Sally Grossman pode não ser um nome famoso, mas sua imagem certamente é. Ela, que faleceu no último dia 10 de março, aos 81 anos, é a misteriosa modelo que aparece na capa do disco “Bringing It All Back Home” (1965), de Bob Dylan.
O falecimento de Sally Grossman foi confirmado pela Rolling Stone através de sua sobrinha, Anna Buehler. Ela morreu enquanto dormia em sua casa, em Woodstock, cidade nos Estados Unidos onde residiu boa parte de sua vida.
Intrigando os fãs na época do lançamento, a capa de “Bringing It All Back Home” ficou marcada na história, justamente, pela mulher de trajes vermelhos ao lado do cantor folk. Sally acabou parando na imagem que estampa o disco porque era esposa do então empresário de Bob Dylan naquela época, Albert Grossman.
Figura conhecida na cena local da década de 1960, ela atuava bastante como uma espécie de braço-direito do marido. Dizia, inclusive, ter apresentado Bob Dylan à futura esposa dele, Sara Lownds, de quem era amiga.
Albert Grossman morreu em 1986, deixando seus negócios para Sally. Ela daria continuidade ao estúdio que o marido comandava, entre outras funções.
Sobre ter aparecido na capa de “Bringing It All Back Home”, quinto álbum de estúdio de Bob Dylan, a “misteriosa” mulher disse em entrevista à revista Mojo, em 1996, que se divertiu durante a sessão de fotos. Porém, ela nunca mais usou o famoso traje vermelho.
Bob Dylan e “Bringing It All Back Home”
“Bringing It All Back Home” é um dos trabalhos mais icônicos de Dylan. Marcou uma série de mudanças na música do artista: além de deixar de lado as letras de protesto, embarcando em temáticas mais surrealistas, o cantor gravou metade do trabalho de forma elétrica, com guitarra, em vez de seu bom e velho violão – o que rendeu críticas da comunidade folk naqueles tempos.
Apesar da polêmica inicial, não havia como suprimir a qualidade das faixas apresentadas naquele álbum. É dele que vêm clássicos como “Subterranean Homesick Blues”, “Maggie’s Farm”, “Gates of Eden”, entre outras canções de destaque na carreira do poeta.