Ozzy Osbourne sempre esteve acompanhado de grandes guitarristas. Tony Iommi (no Black Sabbath), Randy Rhoads, Jake E. Lee, Zakk Wylde, entre outros ajudaram na construção do legado do Madman no heavy metal.
Por estar sempre com grandes guitarristas, Ozzy Osbourne teve alguns “quases” entre nomes consagrados das seis cordas. A lista abaixo reúne 10 músicos que, por pouco, não entraram para a banda de Ozzy – vale destacar que alguns chegaram a tocar com ele em determinadas ocasiões, mas não passaram de um show ou algumas sessions de estúdio e nunca foram efetivados.
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Confira:
Gary Moore
O primeiro “quase” da banda solo de Ozzy Osbourne foi o guitarrista Gary Moore, que já era consagrado por suas passagens pelo Thin Lizzy. Moore foi convidado, em 1979, a ocupar a vaga que acabou sendo de Randy Rhoads.
“Eu estava morando em Los Angeles, formando uma banda chamada G-Force. Ozzy estava morando em um hotel, ele havia sido expulso do Black Sabbath e tentava montar uma banda. O guitarrista que ele queria em sua banda era eu. Sei disso, porque ele ficou tentando repetidamente, mas eu não queria. Havia acabado de deixar o Thin Lizzy, não queria cair na mesma situação em que alguém está menos sóbrio do que deveria (risos)”, contou o guitarrista, em entrevista a um vídeo institucional dos amplificadores Marshall.
Apesar de ter dito “não”, Gary Moore se ofereceu para ajudar Ozzy Osbourne a montar uma banda solo. “Minha banda ia para o estúdio. Se ele estava testando um baixista, por exemplo, eu o deixava tocar com meu baterista. Se era um guitarrista, deixava testá-lo com meu baixista e baterista. Eu gostava muito dele, é um cara legal”, disse o músico.
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Quando Ozzy Osbourne encontrou Randy Rhoads, Gary Moore já estava fora de cena, mas ele disse que chegou a conversar com o então jovem guitarrista. “Ele estava apreensivo por interromper os estudos de violão clássico, mas eu disse que seria uma boa experiência para ele. Acho que meu conselho foi correto. Ele chegou a incorporar a melodia de ‘Parisienne Walkways’ no solo de ‘Mr. Crowley’. Ele era amável e um grande guitarrista”, afirmou.
Moore chegou a contar com a participação de Ozzy Osbourne em uma música chamada “Led Clones”, lançada por ele no álbum “After The War”, de 1989.
John Sykes
Antes de se consagrar com o Thin Lizzy e o Whitesnake, o guitarrista John Sykes foi convidado a entrar para a banda de Ozzy Osbourne. Ele ocuparia a vaga deixada por Randy Rhoads, falecido em 1982 – o posto acabou assumido temporariamente por Bernie Tormé e Brad Gillis até Jake E. Lee ser efetivado.
Em entrevista à revista Kerrang!, concedida no ano de 1983 e resgatada pela Van do Halen, John Sykes disse que deixou o Tygers Of Pan Tang depois de um contato feito por Sharon Osbourne, empresária e esposa de Ozzy. Só que a situação não correu como o esperado.
“Ela me convidou para completar a turnê americana (interrompida após a morte de Randy Rhoads). Achei que seria bom, pois estava indo em uma direção diferente da banda há certo tempo. Arrumei passaporte e vistos. De repente, tudo parou. Pegaram um músico contratado, Brad sei lá o quê (Brad Gillis, do Night Ranger). Ele finalizou a tour. Não falaram comigo por três meses. Depois, explicaram que não queriam fazer audições paralelamente aos shows”, contou Sykes.
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Ainda segundo o guitarrista, houve um novo contato algum tempo depois. “Estava trabalhando em um single solo com Phil Lynott. Ozzy telefonou e disse que queria me ver tocando. Fomos a um estúdio em Londres, só os dois. Aí, ele queria que eu viajasse até os Estados Unidos para um teste com a banda, que seria a verdadeira audição. Mas eu tinha agendado ir à Irlanda e optei por deixar para lá. Fui convidado para me juntar ao Thin Lizzy e aceitei, pois me dei muito bem com Phil. Acho que foi a melhor decisão a se tomar no momento”, afirmou.
Michael Schenker
Assim como John Sykes, Michael Schenker (MSG, UFO, Scorpions) foi sondado para substituir Randy Rhoads. O músico já falou sobre a situação em diversas entrevistas.
Ao Legendary Rock Interviews, Schenker disse: “Era 1982. Recebi uma ligação no meio da noite. Ozzy disse o que havia ocorrido e me perguntou se eu entraria para a banda. Só que eu estava em meio às gravações de ‘Assault Attack’, com Graham Bonnet e Cozy Powell. Também havia escutado histórias de terror sobre Ozzy arrastar pessoas pelos cabelos (risos), de coisas de fora do palco e tudo mais. Pensei sobre quando me reagrupei com o Scorpions para ‘Lovedrive’. Achei que havia cometido um erro quando fiz aquilo e que não seria bom pra mim”.
Michael Schenker tinha uma questão pessoal sobre abrir mão de sua originalidade enquanto músico. “Não poderia subir ao palco e copiar esses guitarristas e recriar as partes deles, tinha que ser um criador e minha experiência com os Scorpions sempre foi um forte lembrete disso”, afirmou.
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O músico ainda relembrou outras oportunidades que teve no futuro. “Toda vez que me chamavam para outros projetos, como Deep Purple, Phil Lynott, eu sempre reconsiderava e dizia, ‘Michael, você não será feliz se fizer isso, porque terá que tocar essas coisas que outras pessoas tocaram… você precisa ser autoexpressivo, precisa criar e não copiar’. Sempre foi tentador, mas a voz sempre estava em minha mente, dizendo ‘Michael, você não vai ser feliz’ e foi isso. Sempre houve esse entendimento que eu precisava ser livre e não estar em uma posição onde eu estaria substituindo alguém”, disse.
George Lynch
O guitarrista do Dokken, George Lynch, também foi especulado para a vaga deixada por Randy Rhoads após seu falecimento. Lynch queria a vaga, mas acabou não sendo “aprovado”. O músico relatou ter sido considerado por outras duas ocasiões, mas a única em que detalhou a “quase-entrada” foi a primeira.
“De cara, recebi ‘não’ por parte da equipe dele, pois Sharon achava que minha guitarra parecia uma catota. Eu tinha a Tiger verde e azul, antes da amarela e preta. Achei um motivo bem estúpido”, disse George Lynch, em entrevista ao podcast “Talking Metal”.
Segundo o guitarrista, o aspecto visual também influenciou negativamente. “Ozzy entrou no meu quarto de hotel e disse: ‘por que você cortou o cabelo?’. Ele ficou aborrecido pelo cabelo curto. Eu tinha um emprego diurno como motorista de entrega de bebidas e não podia ter cabelo comprido, então, tive que cortar. Eu poderia ter comprado uma peruca, mas ele estava careca na época, então, não fez muito sentido”, afirmou.
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Lynch destacou que aprendeu as músicas e se sentia confiante de que poderia tocar, mas também culpou o baterista Tommy Aldridge – neste caso, com razão – por não ter conseguido a vaga. “Acho que o responsável por eu não ter conseguido a vaga foi Tommy Aldridge, cuja opinião sobre mim (e ele estava certo quanto a isso) era: ele achava que eu precisava ter minha própria banda, que eu não me encaixaria no projeto de qualquer pessoa facilmente. Ele está certo: nunca toquei em uma banda cover ou sob as regras de ninguém”, disse.
Jimi Bell
Antes de Ozzy Osbourne chegar ao nome de Zakk Wylde para substituir Jake E. Lee, o guitarrista Jimi Bell (ex-Joan Jett), que hoje toca com o House Of Lords, foi cogitado para a vaga. Na época, ele era o único músico patrocinado pela linha de guitarras Kramer que não tinha um contrato com uma grande gravadora – na mesma época, meados de 1986, ele era garoto-propaganda da marca ao lado de Eddie Van Halen e outros nomes consagrados.
Empresários da Kramer estreitaram o contato entre Jimi Bell e Ozzy Osbourne após ficarem sabendo que o Madman buscava por um substituto para a vaga de Jake E. Lee. Sharon Osbourne recebeu um vídeo de Bell e gostou do que viu. O músico, então, voou para Los Angeles, onde fez um teste ao lado de centenas de outros guitarristas.
Sharon não iria à primeira etapa de audições, mas fez questão de ver Jimi Bell tocar. Ao vivo, também gostou do que viu. Ela pediu para que Bell voltasse no dia seguinte, para tocar com Ozzy e a banda – na época, formada por Phil Soussan no baixo e Randy Castillo na bateria.
Na segunda etapa, a vaga ficou entre Jimi Bell e outro jovem guitarrista, ainda mais desconhecido, chamado… Zakk Wylde. O resto da história é conhecido: Wylde foi escolhido e se consagrou ao lado do Madman.
Jimi Bell, por sua vez, nunca conseguiu atingir o estrelato. Sua banda na época o dispensou após os músicos terem descoberto sobre as audições com Ozzy Osbourne. Depois, ele foi convidado a entrar para um novo projeto de Geezer Butler e chegou a gravar algumas músicas, mas a gravadora o demitiu, pois estava endividada. Jimi também quase entrou para o Mr. Big, após contato com Billy Sheehan – só que a vaga acabou ficando com Paul Gilbert. O reconhecimento veio tardiamente, com o House Of Lords, banda que ele integra desde 2005.
Steve Vai
A “turnê de aposentadoria” de Ozzy Osbourne foi encerrada em novembro de 1992. Era para ser uma despedida, mas não foi. Diagnosticado erroneamente com esclerose múltipla, o Madman decidiu retomar suas atividades pouco após a tour chegar ao fim.
Focado em projetos paralelos, Zakk Wylde não topou, inicialmente, retornar à banda de Ozzy Osbourne. Então, ele foi substituído por Steve Vai. Só que a parceria não foi adiante – rendeu apenas algumas composições que seriam utilizadas no disco que viria a ser “Ozzmosis” (1995).
No fim das contas, apenas uma música, “My Little Man”, foi usada – e as partes de guitarra gravadas por Steve Vai foram refeitas por Zakk Wylde, que acabou reassumindo o posto. Em entrevista ao podcast de Mitch Lafon, Steve contou que a ideia de não dar sequência à parceria foi do próprio gutarrista.
“Adoro o Ozzy, mas vocês conseguem me ver excursionando com ele? Não consigo me imaginar tocando ‘Paranoid’ toda noite. Dizer que seria um retrocesso é meio forte, mas é isto. Meus instintos me disseram ‘não, não, não'”, afirmou.
Apesar do fim da parceria, Steve Vai continua amigo de Ozzy Osbourne até os dias de hoje. Ao menos é o que diz Zakk Wylde, que retornou para gravar “Ozzmosis” e, depois, saiu – a vaga acabou ficando temporariamente com Joe Holmes.
Richie Kotzen
A tentativa de parceria com Steve Vai não deu certo. E mais um talentoso guitarrista foi considerado para gravar o disco que se tornaria “Ozzmosis”: Richie Kotzen. Na época, o músico havia recém-saído do Poison e retomado a sua carreira solo. Nos últimos tempos, também chegou a integrar o Mr. Big e capitaneia o The Winery Dogs.
Em entrevista ao Legendary Rock Interviews, Richie Kotzen relembrou o convite feito por Ozzy Osbourne. “Meu contrato com a Geffen havia acabado e recebi uma ligação do meu agente. Sharon queria falar comigo, pois precisavam de um guitarrista. Eles tinham trabalhado com Steve Vai, mas por algum motivo, não funcionou. Me mandaram para Nova York. Lembro que estava muito doente, graças a uma intoxicação alimentar. Tiveram que me levar de cadeira de rodas, foi um pesadelo”, disse.
No geral, a química havia rolado. “Fui ao hotel e conheci Ozzy. Assistimos a ‘Debi & Loide’ juntos. Depois fui ao restaurante com Sharon. Ela falou quanto iam me pagar e que poderia vender minhas próprias camisetas. Fiquei empolgado. Ensaiei com a banda, com Geezer Butler no baixo e Deen Castronovo na bateria. Voltei para casa e contei a novidade, já tínhamos negociado contrato e tudo mais”, afirmou.
A informação de que Richie Kotzen estava dentro começou a se espalhar por meio do site AOL, que já era popular na época. “A repercussão foi negativa pelo fato de eu ter tocado no Poison. Eram pessoas que não conheciam meu trabalho além de ‘Native Tongue’. Fiquei puto com quem soltou a informação, era um amigo”, disse.
Graças ao Poison, Richie Kotzen não entrou para a banda de Ozzy Osbourne. “O único motivo que posso alegar foi a repercussão, pois estava tudo certo. Pararam de me responder, não tive mais retorno. Enviei ideias para músicas, mas a comunicação foi cortada. Acabou que Zakk voltou para gravar o disco (‘Ozzmosis’) e depois pegaram outro cara (Joe Holmes). Tocar no Poison foi uma grande oportunidade, mas me fez perder muitas chances posteriores”, afirmou.
Alex Skolnick
Entre os concorrentes à vaga de guitarrista de Ozzy Osbourne listados nesse texto, Alex Skolnick foi o único que chegou a se apresentar ao vivo com o Madman. No entanto, só durou por um show, que aconteceu em 1995, em um pub de Nottingham, na Inglaterra – era um show secreto, meio que como um aquecimento para a turnê que divulgaria “Ozzmosis”.
“Fiz uma jam com Ozzy pela primeira vez. E todos me disseram que Ozzy odeia ensaiar. Disseram: ‘ele vai chegar e chamar por uma música. Apenas saiba como tocar a canção. Será uma dessa lista. Não fique afinando. Se seu amplificador fizer barulho, tire. Ele odeia barulho'”, disse Alex Skolnick.
Apesar da repulsa de Ozzy Osbourne com relação a ensaios, Alex Skolnick disse que tudo saiu muito bem. “Sabia que faríamos um show que não foi divulgado. Mas, então, ouvi que a apresentação seria cancelada por conta de um problema que ele teve na garganta”, afirmou o músico. O show foi desmarcado e remarcado algumas vezes até que, enfim, aconteceu.
Após o show, Alex Skolnick disse que Ozzy Osbourne o parabenizou e contou que ele estava contratado. Toda a equipe cumprimentou Skolnick, exceto uma pessoa: Sharon Osbourne. “Várias dicas estavam aparecendo. Coisas como ‘você poderia abaixar a sua guitarra’, ‘poderia posar dessa forma’, entre outros. E eu percebi que ela queria que eu me tornasse Zakk Wylde. Talvez tenham se acostumado com aquela imagem”, afirmou o músico, que acabou não permanecendo no grupo.
Buckethead
O guitarrista Zakk Wylde não trabalhou com Ozzy Osbourne no ano de 2005, quando o álbum de versões “Under Cover” foi gravado e lançado. A vaga foi ocupada temporariamente por Jerry Cantrell, do Alice In Chains, mas a intenção de Ozzy era contar com Buckethead, recém-saído do Guns N’ Roses, para o trabalho.
O próprio Ozzy falou, em entrevista à revista Revolver, sobre a tentativa de trabalhar com Buckethead. “Nos encontramos, chamei-o para trabalhar comigo, mas sem aquela p*rra de balde. Voltei mais tarde e ele estava com um capacete verde, do Marvin. Eu disse: ‘seja você mesmo'”, afirmou o Madman, inicialmente.
“Ele contou que se chamava Brian, então, eu disse que o chamaria assim. Ele me respondeu: ‘ninguém me chama de Brian, só minha mãe’. Respondi: ‘então finja que sou sua mãe’. Eu nem havia saído da sala e já estava fazendo jogos mentais com o cara. O que acontece se um dia ele se for e deixar um bilhete dizendo: ‘evaporei’? Não me entenda mal por favor, ele é um grande guitarrista. Toca como um filho da puta”, concluiu.
Jeff Loomis
Entre as “idas e vindas” de Zakk Wylde como guitarrista de Ozzy Osbourne, o maior período de ausência do músico foi entre os anos de 2009 e 2017. A vaga foi ocupada por Gus G., do Firewind, durante esse período.
Antes do guitarrista do Firewind tomar o posto, Jeff Loomis (Arch Enemy, ex-Nevermore) foi considerado. Loomis disse que foi até Los Angeles para uma audição e tocou cinco músicas com a banda de Ozzy, enquanto era observado pelo Madman e Sharon.
“Ele disse que eu tocava de forma fantástica, então, Sharon perguntou a minha idade. Disse que eu tinha 38 e ela respondeu ‘oh, ok, obrigado’. Ali eu soube que eles estavam procurando por alguém mais jovem”, afirmou.
Ainda que não fosse tão jovem quanto Ozzy e Sharon Osbourne procuravam, Jeff Loomis acreditou que ficaria com a vaga. “Toquei muito bem todas as músicas. Um mês depois, ouvi que Gus G. ficou com a vaga, então fiquei um pouco chateado. Seria legal ser o último guitarrista de Ozzy. Seria como um legado, mas, infelizmente, não fiquei com a vaga”, afirmou.