Quem não está muito habituado com o som do Weezer, pode achar estranho que a banda tenha escolhido homenagear o heavy metal com seu novo álbum, intitulado “Van Weezer”.
Porém, é exatamente isso que acontece no 15º trabalho de estúdio do grupo. E acredite: existe todo um contexto para isso. Além do metal como um todo, o disco também é uma óbvia homenagem ao Van Halen, lendária banda de hard rock que perdeu seu líder, Eddie Van Halen, em outubro de 2020.
Ouça a seguir, via Spotify:
As influências do hard rock e metal no som alternativo do Weezer já foram bem representadas em trabalhos como “Maladroit” (2002), embora não surgissem há algum tempo.
O frontman Rivers Cuomo sempre se declarou um grande fã do Kiss, enquanto o guitarrista Brian Bell é admirador do Black Sabbath. Van Halen e Rush estão entre as bandas favoritas do baterista Patrick Wilson, e o baixista Scott Shriner surpreende ao citar Slayer e Metallica como influências.
Em material de divulgação, Cuomo cita de onde veio a ideia para trabalhar em um registro tão diferente:
“A inspiração veio de nossos shows, quando, no meio de ‘Beverly Hills’, ao contrário do álbum, tudo para e eu entro com um solo insano de guitarra. Percebemos que a plateia vai à loucura quando faço isso. Então, talvez os fãs estejam prontos para fritação na guitarra novamente.”
Engavetado e desengavetado
Em contexto de carreira atual, “Van Weezer” vai totalmente contra o álbum anterior do Weezer, “OK Human”, que é orquestrado. Mais curioso ainda é que o trabalho atual seria lançado antes, pois começou a ser gravado em 2018 e chegou a ser anunciado em 2019, com o single “The End of the Game”, sendo engavetado posteriormente.
Provavelmente, a notícia da morte de Eddie Van Halen, em outubro de 2020, fez o Weezer lançar o álbum de título sugestivo logo em 2021. E que bom que fizeram isso.
Com peso, mas ainda alternativo
No fim das contas, “Van Weezer” realmente cumpre a promessa de trazer um pouco do hard rock e do metal dos anos 1980 ao rock alternativo do grupo. A produção de Suzy Shinn foi conduzida de forma sábia, pois mesclou bem o melhor dos “dois mundos”.
O peso surge mais como um contorno estético, já que a banda não mudou tanto a orientação mais acessível de suas composições. Ainda é um trabalho de rock alternativo com forte veia power pop: refrães grudentos, sintetizadores aparecendo aqui e acolá, bateria seca e tudo o mais. Só que há guitarras mais distorcidas e alguns solos e licks que, naturalmente, não existiriam em um registro do quarteto.
Se é ou não é hard rock/metal, pouco importa: “Van Weezer” é divertido e gostoso de se ouvir.
“Van Weezer” está representado em minha playlist de lançamentos, atualizada semanalmente. Siga e dê o play:
Weezer – “Van Weezer”
- Hero
- All The Good Ones
- The End Of The Game
- I Need Some Of That
- Beginning Of The End
- Blue Dream
- 1 More Hit
- Sheila Can Do It
- She Needs Me
- Precious Metal Girl
* Texto desenvolvido em parceria por Igor Miranda e André Luiz Fernandes. Pauta, edição geral e conteúdo opinativo (resenha) por Igor Miranda; redação geral e apuração do conteúdo informativo por André Luiz Fernandes.
