Como nasceram as guitarras gêmeas do Thin Lizzy

Ainda que não seja tão popular, o Thin Lizzy é, sem dúvidas, uma das bandas mais influentes do rock. E muito de sua importância vem do trabalho feito com as guitarras, ao popularizar o uso das chamadas “guitarras gêmeas”.

O uso de duas guitarras fazendo harmonias não era exatamente novidade quando o Thin Lizzy começou a usar, já em 1974. A sonoridade, que consiste em ter dois instrumentos tocando fraseados iguais em tonalidades diferentes, era usada por nomes como o Yardbirds, no fim da década de 1960, e Wishbone Ash, no início dos anos 1970.

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Porém, a técnica se aperfeiçoou com os guitarristas do Thin Lizzy, Brian Robertson e Scott Gorham, a partir do álbum “Nightlife” (1974). O auge das guitarras gêmeas no Thin Lizzy é retratado em discos como “Jailbreak” (1976), “Johnny the Fox” (1976), “Bad Reputation” (1977), “Live and Dangerous” (1978) e “Black Rose: A Rock Legend” (1979) – este último, com Gary Moore na vaga de Robertson.

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Apesar de tantos bons álbuns, o Thin Lizzy nunca chegou a ter a popularidade que merecia. Problemas internos, causados principalmente pelos vícios do vocalista e baixista Phil Lynott, travaram a banda justo nos momentos em que ela poderia se consolidar no almejado mercado americano.

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Porém, o trabalho do grupo é citado como influência por nomes como Iron Maiden, Metallica, Judas Priest, Alice in Chains e Mastodon, entre outros. E, como dito anteriormente, muito disso passa pelas guitarras gêmeas, que impressionou muito fã de som pesado naqueles tempos.

Em entrevista à rádio 93.1 WMPA, Scott Gorham revelou que, curiosamente, o uso das guitarras gêmeas aconteceu por acaso. Em seus primeiros anos, o Thin Lizzy contava com apenas um guitarrista, Eric Bell – ou seja, em seus planos iniciais, o grupo sequer pensava em ter dois responsáveis pelo mesmo instrumento.

“Originalmente, o Thin Lizzy era um trio e o guitarrista era Eric Bell. Por alguma razão, ele não quis mais fazer aquilo e, no meio de um show, guardou a guitarra e foi embora. Daí, Phil e Brian (Downey, baterista) fizeram o primeiro show de rock só com bateria e baixo de toda a história. Phil prometeu que aquilo não aconteceria mais e, por isso, disse: na próxima formação, seriam usados dois guitarristas, porque se um decidisse sair, ainda teria outro para terminar o show”, relembrou Gorham.

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O músico destacou que o surgimento das guitarras gêmeas foi, realmente, acidental. “Brian Robertson estava tocando em estúdio e quando ouvimos o resultado, havia um milissegundo de atraso, o que era replicado na harmonia. Brian voltou para regravar e enquanto ele fazia isso, eu estava aprendendo a tocar as harmonias”, afirmou.

O resultado agradou tanto que outras músicas seguiram o mesmo modelo. “Virou meio que uma bola de neve a partir daí. Não era uma ideia premeditada, não foi assim. Começou por acidente e gostamos tanto que continuamos fazendo isso”, disse.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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