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Brian May rebate críticas precipitadas ao filme Bohemian Rhapsody

O guitarrista Brian May comentou, de forma breve, sobre as críticas feitas a “Bohemian Rhapsody”, cinebiografia sobre o Queen, que chegou aos cinemas no fim de 2018. Após o sucesso de bilheteria e os dois Globos de Ouro conquistados pelo filme, como Melhor Filme de Drama e Melhor Ator de Drama (para Rami Malek, que interpretou o vocalista Freddie Mercury), May interpreta que os comentários negativos sobre o longa-metragem foram equivocados.

“O erro dos críticos foi fazer uma resenha sobre o trailer em vez do filme. E
les tiraram conclusões precipitadas. Quando as pessoas apontam suas afirmações, é difícil que elas voltem atrás”, afirmou, em declaração ao site Deadline.

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As primeiras críticas feitas por jornalistas especializados em cinema sobre “Bohemian Rhapsody” não foram nada positivas. Scott Mendelson, da Forbes, disse que a produção tem um tom homofóbico: “O filme não consegue se libertar da fórmula de cinebiografia, especialmente nos desvios à vida pessoal de Mercury”. Steve Rose, do The Guardian, deu apenas duas estrelas ao longa por ter um “subtexto moralista problemático”: “O filme mostra os anos de selvageria de Mercury como um sintoma de sua homossexualidade”.

Mesmo antes de sua estreia, o filme esteve no centro de um debate a respeito da sexualidade de Freddie Mercury. A descrição do primeiro trailer, divulgada pela 20th Century Fox, apenas cita que ele enfrentou uma “doença com risco de vida”. Nas imagens, Mercury aparece flertando com mulheres.

Pelo Twitter, o produtor de cinema Bryan Fuller (“Star Trek: Discovery”, “Hannibal”) fez uma crítica ao trailer: “Querida 20th Century Fox… sim, foi uma doença com risco de vida, mas, mais especificamente, era Aids. Por ter feito sexo gay com homens. Faça melhor”, escreveu Fuller, usando a hashtag #hetwashing – indicando algo próximo a “filtragem heterossexual”.

Apesar das críticas negativas, “Bohemian Rhapsody” se tornou a cinebiografia musical de maior arrecadação da história, com arrecadação de US$ 743 milhões (cerca de R$ 2,74 bilhões) em cima de um orçamento de US$ 55 milhões (R$ 202,8 milhões, aproximadamente). A conquista de dois prêmios Globo de Ouro podem, ainda, significar como um aceno ao Oscar, evento mais importante do cinema, cuja cerimônia acontece em 24 de fevereiro.

O conceito de “Bohemian Rhapsody” estava preparado por Brian May e pelo baterista Roger Taylor há muito tempo – eles, inclusive, foram os produtores executivos do longa. Em entrevistas, eles diziam que a ideia é fazer um filme mais “familiar”, que poderia, de certa forma, ocultar detalhes sobre a vida pessoal de Freddie Mercury.

O cantor era bissexual, mas May e Taylor já revelaram, anteriormente, que a orientação sexual do vocalista não era conhecida por eles nos tempos de Queen. A suposta ausência de menções à sexualidade de Mercury teriam feito, inclusive, com que o ator Sacha Baron Cohen – inicialmente cotado para interpretá-lo no filme – desistisse do papel.

O papel de Freddie Mercury acabou ficando com Rami Malek após Sacha Baron Cohen ter discordado do viés que o longa-metragem teria: Cohen queria que a história mostrasse a vida pessoal de Mercury, com direito a classificação indicativa para maiores de 18 anos, enquanto que o roteiro indicava foco na trajetória profissional do cantor.

Em 2016, Sacha Baron Cohen explicou a Howard Stern por que abandonou o elenco do filme. “Não deveria ter ficado tanto tempo envolvido, pois na primeira reunião, anos atrás, um dos membros da banda disse: ‘esse filme será ótimo, porque o que acontece no meio é excelente’. Perguntei o que seria e ele respondeu: ‘Freddie morre, ué’. Deduzi que seria como ‘Pulp Fiction’, em que o meio é o fim, mas ele disse: ‘não, será normal’. Perguntei o que teria na segunda metade e ele explicou: ‘vamos mostrar como a banda seguiu em frente fazendo sucesso’. Eu falei: ‘cara, ninguém vai querer ver um filme em que o protagonista morre de Aids no meio e a carreira de seu grupo continua'”, afirmou.

Em declarações recentes, Brian May negou a suposta versão do filme citada por Sacha Baron Cohen. “Acho que percebemos bem na hora o tamanho do desastre. E não era difícil perceber isso. Mas, sim, foi um dos problemas que quase tivemos”, disse, em menção a Cohen.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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