O Dirty Shirley, projeto de hard rock formado pelo guitarrista George Lynch (The End Machine, KXM, Lynch Mob, ex-Dokken) e o vocalista Dino Jelusick (Animal Drive, Trans-Siberian Orchestra), lançou seu primeiro álbum de estúdio nesta sexta-feira (24). O disco, autointitulado “Dirty Shirley”, chega por meio da Frontiers Music Srl.
O grupo foi formado após Dino Jelusick chamar atenção com seu trabalho junto da banda Animal Drive. George Lynch abriu as portas para trabalhar com Jelusick e a gravadora Frontiers, que costuma dar apoio a parcerias do gênero, topou lançar o disco. A formação é completa por Trevor Roxx no baixo e Will Hunt (Evanescence) na bateria.
Em material de divulgação, o Dirty Shirley aponta ter influências que vão do “classic metal” até a sonoridade peculiar do Lynch Mob, passando por trabalhos de nomes como o Badlands. “Esse álbum foi diferente de tudo que já fiz. George me enviou versões iniciais e tentei várias melodias e letras. Ficou fantástico e bem versátil. Do R&B e baladas de rock a músicas realmente pesadas, além de coisas bluesy, hard rock, rock n’ roll, grunge… tudo”, disse Dino Jelusick.
Ideia melhor do que as músicas
A intenção do Dirty Shirley em fazer um trabalho mais versátil é ótima. Os músicos envolvidos são excelentes – não só a dupla principal como Will Hunt, que se encaixou bem no projeto. Por que, então, esse disco não cativa?
Talvez seja a falta de músicas realmente boas. Com exceção de algumas faixas específicas, o material apresentado é apenas razoável – ainda que bem longe de ser definido como “ruim”. Passa no teste, só que não cativa, não desperta vontade de ouvir novamente.
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A sensação principal é de que a parte de criação ficou comprometida. Pelo que tudo indica, George Lynch e Dino Jelusick conceberam as canções separadamente e de forma bem fragmentada, entre intervalos de outros compromissos de carreira.
Uma pena, porque, de fato, o álbum de estreia do Dirty Shirley vai muito além do hard rock ao percorrer por influências do blues, alternativo e, ainda que de forma bem distante, R&B. A timbragem de George Lynch está muito boa e Dino Jelusick é um cantor acima da média. Só que todos esses predicados passam um pouco despercebidos quando se percebe, durante a audição, que nenhuma música merece ser agraciada com o botão de “repeat”.
Por ter apresentado tantas qualidades, minha expectativa é que o Dirty Shirley siga produzindo e, em uma próxima ocasião, dedique-se mais à parte de composição. Com um pouco de concentração e criatividade, esse projeto pode render muito.
Ouça “Dirty Shirley” a seguir, via Spotify ou YouTube (playlist):
Veja, abaixo, a capa e a tracklist do álbum:
1. Here Comes the King
2. Dirty Blues
3. I Disappear
4. The Dying
5. Last Man Standing
6. Siren Song
7. The Voice of a Soul
8. Cold
9. Escalator to Purgatory
10. Higher
11. Grand Master
“Dirty Shirley” está representado em minha playlist de lançamentos, atualizada semanalmente. Siga e dê o play:
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