10 curiosidades sobre “Machine Messiah”, o novo disco do Sepultura

Goste ou não, o Sepultura segue como a maior banda brasileira de metal em atividade. O vocalista Derrick Green, o guitarrista Andreas Kisser, o baixista Paulo Jr. e o baterista Eloy Casagrande mostram em “Machine Messiah”, 14° disco de estúdio da banda, que continuam a fazer bonito quando o assunto é material novo.

Em comparação ao antecessor, “The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart, “Machine Messiah” tem uma pegada musical mais orientada ao groove do que ao death metal, que foi a maior surpresa do disco lançado em 2013. Além disso, há ares de sofisticação, seja pelas letras, pelos vocais menos gritados de Derrick Green ou até por tímidos momentos guiados por violinos.

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Abaixo, estão dez curiosidades sobre “Machine Messiah”, que foi lançado, nesta sexta-feira (13), pela Nuclear Beast Records, e do próprio Sepultura.

– A concepção

As principais ideias inaugurais de “Machine Messiah” foram registradas por Andreas Kisser, com o auxílio de Eloy Casagrande. Os esboços começaram a ser melhor desenvolvidos, em estúdio, em fevereiro de 2016.

O título “Machine Messiah”, bem como o conceito por trás do disco (apesar de não ser um álbum rigorosamente conceitual), já haviam sido determinados logo no início dos trabalhos. As gravações, em si, começaram em abril de 2016.

– Tecnologia como inspiração

Uma das inspirações para a autoria das letras de “Machine Messiah” é o uso da tecnologia nos dias de hoje, segundo Derrick Green. O conceito foi apresentado por Andreas Kisser.

“Muitas pessoas estão obcecadas por eletrônicos e tecnologias. É como um novo Messias que chegou e todos o idolatram. Está controlando a nossa vida. Nos sentimos seguros com aquilo e nem notamos que estamos perdendo nossos cérebros”, disse, ao AXS.

Ele também faluo sobre o fenômeno das “notícias falsas”, que também marca presença na temática do álbum. Para ele, o padrão comunicacional atual caiu para o nível “mais baixo de todos os tempos”. “Muitos acreditam e é assustador pensar que você pode manipular vários fazendo isto”, disse.

– Capa mantém conceito

O conceito de discussão sobre a tecnologia nos dias de hoje também se faz presente na capa do disco, desenhada pela artista filipina Camille Della Rosa. Segundo Andreas Kisser, a arte se chama ‘Deus Ex-Macinha’ e foi feita há seis anos. Por coincidência, a ideia se encaixou perfeitamente ao trabalho do Sepultura.

“O conceito de que uma Máquina de Deus criou a humanidade e agora parece que este ciclo está se encerrando, retornando ao ponto de partida. Nós viemos das máquinas e estamos voltando para onde viemos. O ‘Messiah’, quando ele retornar, será um robô, ou um humanoide, nosso salvador biomecânico”, disse Andreas, em comunicado oficial.

Capa de “Machine Messiah”

– O produtor

“Machine Messiah” foi gravado no Fascination Street Studios, em Örebro, na Suécia, e produzido por Jens Bogren. Ele já exerceu a função em discos como “Ghost Reveries” e “Watershed” (Opeth), “Static Impulse” e “Impermanent Resonance” (James LaBrie), “Phantom Antichrist” e “Gods Of Violence” (Kreator), além de “Secret Garden”, dos também brasileiros do Angra, e “Extinct”, dos portugueses do Moonspell.

Andreas Kisser disse, em entrevista ao Silver Tiger Media, que a escolha por Jens Bogren foi “perfeita”. “Houve química desde o primeiro dia, falamos a mesma linguagem e queríamos a mesma direção. Ele é um grande produtor e um ótimo músico, com muita sensibilidade com relação a como uma música deve se apresentar, disse.

– Violinos

Não é segredo para ninguém que o Sepultura gosta de experimentar novas estéticas em seus discos. Contudo, uma das grandes novidades de “Machine Messiah”, o uso de violinos, não foi ideia da banda.

Em entrevista ao Silver Tiger Media, Andreas Kisser contou que a ideia de utilizar violinos em algumas passagens de músicas de “Machine Messiah” foi do produtor Jens Bogren. “Ele trouxe, por exemplo, a sugestão de usar violinos da Tunísia, o que abriu novas possibilidades e novo solo para se trabalhar, especialmente em solos de guitarra”, afirmou.

– Retorno à Europa

“Machine Messiah” foi o primeiro disco a ser gravado na Europa desde “Chaos A.D.”, em 1993. Desde então, os álbuns sucessores foram registrados no Brasil ou nos Estados Unidos.

Entre as localidades onde os discos pós-“Chaos A.D.” foram gravados, destacam-se “A-Lex” e “Kairos”, feitos no Trama Studios, em São Paulo, e “Roots”, registrado no Indigo Ranch em Malibu, na Califórnia.

– Maior intervalo

O intervalo entre “Machine Messiah” e seu antecessor, “The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart” (2013), foi o maior da história do Sepultura sem um disco de inéditas. Três anos e dois meses separam os trabalhos.

Antes disso, o maior período sem um álbum de estúdio foi registrado entre “Dante XXI” (2006) e “A-Lex” (2009) – com dois anos e dez meses.

– Música nordestina em instrumental

A faixa instrumental “Iceberg Dances”, quinta de “Machine Messiah”, tem influência de música nordestina em sua composição. A ideia, segundo Andreas Kisser, era utilizar violão clássico de forma mais intensa na canção. Contudo, ao invés de seguir por caminhos mais tradicionais, a opção foi por abranger a música nordestina.

“A região é muito rica em ritmos e até mesmo em termos de gastronomia. É como se fosse um pequeno país independente, então, podemos explorar muitas coisas que eles podem nos oferecer”, disse Kisser, ao The Rock Pit.

– Anos e idades

“Machine Messiah” é o segundo disco a ser gravado com o jovem Eloy Casagrande. Ele tem 25 anos – quase o período em que Derrick Green, ainda considerado “novato” por muitos, está no grupo. Green entrou em 1997 e marca, neste ano, a sua segunda década na formação da banda.

– O “anti-estúdio”

Derrick Green revelou, em entrevista ao AXS, que Paulo Jr. não gosta de estar em estúdio para gravar novos discos. Apesar disso, Green elogiou o trabalho do baixista em “Machine Messiah”. “Paulo Jr., que geralmente não gosta de estar em estúdio, entregou uma de suas melhores performances aqui”, disse.

Ouça “Machine Messiah” na íntegra no Spotify:

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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