Bandas são como empresas, apesar de muitas pessoas se recusarem a entender dessa forma. A diferença é que na música, geralmente, a gestão é feita por mais de uma pessoa.
Há grupos que afirmam que todos os integrantes são pró-ativos e estão envolvidos com o “negócio” e seus produtos – shows, composições, etc. Por sua vez, existem bandas capitaneadas por duplas ou trios ou que passaram a ser lideradas por alguém em específico após anos de estrada.
As cinco bandas listadas neste artigo são capitaneadas por apenas um músico desde seus primórdios, seja dos tempos de formação ou após poucos anos de existência. Veja:
Whitesnake
Desde o início, David Coverdale montou o Whitesnake para que fosse a sua banda. Apesar de ter aceitado colaborações na parte de composições de outros músicos ao longo dos anos, o grupo sempre foi de Coverdale.
O direcionamento artístico, inclusive, sempre foi tomado de acordo com as concepções de David Coverdale. As ideias de tornar o Whitesnake mais comercial no meio da década de 1980 ou de orientá-lo mais ao classic rock na segunda metade dos anos 1990 são reflexos das decisões de Coverdale.
Não à toa, as mudanças de formação no Whitesnake são constantes. Além de Coverdale, os músicos que mais permaneceram na banda são Reb Beach (de 2002 até hoje), Doug Aldrich (de 2002 a 2014), Timothy Drury (de 2002 a 2011) e Tommy Aldridge (de 1987 a 1991, de 2002 a 2007 e de 2013 até hoje). Os demais músicos não duraram tanto assim.
Megadeth
O Megadeth é, praticamente, o projeto solo de Dave Mustaine. É inegável.
Alguns músicos deixaram suas marcas e chegaram a colaborar com algumas composições, como Chris Poland, Marty Friedman e Nick Menza. Há, ainda, o baixista David Ellefson, visto como o braço direito de Mustaine em muitas ocasiões.
No entanto, Dave Mustaine deixou claro muitas vezes que o Megadeth era dele. E ele tomou muita pancada por isso, especialmente em função de brigas com outros músicos que resultaram em mudanças na formação.
Quando David Ellefson estava fora da banda, entre 2004 e 2009, Dave Mustaine reclamava, em entrevistas, que o baixista pensava que poderia conduzir uma banda sem ele. Essa foi, segundo Mustaine, uma das causas para o fim do Megadeth, em 2002, além de seus problemas no braço.
Se daria certo, não dá para saber – apesar do F5 dar uma amostra disso. Fato é que Dave Mustaine é 99% responsável pelas composições do Megadeth e ninguém pode dar muito palpite em sua gestão, seja artística ou profissional.
Annihilator
O Annihilator é Jeff Waters. Por mais que outros músicos tenham deixado suas contribuições, especialmente vocalistas, Waters é o responsável pelo grupo ser o que é.
Diferente de Dave Mustaine, Jeff Waters é do tipo que aceita colaborações autorais, apesar de boa parte do repertório do Annihilator ter sido feito por ele. O “poder” de Waters sobre a banda está mais relacionado à produção dos discos, sempre assinada ou co-assinada por ele.
W.A.S.P.
O W.A.S.P. se formou como uma banda, apesar da liderança de Blackie Lawless ter ficado clara desde o início. Além de ser o frontman, ele era o compositor de boa parte do repertório – outros músicos até colaboravam, mas em raras ocasiões e em canções já feitas por Lawless.
As saídas de músicos como Randy Piper, Tony Richards, Steve Riley e, por fim, Chris Holmes fizeram com que Blackie Lawless tomasse de vez o controle da banda. Há discos em que Lawless dá pitaco até em solos de guitarra e viradas de bateria, como “The Crimson Idol” (1992) e “Still Not Black Enough” (1995).
Iced Earth
O Iced Earth é de Jon Schaffer, mas sofre de um curioso caso de dependência do antigo vocalista. Os trabalhos mais recentes têm sido elogiados, mas há quem lamente, sempre, a ausência de Matthew Barlow.
Nos demais pontos, mesmo Jon Schaffer sendo um guitarrista rítmico, é ele quem faz toda a diferença na banda, por ser o principal compositor e o único a estar desde o início. Schaffer também é produtor e co-assinou essa etapa do trabalho com Jim Morris em praticamente todos os álbuns da banda.