Diferente de outros anos, 2018 começou com o pé no acelerador no que diz respeito a lançamentos de rock e metal. Artistas consideravelmente grandes divulgaram seus trabalhos logo no início do ano e, nessa lista, comento alguns trabalhos que me chamaram a atenção.
Black Label Society – “Grimmest Hits”
Zakk Wylde sempre faz coisa boa quando se concentra mais no conteúdo do que na forma. É o caso de “Grimmest Hits”, 10° álbum do Black Label Society. A crise criativa do músico parece ter chegado ao fim com “Catacombs Of The Black Vatican” (2014) e com o disco solo “Book of Shadows II” (2016). No novo disco, a veia doom/stoner veio forte, mas com melodias cativantes. A influência do Black Sabbath se sobressaem por aqui – parece que o fim do lendário grupo e os shows com o projeto Zakk Sabbath deixaram Zakk cada vez mais Iommi.
Joe Satriani – “What Happens Next”
Há quem interprete a música instrumental como “vazia”, já que muitos artistas do segmento adotam o gênero para demonstrar habilidades em vez de harmonias. Nunca foi o caso de Joe Satriani, que, em seu 16° disco de estúdio, soa, mais uma vez, genial. Satch é um dos poucos que não precisa de vocais para instigar interesse em uma música.
Fall Out Boy – “Mania”
O Fall Out Boy tirou um hiato necessário de quatro anos, entre 2009 e 2013. “Mania” é o terceiro disco desde o retorno e, até o momento, é o melhor. A pegada pop/eletrônica misturada ao pop punk tradicional do grupo deu uma boa liga. Teve até espaço para um “blues pop” com a ousada “Church”.
Black Veil Brides – “Vale”
O Black Veil Brides segue caminho semelhante ao do Avenged Sevenfold, ao caminhar, cada vez mais, para vertentes mais tradicionais do hard rock e heavy metal. As influências do gótico e do metalcore praticamente não aparecem em “Vale”, 5° disco do grupo. O único problema é que o álbum perde fôlego em sua segunda metade, que parece repetir a mesma fórmula das boas primeiras faixas.
The Poodles – “Prisma”
O sétimo disco do The Poodles é composto somente por covers. No entanto, a seleção fugiu do hard rock praticado pelos suecos: a tracklist é composta por músicas pop que vão de Elton John e Fleetwood Mac a Adele e até David Guetta. As músicas estão bem gravadas e a audição é válida pelo tom de curiosidade.
Machine Head – “Catharsis”
O groove metal do Machine Head nunca me atraiu, especialmente pelos vocais de Robb Flynn. Por outro lado, suas letras são boas – e esse é o grande destaque de “Catharsis”, 9° da discografia do grupo. A parte musical é consistente e também merece elogios.
Phil Campbell And The Bastard Sons – “The Age Of Absurdity”
O Bastard Sons, capitaneado por Phil Campbell, é como uma continuação natural do que o guitarrista apresentava no Motörhead. Nesse sentido, a função é bem cumprida, sem grandes inovações. Trata-se de um disco divertido e recomendado para fãs de heavy metal sujo e acelerado, especialmente pelos vocais fortes de Neil Starr.
Não recomendo: Joe Perry – “Sweetzerland Manifesto”
Os trabalhos solo de Joe Perry nunca passaram perto do mesmo patamar de qualidade do Aerosmith. “Sweetzerland Manifesto” reforça tal tese, com um repertório pouco inspirado. Nem mesmo as participações de Robin Zander, icônico vocalista do Cheap Trick, conseguiram salvar esse álbum.