Steven Tyler, o Demon of Screamin’: um dos grandes rockstars da história

Steven Tyler é um dos poucos astros do rock que pode dizer que passou por todos os estágios – dos mais confortáveis aos mais perigosos – de uma carreira na música.

Nascido em 26 de março de 1948, o vocalista do Aerosmith veio de baixo e lutou muito para atingir o estrelato, mas o conquistou na metade da década de 1970. O cantor afundou-se em drogas, passou por um período em ostracismo, mas se recompôs e voltou ainda mais afiado. Teve diversas brigas com seu principal parceiro musical – o guitarrista Joe Perry -, porém, fez as pazes e seguem juntos. Lançou discos aclamados e contestados, atuou dentro e fora do rock e interagiu até com elementos fora da música, como TV e cinema. Tyler fez de tudo e se orgulha disso.

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Filho de um pianista, Steven Tyler teve contato com a música desde cedo, o que explica suas habilidades como multi-instrumentista, além do domínio vocal que mantém até os dias de hoje. Aos 22, montou o Aerosmith com Joe Perry, o também guitarrista Brad Whitford, o baixista Tom Hamilton e o baterista Joey Kramer. Trata-se de um dos quintetos mais sólidos e longevos do rock – tirando o tóxico período entre 1979 e 1984, quando Perry e Whitford ficaram fora, os cinco sempre estiveram juntos.

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Com seus asseclas, Steven Tyler gravou discos como “Toys in the Attic” (1975) e “Rocks” (1976), verdadeiras bíblias do hard rock setentista, e a trinca “Permanent Vacation” (1987), “Pump” (1989) e “Get A Grip” (1993), que ensinam, perfeitamente, como trazer uma banda anteriormente consagrada de volta ao sucesso. Na trajetória do Aerosmith, há, ainda, outros trabalhos de destaque, como os dois primeiros registros, os contestados “Nine Lives” (1997) e “Just Push Play” (2001) e o belíssimo “Honkin’ On Bobo” (2004), composto por regravações de blues que mostram de onde veio o groove dos caras.

Mesmo fora do rock, Steven Tyler sabe o que faz. Ele lançou um bom disco country em 2016, intitulado “We’re All Somebody from Somewhere”, além de singles mais orientados ao pop. Aliás, cabe destacar: embora o blues sempre tenha regido o hard rock do Aerosmith, o tempero radiofônico foi o que trouxe, manteve e resgatou a banda ao estrelato.

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Além de ter uma discografia consistente, Steven Tyler é incontestável nos palcos. Não é chamado de “Demon of Screamin'” (“Demônio dos Gritos”, em tradução livre) à toa: sua voz tem extensão incrível e timbre único. E, talvez por alguma mutação – só assim para explicar -, Tyler preservou boa parte de sua potência vocal mesmo após entrar na terceira idade, calvário para muitos cantores do rock.

Assisti ao Aerosmith ao vivo duas vezes, em 2013 e 2016, e, em ambas as ocasiões, Steven soou incrível. É um dos poucos shows de rock que recomendo a presença de qualquer pessoa.

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Por ser tão seguro de si, Steven Tyler chega a ser egocêntrico. A autobiografia “O barulho na minha cabeça te incomoda?” e relatos de colegas de banda e de rock and roll apenas corroboram esse ponto de vista. Todavia, não o culpo: desde que não prejudicasse a vida de ninguém, eu agiria dessa mesma forma se fosse Steven Tyler.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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