Jay Jay French refletiu sobre as relações nada sadias entre artistas e gravadoras em entrevista ao A Discussion With Dean Cramer.
Conforme transcrito pelo Blabbermouth, o guitarrista do Twisted Sister falou sobre a reputação das companhias e os métodos nada recomendáveis, de acordo com suas experiências.
“O rock and roll, sendo claro, é um empreendimento facínora do lado das gravadoras. É simples assim. Eles são apenas criminosos legais. Então, quando você está em uma fossa de criminalidade, seja a do colarinho azul onde alguém está ameaçando sua vida com uma arma ou a do colarinho branco, você está lidando com pessoas sem escrúpulos. Você não acredita em nada porque todo mundo mente, apenas se acostuma a conviver com isso.”
Tipos de roubo na indústria
Em outra ocasião, durante conversa com o The Metal Voice, French declarou que considera existir dois “níveis” de roubo dentro da indústria musical.
“Um é roubo contratual, que faz parte da natureza do jogo, goste ou não. O outro é quando de alguma forma o empresário realmente tirou algo de você. Mas diria que a maioria das bandas não entende os acordos com gravadoras que assinam, não entendem quão pequenas são as porcentagens. Os Beatles ganhavam meio centavo por single vendido e seis centavos por álbum em direitos autorais. Acho que os Jackson 5 e a maioria dos artistas da Motown ganhavam de dois a cinco centavos por disco.”
Segundo ele, contratos são concebidos para gerar dinheiro às gravadoras. Por outro lado, essas empresas assumem riscos: a cada 100 bandas que contratam, 95 delas não fazem sucesso, de acordo com o guitarrista.
“No entanto, esse é o único negócio em que você paga a gravadora e ainda não consegue posse do produto. Esse é o maior problema que eu tenho com a teoria das gravadoras. Se não cobrassem da banda o dinheiro investido em estúdio para gravação, tudo bem, mas eles te fazem pagar isso e ainda são donos do produto.”
Jay Jay French e Twisted Sister
Em setembro do ano passado, Jay Jay French lançou o livro “Twisted Business: Lessons From My Life in Rock ‘n’ Roll”, onde conta mais histórias sobre as relações no lado business da indústria musical.
O guitarrista foi diagnosticado com câncer na próstata em 2018. A mesma doença já havia acometido seu irmão e vitimado o pai. Após completar seu ciclo de tratamento, ele se engajou em uma campanha nacional incentivando homens a fazer os exames necessários visando detectar o problema de forma prematura, aumentando as chances de cura.
O Twisted Sister encerrou atividades em 2016, um ano e meio após a morte do baterista AJ Pero. Mike Portnoy realizou os últimos shows.
* Texto por João Renato Alves e Igor Miranda.
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