equipe.

“Quando eu mesmo faço, eu acho legal, especialmente quando algo importante acontece, como o aniversário de alguém ou a morte de alguém.”

https://www.instagram.com/p/CeQih3ADg9A/

Distanciamento perigoso?

Ainda durante o bate-papo, Paul McCartney relembrou de quando a atriz Gwyneth Paltrow perguntou a ele se tinha uma página no Facebook.

“Eu disse que sim, mas que não olhava muito. Ela me olhou assustada e disse: ‘isso pode ser muito perigoso’. Eu falei: ‘suponho que sim, mas não me incomodo’. Prefiro ir para um canto e compor uma música.”

Todos esses detalhes fazem com que a fama pareça algo diferente para Paul McCartney hoje em dia.

“Não estou tentando ter mais alcance na web do que Beyoncé ou Rihanna. Não quero ter que me envolver tanto com isso, como mostrar o restaurante onde estou, o que estou comendo. Por que eu iria mostrar isso para as pessoas? Sou o contrário: não quero que ninguém saiba, pois isso é privado.”

Nada de fotos!

Por fim, Paul McCartney pontuou que a fama pode ser algo incômodo às vezes para alguém que é popular há tantas décadas, como ele. Um dos reflexos disso é que o músico não tira fotos com fãs.

“Tenho estratégias. Sou um dos que – choque, horror – não tiro fotos. Se alguém me para na rua e pede uma foto do celular, eu digo: ‘não, desculpe, não tiro fotos, espero que não se importe, mas converso com você’. Passo 5 minutos explicando por que não tiro fotos e o motivo é: sinto que não sou mais eu. Fico parecendo um macaco do sul da França, onde as pessoas ficam tirando foto com o macaco.”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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