Stone Temple Pilots lança o monótono álbum acústico Perdida, ouça

O Stone Temple Pilots lançou, nesta sexta-feira (7), seu oitavo álbum de estúdio. O disco, intitulado “Perdida”, foi gravado em formato acústico e chega a público por meio da Rhino Records.

Segundo álbum com Jeff Gutt no vocal, “Perdida” é descrito pelo Stone Temple Pilots como uma coleção de “10 músicas profundamente pessoais com letras introspectivas e instrumentos inesperados que levam os ouvintes a uma jornada emocional sobre o recomeço”. Em nota, o guitarrista Dean DeLeo disse que é necessário “viver para poder compor”. “E esse disco é um reflexo de onde estamos agora”, afirmou.

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Usando o termo “Perdida” para dar nome ao álbum, em referência à expressão em espanhol – de mesmo significado em português -, o Stone Temple Pilots buscou trabalhar com o sentimento de luto. Embora o nome de Scott Weiland não seja citado no material de divulgação, é evidente que os músicos se referem ao vocalista, falecido em 2015 – e fora da banda quando nos deixou.

Resenha: Perdida ignora mar de possibilidades e… se perde

Embora seja carregado de sentimento e tenha algumas belas músicas, “Perdida”, enquanto álbum, tem uma audição um pouco cansativa. Devido ao fato do Stone Temple Pilots não conseguir explorar tantas possibilidades que os arranjos mais leves permitem, o disco soa, no geral, como uma compilação de demos que ainda não foram finalizadas.

É evidente que há bons momentos, como as três faixas de abertura, lançadas como singles anteriormente, além de “I Didn’t Know The Time” e “She’s My Queen”, que percorrem caminhos melódicos menos usuais. Já outras, como “Years”, “Miles Away” e “You Found Yourself While Losing Your Heart”, soam previsíveis e esbarram em alguns clichês.

Além disso, a produção não ajuda. O vocal de Jeff Gutt não soa bem e nem dá para saber se é por estar carregado de efeitos ou se foi mal gravado mesmo, o que só reforça a concepção de “demos que não foram devidamente concluídas”. Incomoda, ainda, o fato de todas as faixas serem conduzidas por bateria convencional ao invés de recorrer a outros instrumentos percussivos.

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Não dá para dizer que “Perdida” é ruim, mas boa parte dos fãs vai ouvi-lo por uma ou duas vezes e deixar de lado em seguida. Uma pena, já que o álbum autointitulado de 2018 é muito bom. A esperança é a turnê de divulgação, em formato acústico – essa, sim, será linda de se conferir.

Ouça a seguir, via Spotify ou YouTube (playlist):

Veja, abaixo, a capa e a tracklist de “Perdida”:

01. Fare Thee Well
02. Three Wishes
03. Perdida
04. I Didn’t Know The Time
05. Years
06. She’s My Queen
07. Miles Away
08. You Found Yourself While Losing Your Heart
09. I Once Sat At Your Table
10. Sunburst

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

3 COMENTÁRIOS

  1. Chamar de monótono um trabalho bem feito e com bastante cuidado para mim soa como má vontade.
    Como o colega acima eu tenho de concordar com ele e discordar do crítico. O álbum passa longe de ser monótono. Ao contrário, ele mostra um lado dos Stone Temple Pilots em boas baladas que podem ser exploradas em discos posteriores. É quase um álbum experimental, contudo revela novas alternativas de uma banda que a todo momento tenta (e com toda razão) se reconstruir. Não é só colocar um vocal com um timbre do Scott Weiland e melodias meio grunges que fará do disco ótimo. Não é o melhor álbum da banda mas longe de ser ruim, é um disco bastante melancólico, com destaque para a faixa título “Perdida”, “She’s My Queen” e “Miles Away” sem dúvida a melhor, uma música meio flamenca que na verdade é uma valsa com lindos violoncelos. Por estas e outras razões não concordo que “Perdida” seja um álbum “monótono”, mas sim diferente, muito bem produzido e com boa voz de Jeff Gutt.

  2. Não é um trabalho ruim: obviamente, que fãs irão estranhar comparando aos trabalhos da fase áurea do grupo. Eles não são mais meninos de 25 anos! Concordo que o álbum de 2018 é mais legal, mas “Perdida” não foi um álbum perdido. Tentam se reinventar, como comentaram anteriormente e isso é positivo.

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