...

O que esperar dos shows de Scorpions, Whitesnake, Helloween e Europe no Brasil

Scorpions, Whitesnake, Helloween e Europe vão excursionar pelo Brasil entre o fim deste mês e o início do próximo. As três primeiras bandas mencionadas vão se apresentar no festival Rock in Rio 2019 e em mais outras cidades; já a última tem duas datas marcadas no país, em Curitiba e São Paulo.

Fora do Rock in Rio, essas bandas estão formando pequenos festivais onde pelo menos duas delas se apresenta. O Scorpions, por exemplo, tocará em todas as cidades da turnê: Curitiba, São Paulo, Uberlândia, Brasília, Florianópolis e Porto Alegre, além do Rock in Rio.

- Advertisement -

O Helloween estará presente em todas essas cidades, com exceção de Curitiba. Já o Whitesnake toca em praticamente todas, excluindo-se Brasília e Florianópolis. A data em que a banda de David Coverdale se apresenta no Rock in Rio também é diferente das demais: 28 de setembro, ao lado do Foo Fighters, Weezer e outros, enquanto que os dois grupos alemães estão escalados para o “dia do metal”, com Iron Maiden, Slayer e mais.

Veja, abaixo, a agenda das bandas no Brasil:

18/09 – Festival Rock ao Vivo, Curitiba (Scorpions, Whitesnake e Europe)
21/09 – Festival Rockfest, São Paulo (Scorpions, Whitesnake, Helloween e Europe)
23/09 – Festival Roadfest, Uberlândia (Scorpions, Whitesnake e Helloween)
25/09 – Festival Rock ao Vivo, Brasília (Scorpions e Helloween)
28/09 – Festival Rock ao Vivo, Florianópolis (Scorpions e Helloween)
01/10 – Festival Rock ao Vivo, Porto Alegre (Scorpions, Whitesnake e Helloween)

Rock in Rio 2019:

28/09 – Foo Fighters, Weezer, Whitesnake, Tenacious D, CPM 22 + Raimundos e mais
04/10 – Iron Maiden, Scorpions, Helloween, Sepultura, Slayer, Anthrax e mais

Confira, a seguir, o que esperar dos shows:

Scorpions

O grande veterano da lista, o Scorpions está dando sequência à turnê “Crazy World”, que nada tem a ver com o álbum de mesmo título lançado em 1990. A ideia era simplesmente chamar atenção para o “mundo louco” onde estamos vivendo.

Em shows mais recentes da turnê iniciada em 2017, que aconteceram em agosto na Europa, o repertório tem sido seguido à risca e abrange o que há de melhor na carreira da banda a partir da década de 1980. Os hits arrasa-quarteirão , “Rock You Like a Hurricane”, “Still Loving You”, “Wind of Change”, “The Zoo”, “Send Me An Angel”, “Blackout” e “Big City Nights” marcam presença em todos os setlists do Scorpions.

Os álbuns dos anos 1970 – cultuados pelos fãs, mas de pouco apelo com o público geral – são representados apenas por duas faixas de “Lovedrive”: “Coast To Coast” e “Is There Anybody There?”. Há, ainda, um medley que traz músicas anteriores a este disco: “Top of the Bill”, “Steamrock Fever”, “Speedy’s Coming” e “Catch Your Train”.

– Os 10 melhores álbuns do Scorpions, segundo Rudolf Schenker

Chama atenção, ainda, a presença de outro medley que reúne as músicas “Bad Boys Running Wild”, “I’m Leaving You” e “Tease Me Please Me”, bem como a escolha de duas faixas do álbum mais recente, “Return to Forever”: “Going Out With a Bang” e “We Built This House”. Isso indica que o Scorpions segue se enxergando como um nome produtivo, já que não só destaca faixas mais atuais no setlist, como, também, já prometeu em entrevistas que um novo trabalho será gravado em 2020.

Entre as ausências de repertórios atuais, a única que salta às vistas é “Overkill”. A música do Motörhead vinha sendo tocada não só para homenagear o falecido vocalista e baixista Lemmy Kilmister, como, também, para dar destaque ao baterista Mikkey Dee, que integrou o grupo de Lemmy por mais de duas décadas e, após seu fim, se juntou aos alemães.

– Mikkey Dee fala sobre ‘desafio’ de tocar com o Scorpions

Com tantos hits enfileirados, o Scorpions traz, habitualmente, um show tão elétrico que mal dá tempo para se respirar. Mesmo em idade avançada, os carismáticos músicos ainda oferecem uma boa performance e a banda é entrosada. Costuma agradar.

Veja, a seguir, um repertório recente do Scorpions e alguns vídeos das últimas apresentações:

  1. Going Out With a Bang
  2. Make It Real
  3. Is There Anybody There?
  4. The Zoo
  5. Coast to Coast
  6. Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy’s Coming / Catch Your Train
  7. We Built This House
  8. Delicate Dance
  9. Send Me an Angel (acústica)
  10. Wind of Change
  11. Bad Boys Running Wild / I’m Leaving You / Tease Me Please Me
  12. Solo de bateria
  13. Blackout
  14. Big City Nights
  15. Still Loving You
  16. Rock You Like a Hurricane

Whitesnake

O Whitesnake é o único nome desses shows que rodam o Brasil a chegar com um álbum realmente novo na bagagem. O disco, intitulado “Flesh & Blood”, foi lançado no Brasil por meio da Hellion Records e está disponível desde o mês de maio.

Como a turnê que promove “Flesh & Blood” teve início recentemente, é provável que o mesmo repertório seja mantido para este novo ciclo. Mesmo fora de festivais, trata-se de um setlist mais enxuto, com 13 músicas (fora os solos) e pouco mais de 70 minutos de duração.

Praticamente todo o material dos shows vem de três álbuns. Um deles, claro, é o recente “Flesh & Blood”, com três contribuições: “Hey You (You Make Me Rock)”, “Shut Up & Kiss Me” e “Trouble Is Your Middle Name”. Os outros são os clássicos “Slide It In” (1984) e “Whitesnake” (1987), privilegiando hits do porte de “Is This Love”, “Love Ain’t No Stranger”, “Slow An’ Easy”, “Still Of The Night” e “Here I Go Again” – esta última, original do disco “Saints & Sinners”, mas tocada na versão gravada anos depois, entre outros.

O restante da apresentação é marcada por solos de guitarra e bateria e versões para “Burn” (Deep Purple) e “Ain’t No Love in the Heart of the City” (Bobby “Blue” Bland, com versão consagrada pelo Whitesnake).

– Whitesnake divulga seu 13° álbum, Flesh & Blood; ouça e leia opinião

Figurinha carimbada em muitas turnês do Whitesnake, a música “Fool For Your Loving” não comparece nos repertórios atuais. Também não há nehuma outra faixa do álbum para o qual ela foi regravada (e onde fez sucesso), “Slip Of The Tongue” (1989).

Também apostando em um repertório repleto de hits, o Whitesnake tem um show interessante, de instrumental bem pesado e destaque aos músicos individualmente. A voz de David Coverdale soa bem gasta, mas ele sabe utilizá-la – e o mais importante: quando não usá-la. Os backing vocals sempre ocupam o espaço em momentos de extensão vocal, enquanto o frontman brilha nas passagens mais graves ao exibir seu timbre tão característico.

– David Coverdale tinha dívida milionária antes de ‘1987’

Para quem espera o Coverdale dos anos 1980, o show do Whitesnake pode ser um pouco frustrante. No entanto, os fãs que entendem estar diante de um vocalista de quase 70 anos costumam sair satisfeitos.

Veja, a seguir, um repertório recente do Whitesnake e alguns vídeos das últimas apresentações:

  1. Bad Boys
  2. Slide It In
  3. Love Ain’t No Stranger
  4. Hey You (You Make Me Rock)
  5. Slow an’ Easy
  6. Ain’t No Love in the Heart of the City
  7. Trouble Is Your Middle Name
  8. Duelo de guitarra
  9. Shut Up & Kiss Me
  10. Solo de bateria
  11. Is This Love
  12. Give Me All Your Love
  13. Here I Go Again
  14. Still of the Night
  15. Burn (Deep Purple cover)

Helloween

A grande incógnita, em termos de show, é o Helloween. A turnê de reunião “Pumpkins United”, que trouxe o vocalista Michael Kiske e o guitarrista e também cantor Kai Hansen de volta, tem feito a banda se apresentar, quase sempre, como headliner. Porém, neste giro pelo Brasil, o grupo está escalado como uma das primeiras, quando não a primeira, da noite.

Em entrevista exclusiva, o guitarrista Sascha Gerstner disse que, embora não soubesse ainda o tempo exato de show, a banda já tinha consciência de que precisaria fazer uma apresentação mais enxuta. Ou seja: o show especial realizado nos últimos dois anos, com cerca de 20 músicas, está praticamente descartado.

O tempo de show pode variar dependendo das cidades. Em Brasília e Florianópolis, por exemplo, o Helloween divide palco apenas com o Scorpions, o que pode fazer o setlist aumentar um pouco, chegando a 90 minutos. Já em outras, há, pelo menos, o Whitesnake na escalação, o que fará os músicos alemães quebrarem a cabeça para escolher apenas as músicas mais certeiras em um set de, aproximadamente, uma hora.

O show que o Helloween fará no Brasil deve ser, em termos de repertório, bastante semelhante ao realizado no Sweden Rock Festival de 2018. Na ocasião, a banda precisou enxugar a apresentação para 15 músicas, preservando o medley em que Kai Hansen assume os vocais.

– Em 2003, banda quase reuniu Kai Hansen, Michael Kiske, Roland Grapow e Uli Kusch

Neste setlist mais enxuto, a prioridade é para as músicas dos dois “Keepers”. No Sweden Rock, foram tocadas oito faixas desses dois álbuns, incluindo “Future World”, “Halloween” (provavelmente, tocada de forma parcial), “Eagle Fly Free” e “I Want Out”, entre outras.

“Walls of Jericho”, o disco que conta com os vocais de Kai Hansen, foi representado não só pelo medley que reúne “Starlight”, “Ride the Sky” e “Judas”, como, também, pelas músicas “Heavy Metal (Is the Law)” e “How Many Tears”.

– Helloween, a banda que não soube ser grande

No festival sueco, a fase Andi Deris foi representada por apenas três músicas: “Power”, “If I Could Fly” e “Waiting For The Thunder”. Porém, o cantor que segue no Helloween desde 1994 participa ativamente de todo o show, dividindo vocais, em especial, com Michael Kiske.

Ainda que não seja com o repertório completo, o show do Helloween promete ser um dos mais divertidos de todo esse giro. A presença de Kiske e Hansen revigorou uma banda que, até então, só estava fazendo a tarefa de casa.

Muitos fãs têm citado, porém, que Andi Deris é um dos grandes destaques. Como não precisa mais cantar o show todo, nem se esgoelar nas músicas de Michael Kiske, o cantor fixo do Helloween está mandando muito bem em suas aparições.

– ‘Eu era a pedra no sapato de Andi Deris e vice-versa’, diz Michael Kiske

O instrumental, por sua vez, dispensa menções. São três guitarristas muito bons, um baixista lendário e um baterista que pode não ser tão criativo quanto seus antecessores, mas aguenta shows bem extensos e cansativos sem deixar a peteca cair.

Veja, a seguir, o repertório tocado pelo Helloween no Sweden Rock Festival 2018 e alguns vídeos de shows do ano passado:

  1. Halloween (parcial)
  2. Dr. Stein
  3. I’m Alive
  4. Waiting for the Thunder
  5. Starlight / Ride the Sky / Judas
  6. Heavy Metal (Is the Law)
  7. A Little Time
  8. If I Could Fly
  9. Power
  10. How Many Tears
  11. Eagle Fly Free
  12. Keeper of the Seven Keys (parcial)
  13. Solo de guitarra de Kai Hansen
  14. Future World
  15. I Want Out

Europe

Ainda em turnê com o álbum “Walk the Earth” (2017), o Europe entrou na turnê, ao que tudo indica, por acaso. Não à toa, fará apenas duas das várias datas marcadas.

Em São Paulo, a tendência é que o show seja bem resumido, já que são quatro atrações internacionais no mesmo dia. Já em Curitiba, é possível que a banda ganhe algum tempo extra.

A atenção maior é dada ao clássico álbum “The Final Countdown” (1986), que contribui com a icônica faixa título e os hits “Rock The Night” e “Carrie”, entre outras. O disco seguinte, “Out Of This World” (1988), oferece “Superstitious”, “Sign of the Times” e “Ready Or Not”.

O elemento variável está no restante do setlist, que é composto de faixas dos álbuns mais recentes. Canções como “War of Kings”, “Walk the Earth”, “Nothin’ To Ya”, “Last Look At Eden” e “Hole In My Pocket”, entre outras, devem aparecer para completar o set, dependendo do tamanho do show.

Veja, a seguir, um repertório recente do Europe e alguns vídeos das últimas apresentações:

  1. Walk the Earth
  2. The Siege
  3. Rock the Night
  4. Scream of Anger
  5. Last Look at Eden
  6. Solo de teclado
  7. Sign of the Times
  8. Heart of Stone
  9. War of Kings
  10. Nothin’ to Ya
  11. Carrie
  12. Wasted Time
  13. Solo de bateria
  14. Ready or Not
  15. Superstitious
  16. Cherokee
  17. The Final Countdown

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioNotíciasO que esperar dos shows de Scorpions, Whitesnake, Helloween e Europe no...
Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades