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Os 10 melhores álbuns de rock e metal em 2018, na minha opinião

O ano de 2018 serviu, mais uma vez, para mostrar que o mundo ainda nos presenteia com música pesada e inédita de qualidade. Desta vez, porém, há um ar especial: temos bandas novas chutando a porta de verdade, com disposição para mudar o cenário decadente em que o rock e o metal se encontrava entre o fim da década passada e o início desta. Sendo assim, não é difícil eleger os melhores álbuns de rock e metal em 2018, pois há diversas opções para se observar.

Na lista a seguir, em que elenco os 10 melhores álbuns de rock e metal em 2018 – na verdade, os que mais gostei de ouvir –, quase todas as bandas foram formadas neste século e lançaram trabalhos de estreia nesta década. Embora minhas preferências não sejam definitivas para mais ninguém – são só os discos de 2018 que mais curti, ponto –, saber que há grupos novos em plena atividade e soando originais é reconfortante.

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Também me espanta, só que de forma um pouco mais negativa, a ausência de nomes do metal, como um todo, na minha lista de preferências. Faz tempo que reflito sobre o heavy metal e seus subgêneros e não é de hoje que acredito que o estilo precise de mais originalidade. Há, obviamente, bandas boas fazendo trabalhos diferenciados nos dias de hoje, mas nem todas têm o mesmo fôlego de nomes de outras vertentes do rock.

Veja, abaixo, os 10 melhores álbuns de rock e metal em 2018, na minha opinião:

10) The Night Flight Orchestra – “Sometimes The World Ain’t Enough”

De início, não gostei tanto de “Sometimes The World Ain’t Enough”, quarto disco do The Night Flight Orchestra. Devo admitir, porém, que o álbum cresceu aos meus ouvidos em audições posteriores à sua época de lançamento. O grupo sueco, com membros do Soilwork e Arch Enemy, pratica um AOR divertido e híbrido, com direito a pitadas de funk rock e até progressivo. Embora o novo álbum não soe tão diferente do antecessor, “Amber Galactic” (2017) – até por terem sido lançados num intervalo de 13 meses – as músicas são boas, há conexão artística no material e a sensação não é de cansaço. No fim das contas, é o que importa.

9) Joe Bonamassa – “Redemption”

A carreira solo de Joe Bonamassa é sinônimo de “regularidade”. São 13 álbuns em 18 anos – e nenhum deles é abaixo da média. Em “Redemption”, porém, o talentoso guitarrista de blues rock parece ainda mais inspirado, já que o repertório é muito bom. E as participações do habilidoso baterista Anton Fig (Ace Frehley,  The CBS Orchestra) e do organista Reese Wynans (Stevie Ray Vaughan, Captain Beyond) – este, membro fixo da banda de Bonamassa – só engrandecem ainda mais o registro.

8) Halestorm – “Vicious”

 

Quarto disco do Halestorm, “Vicious” reafirma a banda de Lzzy e Arejay Hale entre as grandes bandas de metal da década. O quarteto aprendeu com os erros (e acertos, por que não?) do mediano “Into the Wild Life” (2015) e, em seu novo trabalho, soa maduro o suficiente para mesclar um peso inquestionável a fortes ganchos melódicos, que te fazem cantarolar as músicas pelo resto do dia. E é incrível como Lzzy Hale segue evoluindo, especialmente como cantora – que voz!

7) Alice In Chains – “Rainier Fog

 

O Alice In Chains é uma das poucas bandas antigas que se propõe a fazer algo novo. Sem inventar moda, mas sem repetir fórmulas. Apenas novo. “Rainier Fog”, terceiro com William DuVall nos co-vocais, traz o grupo ainda mais próximo do heavy/doom metal. E o mais importante: o trabalho mostra que, ao invés de gozarem dos louros do passado, Jerry Cantrell e seus companheiros anseiam por continuidade – profissional e artística.

6) Greta Van Fleet – “Anthem of the Peaceful Army

 

Por um lado, o primeiro álbum full-length do Greta Van Fleet (os outros dois trabalhos, de 2017, são EPs) pode ser considerado uma decepção. Com “Anthem of the Peaceful Army”, a banda tinha potencial para encabeçar todas as listas de melhores discos de 2018. Como o patamar estabelecido anteriormente era alto demais, as expectativas não foram correspondidas. Ainda assim, o disco de estreia do quarteto dos irmãos Kiszka tem ótimos momentos, especialmente quando deixam a influência do Led Zeppelin um pouco de lado. No mais, os garotos estão começando agora. Há espaço para evolução, mas o que é apresentado aqui já é bom o bastante para entrar no meu top 10.

5) Black Mirrors – “Look Into The Black Mirror”

 

Minha grande descoberta de 2018 foi o Black Mirrors. Liderado pela incrível vocalista Marcella Di Troia, esse quarteto belga apresenta, em seu disco de estreia, um som pesado que transita entre o hard rock contemporâneo e o metal alternativo, com direito a influências de doom e stoner metal – só que com velocidade na batida. Difícil de explicar, né? Talvez facilite com uma fácil comparação: o Black Mirrors é como uma evolução natural do Royal Blood.

4) Black Stone Cherry – “Family Tree”

 

O Black Stone Cherry é daquele tipo de banda que não nasceu pronta. Foram necessários outros cinco álbuns até que “Family Tree”, o sexto, soasse tão bem. O segredo? Neste disco, a banda se livra em definitivo de qualquer influência post-grunge, que estagnava a sonoridade dos trabalhos anteriores. Essencialmente, “Family Tree” traz uma espécie de southern rock/metal bastante fluido, com faixas que têm potencial para se tornarem hits.

3) The Temperance Movement – “A Deeper Cut”

 

O álbum de estreia do The Temperance Movement, de 2013, é bom. Já em “White Bear”, de 2016, a banda não conseguiu se segurar. O terceiro e mais atual, “A Deeper Cut”, corrige os erros do segundo disco e ainda eleva o patamar alcançado com o debut. Aqui, o hard rock de forte tempero southern, com pitadas de blues e country, encontrou um ponto de maturidade. E o resultado é muito envolvente.

2) Ghost – “Prequelle

 

O Ghost acertou de novo. “Meliora”, de 2015, já era incrível. “Prequelle”, de 2018, manteve o nível de qualidade, mesmo com uma pitada pop mais acentuada. O heavy rock de tom occult da banda de Tobias Forge se reforçou com influências mais classic rock e, em alguns momentos, até de new wave. Tem tudo para se tornar uma das maiores bandas de metal dos tempos atuais.

1) The Struts – “Young & Dangerous

 

O The Struts já havia chamado a minha atenção com sua estreia, “Everybody Wants”, de 2014. Em “Young & Dangerous”, o quarteto britânico soa muito bem ao misturar influências do glam rock, de nomes como Slade e Queen, a um forte tempero pop. Embora a comparação tenha sido feita para situar, o grupo soa original o bastante para liderar, em minha preferência, o ranking de melhores álbuns de 2018.

Outros 15 álbuns que não entram no top 10, mas são recomendados e merecem menção (em ordem alfabética):

Black Label Society – “Grimmest Hits”: O 10° disco da banda de Zakk Wylde é fortemente influenciado pelo doom e stoner metal, além de não contar com os excessos sonoros do guitarrista de Ozzy Osbourne – ou seja, é um de seus melhores trabalhos em muito tempo.

Blackberry Smoke – “Find a Light”: É quase impossível um álbum desse quinteto de country/southern rock decepcionar. Mais uma vez, eles fizeram muito bem o dever de casa.

City of Thieves – “Beast Reality”: Com forte influência do AC/DC e uma dose extra de peso, essa banda britânico de hard rock mostra, em “Beast Reality”, que tem muito potencial. Soa como um Airbourne mais original, o que já é bom.

DeWolff – “Thrust”: Em seu sexto álbum, o trio holandês preferiu pensar mais ao compor – ou seja, com menos jams e mais reflexão nas letras e melodias. O resultado é um disco de hard rock empoeirado, como de costume, mas de sonoridade forte e envolvente. O melhor de sua carreira.

Hardcore Superstar – “You Can’t Kill My Rock ‘N Roll”: Fazia tempo que a banda sueca de sleaze rock não entregava um disco bom de verdade – desde 2009, com “Beg For It”, para ser mais exato. Seu 11° disco de estúdio remete aos seus bons tempos, com muitas composições inspiradas.

Judas Priest – “Firepower”: Melhor álbum do Priest desde “Jugulator” (1997), “Firepower” se sobressai pelo repertório inspirado e pela correção dos excessos de trabalhos anteriores. Soa redondinho, perfeito para os fãs de uma das grandes bandas de heavy metal da história.

Lucifer – “Lucifer II”: Para o segundo álbum de sua banda, a cantora Johanna Sadonis (Oath) dispensou todos os outros músicos e trabalhou, de forma primária, com o multi-instrumentista Nicke Andersson (The Hellacopters, Entombed). O resultado final é um disco bem mais orientado ao hard rock setentista, com um tom de occult/heavy rock, do que o antecessor, que soava mais psicodélico. O resultado do novo material me agrada ainda mais.

Oceans Of Slumber – “The Banished Heart”: Uma das bandas mais interessantes e distintas que o metal progressivo nos presenteou nos últimos tempos é o Oceans Of Slumber. Em seu terceiro álbum, o grupo comandado por Cammie Gilbert acentua as influências doom à sua sonoridade prog – que, por vezes, é complexa de se entender, mas atrai muito pelo tom experimental.

Orange Goblin – “The Wolf Bites Back”: O stoner metal do Orange Goblin nunca esteve tão híbrido como em “The Wolf Bites Back”. São tantas influências diferentes que fica até difícil classificar em apenas um gênero musical. Aqui, a banda vai do blues rock ao groove metal com naturalidade. Em tempos de segmentação estilística, é incrível que ainda tenhamos grupos assim.

RSO – “Radio Free America”: A parceria – e a relação – entre os guitarristas Richie Sambora (Bon Jovi) e Orianthi (Alice Cooper, Michael Jackson), só durou um disco. Valeu a pena: as incursões ao soft rock, pop e blues nesse álbum representam o sopro de criatividade que Sambora precisava manifestar após ter deixado a banda que o consagrou.

Spiders – “Killer Machine”: Esse quarteto sueco já tem três álbuns, mas admito que só o conheci recentemente. Uma pena que não tenha escutado antes. “Killer Machine”, em especial, soa intenso: hard rock com forte influência dos conterrâneos do Hellacopters, guiados pelos fortes vocais de Ann-Sofie Hoyles.

Stone Temple Pilots – “Stone Temple Pilots”: Os vocalistas Scott Weiland e Chester Bennington (Linkin Park) já haviam deixado de integrar o Stone Temple Pilots quando faleceram – o primeiro, por overdose; o segundo, suicídio. Ainda assim, há uma aura obscura em torno do grupo, que tenta seguir suas atividades. Com o talentoso Jeff Gutt nos vocais, esse novo disco pode ser o começo de algo muito bom.

The Dead Daisies – “Burn It Down”: Cada vez mais, o Dead Daisies tem mostrado a que veio. Embora o novo álbum seja o menos inspirado dos quatro já lançados pelo supergrupo, vale destacar que o patamar estabelecido anteriormente era muito alto – e o material de agora, pelo menos, soa redondinho e inserido na ideia de se fazer hard rock realmente pesado, “hard”, como o nome diz.

The Sheepdogs – “Changing Colours”: Esse quinteto canadense aposta em uma fórmula que tem dado certo para inúmeras bandas – um southern rock atualizado e híbrido, com influências fortes do blues e até do country. E o bom resultado obtido em seu sexto álbum, “Changing Colours”, é digno de menção nesse artigo.

W.E.T. – “Earthrage”: O terceiro disco do projeto de Jeff Scott Soto, Erik Martensson (Eclipse) e  Robert Sall (Work of Art) corrige os erros do segundo, “Rise Up” (2013), e retoma a inspiração vista no álbum de estreia, de 2009. Aqui, há melodic rock/AOR de primeira qualidade, com melodias refinadas e ótimo trabalho de vozes.

Confira, abaixo, a playlist que montei com músicas dos melhores álbuns de rock e metal de 2018, em minha opinião:

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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