Apesar de ter arrecadado quase US$ 1 bilhão em bilheteria, o filme “Bohemian Rhapsody” está no vermelho em US$ 51 milhões. Ao menos é o que as demonstrações contábeis da Twentieth Century Fox Film Corporation indicam. Os números fazem parte de um processo movido pelo roteirista Anthony McCarten contra a GK Films.
McCarten alega quebra de contrato da parte do produtor Graham King e sua empresa, de acordo com o Deadline. Ele afirma ter feito acordo para receber 5% dos rendimentos líquidos da GK. Porém, em algum momento, King entregou seus negócios à Fox (agora propriedade da Disney) e Anthony ainda não viu o dinheiro a que tem direito.
A ação de 50 páginas cita o primeiro de três negócios que McCarten fechou com a produtora WAGW Inc em 2015 por um “montante igual a 5% de 100% do produto líquido”. A Fox, no entanto, afirma que McCarten “só possui direito a dinheiro por meio de sua definição de receitas líquidas definidas, em vez da definição padrão de receitas líquidas da GK Films, modificada por meio de negociação de boa fé”.
Baixo lucro líquido de Bohemian Rhapsody
O processo observa ainda que muitos grandes estúdios têm uma tendência a definir os lucros de maneiras bizantinas e, em seguida, aplicar taxas de distribuição onerosas e arbitrárias, taxas administrativas, despesas gerais, etc a fim de evitar que os escritores vejam o dinheiro que lhes é devido.
Em outras palavras, a Fox afirma que, embora “Bohemian Rhapsody” tenha sido um grande sucesso de bilheteria, o filme não teve lucro líquido por causa de suas inúmeras despesas, de modo que o estúdio não deve dinheiro a McCarten.
Caso similar
O humorista e escritor Art Buchwald travou uma batalha judicial semelhante em relação ao filme “Coming to America”, de 1988, estrelado por Eddie Murphy – “Um Príncipe Em Nova York”, como se chamou no Brasil. Na ocasião, Buchwald acusou a Paramount Pictures de ter usado sua ideia sem a devida autorização para o roteiro do longa.
O filme arrecadou US$ 288 milhões em todo o mundo, mas a empresa descartou a maior parte de suas receitas de bilheteria por meio de custos de produção, marketing e distribuição. Foi argumentado, dessa forma, que não havia lucro líquido para pagar o humorista.