Bryan Adams lança o álbum “So Happy it Hurts”, onde toca todos os instrumentos

Músico gravou e produziu seu 15º disco de estúdio durante período de isolamento social causado pela pandemia

O cantor Bryan Adams lançou nesta sexta-feira (11) o décimo-quinto álbum de estúdio de sua carreira. Intitulado “So Happy it Hurts”, o trabalho chega a público por meio da gravadora BMG.

As gravações do disco ocorreram durante a pandemia, mais especificamente ao longo do ano de 2021. Na ocasião, Bryan – como muitos outros artistas no mundo todo – estava impedido de fazer shows e seguir em turnês.

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Restou a ele produzir material novo em isolamento. E a palavra “isolamento” foi levada a sério, já que Adams gravou praticamente tudo sozinho. Vozes, guitarra, baixo, bateria, teclados… há poucas exceções, como alguns solos de guitarra, feitos por Keith Scott.

Em entrevista a IgorMiranda.com.br, Bryan comenta:

“Não posso falar por outros artistas, mas o fato de os tempos terem mudado (na indústria musical) não me impediu de compor músicas. E depois de compor algumas músicas, é hora de voltar ao estúdio. No entanto, durante esse período, não consegui reunir a banda devido à pandemia, então gravei todos os instrumentos e tive Keith Scott adicionando alguns solos de guitarra pela internet. Isso foi um desafio e ao mesmo tempo uma inspiração, porque sempre que você se esforça para fazer algo diferente, algo novo surge. Além disso, foi muito divertido fingir ser John Bonham.”

Se a parte da performance traz o artista canadense praticamente sozinho cuidando de tudo, a etapa anterior, de composição, foi realizada em conjunto. Todas as doze canções do álbum são assinadas pelo protagonista ao lado de algum outro colaborador, seja seu velho parceiro Jim Vallance (que ajudou na criação de três faixas), seja o produtor Robert John “Mutt” Lange (que compartilha créditos autorais de sete músicas e ajudou na produção de cinco delas), sejam outros compositores profissionais como Michael Elizondo e Gretchen Peters. Tudo à distância, via FaceTime.

Ouça “So Happy it Hurts” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais. Confira outros trechos da entrevista com o músico e mais detalhes a respeito do disco nos parágrafos seguintes.

Hits em potencial

Como vários outros trabalhos de Bryan Adams, a sensação deixada ao ouvir “So Happy it Hurts” é a de que todas as músicas são singles em potencial. Qualquer uma delas poderia rolar nas rádios.

Quatro delas já eram conhecidas do público justamente por terem sido lançadas no formato promocional. São elas:

  • a faixa-título, com seus maneirismos típicos de Mutt Lange;
  • “On the Road”, composta para o lançamento do calendário Pirelli – que traz fotos feitas pelo próprio Bryan);
  • “Kick Ass”, um mergulho no rock and roll old school;
  • e “Never Gonna Rain”, uma composição tão otimista quanto a faixa-título, mas que transita por um campo harmônico mais arrojado.
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Claro que entre as outras oito canções, há baladas feitas no capricho, como “You Lift Me Up”, “Let’s Do This”, “These Are the Moments That Make Up My Life” e “Just Like Me, Just Like You” – esta, com forte influência do country. Ainda há momentos que saem um pouco do trivial, como a rockabilly “I’ve Been Looking for You”, a quase-reggae “Always Have, Always Will” e o hard rock “I Ain’t Worth Shit Without You”, com direito a um cowbell que remete diretamente ao rock de rádio dos anos 1980.

“So Happy it Hurts” no detalhe

Durante a entrevista, Bryan Adams comenta sobre algumas músicas de destaque do trabalho. A faixa-título foi uma delas: o cantor revelou qual foi o momento em que percebeu que ela teria tamanho destaque – a ponto de batizar o disco:

“Foi durante o processo de composição. Eu tinha o refrão de ‘So Happy it Hurts’ na minha cabeça por um tempo e o interessante é que composição é realmente um processo. É um quebra-cabeça onde está sempre faltando uma peça… até você encontrá-la. Gravei a música em etapas, guitarra e vocal primeiro, depois adicionei bateria, depois baixo, mas não foi até compor o verso que eu sabia que a música estava indo para algum lugar. Então, imagine uma música esperando para acontecer.”

A também otimista “Never Gonna Rain”, por sua vez, é como uma faixa totalmente avessa ao obscuro período pandêmico.

“Não foi só por causa da pandemia, mas o distanciamento social realmente me deu mais tempo para criar músicas. ‘Never Gonna Rain’ é muito sobre transformar os pontos negativos em positivos, pegar a chuva e transformá-la em um presente. Parece funcionar muito bem ao vivo também.”

Sobre a veia roqueira que surge em faixas como “Kick Ass”, “I’ve Been Looking for You” e “I Ain’t Worth Shit Without You” – e o fato de Bryan não ser visto por tanta gente como um artista de rock –, ele pontuou:

“Não posso dizer o que as rádios escolheram para tocar no Brasil, mas eu sei que ‘Heaven’ costumava tocar em um programa de televisão lá nos anos 90, e foi aí que tudo começou. Mas sim, meus álbuns são principalmente rock, e às vezes rockabilly como ‘I’ve Been Looking for You’, mas eu sempre adiciono algum momento lento para obter um bom contraponto. Dinâmica é importante em shows e é por isso que eu sempre compus músicas em ambos tempos.”

Ainda em uma pegada mais rock and roll, “On the Road” chama atenção por sua proposta multiartística. Como já citado, Adams compôs a faixa especificamente para o Calendário Pirelli 2022, que o traz como fotógrafo. Para a ocasião, ele clicou colegas de música como Iggy Pop, Rita Ora, Cher, St. Vincent, Kali Uchis, Grimes e Normani, entre outros. O canadense, vale destacar, tem um extenso currículo no segmento das artes visuais.

“Fiz até as fotos de uma matéria para a revista ‘Vogue’ brasileira alguns anos atrás. Mas sim, foi uma ótima ocasião fotografar o calendário da Pirelli. Eles adoraram meu tema de ‘On the Road’, ao conectar músicos a isso, já que estar na estrada era a única coisa que não podíamos fazer (na pandemia). Eles gostaram tanto que me pediram para compor uma música para o calendário, pois precisavam unir o artista e a música de alguma forma, e usaram a música também no lançamento do calendário em novembro de 2021.”

A entrevista completa com Bryan Adams pode ser conferida clicando no link abaixo. Na ocasião, falamos sobre outros assuntos como volta aos palcos, composição, Brasil e antigas parcerias com o Kiss.

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Bryan Adams – “So Happy It Hurts”

  1. So Happy it Hurts
  2. Never Gonna Rain
  3. You Lift Me Up
  4. I’ve Been Looking for You
  5. Always Have, Always Will
  6. On the Road
  7. Kick Ass
  8. I Ain’t Worth Shit Without You
  9. Let’s Do This
  10. Just Like Me, Just Like You
  11. Just About Gone
  12. These Are the Moments That Make Up My Life

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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