O Mötley Crüe chamou atenção ao anunciar a retomada de suas atividades no último mês de novembro. Além do pouco tempo de “fim” (o show de despedida ocorreu há menos de 4 anos), a banda teve de implodir um contrato, assinado por seus próprios integrantes em um evento para a imprensa, onde confirmava que nunca mais se apresentaria em um palco.
De volta, o Crüe anunciou uma turnê por estádios nos Estados Unidos com Def Leppard, Poison e Joan Jett & The Heartbreakers. O baixista Nikki Sixx falou, em declaração publicada pelo Blabbermouth, não apenas sobre o retorno, como, também, a respeito do fim.
“Nenhum de nós pensou que voltaríamos. Não estávamos nos dando bem. Ficamos juntos por 35 anos e foi muito tempo na estrada. Não tiramos um tempo para nós, estávamos em turnê o tempo todo. Precisávamos de parar”, afirmou Sixx.
A situação mudou com a cinebiografia “The Dirt”, produzida pela Netflix e que conta a história do Mötley Crüe. “Foi durante ‘The Dirt’ que começamos a olhar o roteiro, estar no set de gravações, e passamos a sair juntos de novo. Começamos a notar, mesmo sem falar de música, o quanto sentimos falta um do outro. Isso nos fez voltar para o estúdio de gravação, onde tudo começou. Fizemos músicas novas e nos divertimos. O filme saiu e nossos fãs curtiram, mas também tivemos uma nova geração de pessoas. Foi assim que começou, mas foi de coração”, disse o baixista.
– 8 fatos curiosos que não constam em The Dirt, filme do Mötley Crüe
Nova geração
Outra justificativa apresentada pelos integrantes, em material de divulgação, é o sucesso de “The Dirt”, cinebiografia produzida para a Netflix. O filme estreou em março deste ano na plataforma de streaming.
Segundo a banda, o interesse de públicos mais jovens pelas músicas havia crescido. O filme trouxe aumento de 350% nos streams de música do grupo em todas as plataformas e a faixa etária mais jovem entre 18 e 44 anos agora representa 64% da base de fãs.
Os desafios
Quando o Crüe encerrou suas atividades, a performance dos músicos não era das melhores. Acima do peso e sem fôlego para cantar, o vocalista Vince Neil era quem mais decepcionava. O guitarrista Mick Mars, com uma doença degenerativa há décadas, não comprometia em termos musicais, mas deixava muitos fãs preocupados. O baterista Tommy Lee, que já não gosta mais de rock há décadas, também não decepciona, porém, parou de impressionar – talvez, também, pela idade.
Em entrevista à Fox Business, o empresário Allen Kovac pediu para os fãs não se preocuparem com a performance dos integrantes. Segundo ele, todos estão cuidando de seus físicos com nutricionistas e personal trainers.
“Alguns deles estão trabalhando com (personal) trainer, outros estão com nutricionista para deixá-los na melhor forma possível. A grande insegurança para um artista é: alguém vai se importar com minha música? Alguém vai comprar um ingresso? Estávamos em novembro quando essas discussões rolavam e eles já estavam em regimes de preparação”, afirmou ele.
A turnê
Foi anunciada, no início do mês, a já aguardada turnê “The Stadium Tour”, que reúne Mötley Crüe, Def Leppard, Poison e Joan Jett & The Blackhearts. O giro ocorre nos Estados Unidos, entre julho e setembro.
O Crüe também está comemorando o 30º aniversário do álbum “Dr. Feelgood” (1989) neste ano, com direito a um relançamento luxuoso.