O guitarrista do Deep Purple, Steve Morse falou em entrevista ao Australian Musician (transcrição via Blabbermouth) sobre o futuro da guitarra na música. Fabricantes do instrumento têm sofrido com sucessivas quedas nas vendas nos últimos tempos – a Gibson, por exemplo, chegou a entrar com pedido de recuperação judicial neste ano, enquanto a Fender também está com grandes dívidas e a PRS precisou cortar funcionários e produzir modelos mais baratos.
Apesar dos números desanimadores a respeito do comércio de guitarras, Steve Morse acredita que não há como o instrumento morrer, já que sempre fará parte da música. Para ele, a honestidade da guitarra fará com que ela permaneça sendo objeto de desejo de aspirantes a músicos.
– Leia entrevista: Steve Morse fala sobre “adeus” do Deep Purple, Brasil e futuro
“Visualmente, sempre que você toca guitarra, tudo é apresentado para o público – nada está escnodido. Um tecladista tocando um Hammond, se você não pega os ângulos corretos, você apenas vê um cara mexendo a cabeça e uma caixa. Com a guitarra, você vê tudo. E há tantas formas de tocar a mesma nota – diferentes dedilhados, ‘ataques’, texturas, vibrato. Acho que é muito próximo à voz humana em termos de oferecer sua identidade e som únicos. Por isso, não vai acabar”, disse.
Segundo Morse, o que está sendo reportado pela imprensa a respeito da crise entre as fabricantes de guitarra “não importa para guitarristas”. “As pessoas na plateia vão gostar e curtir isso. Enquanto alguém estiver tocando de coração, isso será transmitido por seus dedos. Acho que sempre fará parte da música”, afirmou.