O vocalista e baixista Gene Simmons falou, em entrevista ao Los Angeles Times, sobre o fato do Kiss estar em sua segunda turnê de despedida. A “End Of The Road” promete concluir as atividades da banda, após um giro mundial que deve durar por volta de três anos.
No início do século, porém, o Kiss realizou a “Farewell Tour”, ainda durante a reunião de sua formação original, sob o mesmo pretexto: realizar uma excursão derradeira antes de “pendurar as botas de plataforma”. Ao fim da tour, entre 2003 e 2004, eles mudaram de ideia e decidiram seguir – primeiramente, com o guitarrista Tommy Thayer e, depois, com o baterista Eric Singer, que já havia integrado o grupo na década de 1990.
Simmons manteve parte da explicação repetida ao longo dos anos – de que a culpa de toda a situação era do guitarrista Ace Frehley e do baterista Peter Criss, que haviam retornado à banda em 1996. “Teve a ver com nossos dois integrantes originais que, de novo, chegaram ao fim da linha. Cada um deles esteve dentro e fora da banda por três vezes diferentes. Nós os amamos enquanto pessoas, mas nem todo mundo foi feito para se apresentar em longo prazo”, afirmou.
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Em seguida, Gene apresentou uma variável diferente para sua explicação: os fãs. “Nós pensávamos que não dava para seguir com o Kiss sem Ace e Peter, mas os fãs perguntavam: ‘por que não?’. Nós vimos outras bandas que estavam com vidas muito saudáveis e continuaram. Então, muitas dessas regras são autoimpostas e, no fim das contas, nos ajoelhamos diante de nossos chefes, que são os fãs”, disse.
Curiosamente, a versão de Gene Simmons não se enquadra tão bem com a trajetória do Kiss, já que Ace Frehley e Peter Criss deixaram a formação no início da década de 1980 e, mesmo assim, a banda permaneceu na ativa. Músicos como os guitarristas Vinnie Vincent, Mark St. John e Bruce Kulick e o baterista Eric Carr, além do já citado Eric Singer, ocuparam, ao longo dos anos, as duas vagas deixadas.
Em entrevista anterior à Rolling Stone, o vocalista e guitarrista Paul Stanley também explicou por que o Kiss decidiu continuar após a “Farewell Tour”. “A turnê de despedida foi no fim do tempo em que trouxemos de volta dois integrantes originais (Ace Frehley e Peter Criss) e foi um trabalho tão penoso, difícil e infeliz que parecia algo como: ‘vamos parar por aqui’. Após a turnê acabar, não demorou muito para que eu percebesse que não queria dizer adeus à banda. Eu queria dizer adeus a dois membros”, afirmou, na ocasião.
Histórico do falso fim
Em 2000, após duas turnês com a reunida formação original – composta por Paul Stanley, Gene Simmons Ace Frehley e Peter Criss -, o Kiss anunciou que encerraria suas atividades, mas, antes, realizariam a “Farewell Tour”. A excursão rodou pela América do Norte em 2000.
O contrato do baterista Peter Criss se encerrava após o último show de 2000, mas foram marcadas datas em 2001, na Ásia e na Austrália. Não foi possível renovar com Criss, então, Eric Singer assumiu o posto para essas datas específicas.
Em 2002, já sem Ace Frehley, mas com Peter Criss de volta, a banda anunciou que não se aposentaria. No ano seguinte, foi realizada a “World Domination Tour”, com o guitarrista Tommy Thayer no posto de Ace Frehley.
O contrato de Peter Criss, novamente, não foi renovado e ele deixou o Kiss em definitivo. Em 2004, o grupo voltou com Eric Singer, além de Tommy Thayer.