“Salting Earth”, de Richie Kotzen, é mais roqueiro – e menos inspirado

Richie Kotzen – “Salting Earth” (2017)

Richie Kotzen é dono de uma discografia incrivelmente regular. Seja em sua carreira solo ou em outros projetos – Poison, Mr. Big e The Winery Dogs, por exemplo -, o músico apresenta bons trabalhos.

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Não seria diferente com “Salting Earth”, seu 21° disco solo – uma marca incrível, considerando que o músico só completa 50 anos de vida em 2020. O novo álbum de Richie Kotzen é de audição recomendável como praticamente todos os outros em que se envolveu.

Nota-se que, diferente do antecessor “Cannibals” (2015), “Salting Earth” é mais orientado ao rock. Há menos flertes ao soul ou ao R&B que pulsaram nos registros mais recentes de Richie Kotzen.

Curiosamente, algumas canções remetem a diferentes períodos da discografia do músico – em especial, alguns álbuns gravados na segunda metade da década de 1990 e no início dos anos 2000, como “Wave Of Emotion” (1996), “Something To Say” (1997) e “Change” (2003).

Entretanto, nem tudo são flores por aqui – ao menos se comparado, em especial, à discografia recente de Richie Kotzen. Ainda que seja um bom disco, “Salting Earth” está bem longe de ser o melhor momento do músico dentro dos últimos 10 anos, pelo menos.

O motivo principal é um tanto básico: algumas músicas soam pouco inspiradas, como “End Of Earth” e “My Rock” – curiosamente, as faixas que ganharam videoclipes. E apesar de ter contado com uma produção melhor que boa parte de seus antecessores mais diretos, “Salting Earth” possui, também, algumas canções que poderiam ser melhor lapidadas.

Já conhecida do público, a roqueira “End Of Earth” é uma das mais fracas do disco. Não tem coesão entre seus momentos. A explosiva “Thunder” melhora a situação, especialmente pelos bons refrães. A acústica “Divine Power” aciona o freio e se destaca pelas boas linhas de guitarra. Já a semi-balada “I’ve Got You” é quase um pop rock. Tem cozinha pulsante e groove irresistível.

A fraca “My Rock” só serve para deixar o ouvinte mais ansioso para a sequência. E até nisso, o filler valeu a pena: a arrojada “This Is Life”, guiada por piano e melancolia, é uma das melhores do disco. A ótima “Make It Easy” retoma a pegada roqueira do início do disco – e remete aos discos lançados por Kotzen na segunda metade da década de 90.

A cadenciada “Meds” mantém o “revival” da própria carreira solo de Richie. Boa música, apesar de que poderia ser melhor lapidada. A baladinha R&B “Cannon Ball” representa outro momento arrojado de Kotzen, enquanto o encerramento fica por conta da acústica “Grammy”, de levada gostosa e letra, aparentemente, bastante pessoal.

Ainda que tenha alguns momentos dispensáveis, “Salting Earth” é um bom disco. Recomendado, especialmente, para fãs dos momentos mais roqueiros de Richie Kotzen.

Nota 8

Richie Kotzen (todos os instrumentos e vocais)
Julia Lage (vocais de apoio em 7)

01. End Of Earth
02. Thunder
03. Divine Power
04. I’ve Got You
05. My Rock
06. This Is Life
07. Make It Easy
08. Meds
09. Cannon Ball
10. Grammy

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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