Robert Plant tem uma postura relativamente crítica ao seu passado na música. O vocalista acredita que o Led Zeppelin oferecia apenas uma perspectiva limitada de seu espectro artístico, embora nunca tenha desdenhado da banda em si.
Em entrevista ao canal de YouTube “House of Strombo“, o cantor fez uma revelação que certamente chamou atenção dos fãs.
Ele contou que quis mudar o direcionamento da sua carreira após um episódio curioso ao lado do guitarrista Jimmy Page, já no ano 2000. O motivo surpreendeu: ele se chateou ao perceber que a plateia de um show com o amigo era composta somente por “homens levantando punhos no ar”.
Segundo Plant, a mudança “se desenvolveu até o ano 2000”, quando Jimmy Page e ele viajaram “ao redor do mundo com uma orquestra egípcia”.
“Chegou a um ponto em uma noite em Mannheim, na Alemanha, onde estávamos tocando dentro de um grande cubo de concreto para uma enorme audiência de homens levantando seus punhos para o ar. Eu pensei: ‘bem, não acho que nós precisamos mais disso, é hora de sair com o ônibus rapidamente’.”
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Plant destacou que o “nós” em seu pensamento se referia às “muitas miríades” dele mesmo. E relatou outro evento que fez mudar sua perspectiva de carreira.
“Chegamos a Paris e fizemos um show no 50° aniversário da Declaração dos Direitos Humanos. Foi um projeto de lei insignificante. Estavam o Radiohead em seus primórdios, Bruce Springsteen acústico, Peter Gabriel acústico e Dalai Lama.
[…]
Vi o guitarrista no Radiohead e na hora de um solo, ele apenas se ajoelhava e mexia nos pedais… pensei: ‘bem, isso é muito diferente do mundo em que estive, de gestual expressivo’. Percebi que era hora de mudar. Então, comecei a compor”, disse.
Desde então, os discos solo de Robert Plant passaram a explorar outros estilos fora do espectro do rock. O mais recente, “Carry Fire”, saiu em 2017.