Os integrantes do Iron Maiden refletiram sobre “The Book Of Souls”, disco mais recente da banda, em entrevista à Louder. O álbum foi relembrado pela publicação porque seu aniversário de três anos de lançamento foi celebrado no início do mês – mais precisamente, no dia 4 de setembro.
“A coisa incrível para mim é a forma que Bruce canta nele. Ele soa fantástico. É incrível pensar que ele fez aquilo estando tão doente”, disse o baixista Steve Harris, mencionando o problema de saúde enfrentado por Bruce Dickinson recentemente – o cantor foi diagnosticado com um câncer na língua e, agora, já está recuperado.
“Um disco duplo é legal, de verdade. Ninguém faz discos duplos mais. Pensamos que os fãs de Maiden iriam amar”, afirmou Bruce Dickinson. “Nesses dias em que as pessoas apenas estão baixando músicas e pulando de uma coisa para outra, podemos fazer um disco porque temos uma base de fãs muito leal. E não aconteceu por acidente – estamos viajando por aí desde 1980”, completou o guitarrista Adrian Smith.
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O baterista Nicko McBrain, por sua vez, exaltou a qualidade de “The Book Of Souls”. “Para mim, ‘The Book Of Souls’ é o disco definitivo do Maiden. Realmente acho que é o melhor álbum que fizemos. Sempre digo isso quando lançamos um novo disco, mas estou realmente convencido de que esse é uma obra de arte. Algumas das músicas, como a faixa título, são monstruosamente pesadas. O disco todo é, em uma palavra, majestoso”, afirmou.
Questionado se o formato de “The Book Of Souls” levou a banda de volta à era dos álbuns duplos, especialmente da década de 1970, Bruce Dickinson respondeu de forma afirmativa. “No passado, em meu grupo de amigos, íamos para as casas uns dos outros e sentávamos para ouvir esses discos. Deixávamos tocar um lado e nos perguntávamos: ‘uau, o que você achou?’. Falávamos disso, tomávamos chá e seguíamos para o segundo round”, disse. “Lembra-me de quando eu era um adolescente, comprando o ‘Physical Graffiti’ (Led Zeppelin). Amo toda a sensação do disco duplo, aquela vibração quente da década de 1970”, disse o guitarrista Dave Murray, na sequência.
Dickinson contou, ainda, que “The Book Of Souls” não foi planejado desde o início como um disco duplo. “Após seis músicas, dissemos: ‘paramos agora ou será um álbum duplo’. Daí, pensamos nas possibilidades para o trabalho de arte, encarte e afins, e… legal, vamos fazer um disco duplo! A primeira coisa que Rod (Smallwood, empresário) disse foi: ‘oh, não, é um saco’. Eu disse: ‘Rod, é brilhante, sei que a gravadora vai chiar, mas os fãs do Maiden vão amar’. Então, o vencemos. Rod perguntou se daria para fazer dois discos, como o álbum 1 e o álbum 2. Eu disse: ‘Tipo o ‘Use Your Illusion’ 1 e 2 do Guns N’ Roses? Não, isso é bobagem, é um disco duplo e deve ser assim'”, afirmou.