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Guns N’ Roses: os 25 anos de “Use Your Illusion”

Guns N’ Roses – “Use Your Illusion I / II”
Lançados em 17 de setembro de 1991

É difícil explicar a grandiosidade que o Guns N’ Roses atingiu entre o fim da década de 1980 e o início dos anos 1990. A banda se tornou uma das maiores do mundo em pouco tempo e, ao mesm ptempo, aproveitou a expectativa que pairava em torno de si para lançar um full-length de inéditas somente quatro anos após a estreia, com “Appetite For Destruction”, 1987. – já que “GN’R Lies” (1988) continha apenas faixas inéditas e todas eram acústicas.

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Ou seja: o Guns N’ Roses foi, por muito tempo, o novo fenômeno da música. Ok, a explosão com “Appetite For Destruction” só aconteceu em 1988, mas muitos já esperavam que logo um disco seria lançado. “GN’R Lies” foi, definitivamente, um tapa-buraco. No entanto, a espera foi recompensada com dois discos grandiosos.

Lançados na madrugada do dia 16 para 17 de setembro, “Use Your Illusion I” e “Use Your Illusion II” são mencionados como discos separados. Obviamente, são complementares, pois têm capas semelhantes, são produções contemporâneas entre si e chegaram ao público na mesma data. No entanto, por mais que guardem tantos aspectos parecidos, são dois discos diferentes.

Por mais que existam momentos explosivos, épicos, baladescos e acelerados em ambos os discos, “Use Your Illusion I” é o disco que o Guns N’ Roses faria em 1990, enquanto “Use Your Illusion II” mostrava alguns caminhos que a banda poderia ter seguido após a saída de Izzy Stradlin. O primeiro tem mais faixas curtas (seis delas não passam dos quatro minutos) e poucas longas (somente duas passam dois seis minutos). O segundo tem canções mais longas (quatro passam dos seis minutos) e menos curtas (somente duas têm menos de quatro minutos).

“Use Your Illusion I” tem a épica “November Rain”, mas é um disco mais visceral. A grosseira abertura “Right Next Door To Hell”, a intensa “Coma” (que, mesmo com dez minutos de duração, é dotada de uma crueza incrível), as tipicamente hard rock “Perfect Crime” e “Back Off Bitch” e a paulada “Double Talkin’ Jive” comprovam meu ponto.

Por sua vez, “Use Your Illusion II” é sofisticado. Tem um pouco mais da faceta de Axl Rose, que, aqui, assume ainda mais o front das composições. Seja pelas ousadas “Civil War” e “Estranged” ou pelas confusas “Locomotive” e “Get In The Ring” – dois adjetivos que marcam a persona de Rose. Além disso, as letras tratam de temas um pouco mais sofisticados.

No mais, os dois volumes de “Use Your Illusion” podem, talvez, terem sido um passo maior do que as pernas do Guns N’ Roses. Eles se tornaram, com méritos, a maior banda do mundo naquele período – mesmo com a explosão do grunge e do rock alternativo algum tempo depois. O problema é que, depois de dois discos com 30 faixas ao total (gravados em um ano) e uma turnê de dois anos de duração, os envolvidos sequer se aguentavam mais.

Desde “Use Your Illusion”, os músicos envolvidos não voltaram a gravar um disco de inéditas juntos. “The Spaghetti Incident?” (1993) é uma compilação de covers, enquanto “Chinese Democracy” (2008) é uma produção praticamente solo de Axl Rose.

Hoje, Rose está reunido com Slash e Duff McKagan. Voltaram às boas. Tenho certeza que, hoje, eles se orgulham de “Use Your Illusion”, mas pensam que jamais fariam algo dessa magnitude novamente.

Em tempo: musicalmente, os dois volumes são sensacionais. Ótimas músicas, poucos fillers e muita ousadia, do início ao fim.

Por fim, algumas curiosidades sobre os dois volumes de “Use Your Illusion”:

– Os álbuns foram lançados, literalmente, no primeiro minuto de 17 de setembro de 1991. Fãs acamparam na porta de lojas por todo o mundo para obter seus discos. Até mesmo Donald Trump se rendeu ao Guns N’ Roses e foi, de limusine, para a Tower Records, em Manhattan, Estados Unidos, em busca de seus álbuns.

– Estima-se que, em apenas duas horas, cerca de 500 mil cópias dos dois discos tenham sido vendidas nos Estados Unidos.

– Em termos de vendas, “Use Your Illusion” ficou abaixo das expectativas. Ainda assim, em estimativa feita no ano de 2010, cada volume vendeu, desde o lançamento, 5,5 milhões de cópias.

– Ainda sobre vendas, “Use Your Illusion II” estreou acima de “Use Your Illusion I” nas paradas de vendas de vários países porque continha “You Could Be Mine”, o principal single naquele momento. O segundo volume ficou em primeiro lugar em cinco países e o primeiro obteve a segunda posição em quatro, incluindo os Estados Unidos. Somente no Canadá a situação se inverteu: “I” ficou em 1° e “II”, em segundo. Com o tempo, o primeiro volume decolou um pouco mais em vendas.

– Em “Use Your Illusion II”, está a única – e última – colaboração de Steven Adler para a banda. Ele tocou em “Civil War”. As demais faixas de ambos os álbuns foram registradas por Matt Sorum.

– A participação mais peculiar em ambos os discos é de Michael Monroe. O vocalista toca gaita e sax (!) em “Bad Obsession”, de “Use Your Illusion I”.

– A capa dos dois volumes é um trecho da obra “Escola de Atenas”, do pintor renascentista Raphael.

Veja também:

Izzy Stradlin: mitos e contradições sobre o “não” ao Guns N’ Roses
Cidade de Minas Gerais tem ‘dia do Guns N’ Roses’ no calendário oficial

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Guns N’ Roses – “Use Your Illusion I / II”
Lançados em 17 de setembro de 1991

É difícil explicar a grandiosidade que o Guns N’ Roses atingiu entre o fim da década de 1980 e o início dos anos 1990. A banda se tornou uma das maiores do mundo em pouco tempo e, ao mesm ptempo, aproveitou a expectativa que pairava em torno de si para lançar um full-length de inéditas somente quatro anos após a estreia, com “Appetite For Destruction”, 1987. – já que “GN’R Lies” (1988) continha apenas faixas inéditas e todas eram acústicas.

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Ou seja: o Guns N’ Roses foi, por muito tempo, o novo fenômeno da música. Ok, a explosão com “Appetite For Destruction” só aconteceu em 1988, mas muitos já esperavam que logo um disco seria lançado. “GN’R Lies” foi, definitivamente, um tapa-buraco. No entanto, a espera foi recompensada com dois discos grandiosos.

Lançados na madrugada do dia 16 para 17 de setembro, “Use Your Illusion I” e “Use Your Illusion II” são mencionados como discos separados. Obviamente, são complementares, pois têm capas semelhantes, são produções contemporâneas entre si e chegaram ao público na mesma data. No entanto, por mais que guardem tantos aspectos parecidos, são dois discos diferentes.

Por mais que existam momentos explosivos, épicos, baladescos e acelerados em ambos os discos, “Use Your Illusion I” é o disco que o Guns N’ Roses faria em 1990, enquanto “Use Your Illusion II” mostrava alguns caminhos que a banda poderia ter seguido após a saída de Izzy Stradlin. O primeiro tem mais faixas curtas (seis delas não passam dos quatro minutos) e poucas longas (somente duas passam dois seis minutos). O segundo tem canções mais longas (quatro passam dos seis minutos) e menos curtas (somente duas têm menos de quatro minutos).

“Use Your Illusion I” tem a épica “November Rain”, mas é um disco mais visceral. A grosseira abertura “Right Next Door To Hell”, a intensa “Coma” (que, mesmo com dez minutos de duração, é dotada de uma crueza incrível), as tipicamente hard rock “Perfect Crime” e “Back Off Bitch” e a paulada “Double Talkin’ Jive” comprovam meu ponto.

Por sua vez, “Use Your Illusion II” é sofisticado. Tem um pouco mais da faceta de Axl Rose, que, aqui, assume ainda mais o front das composições. Seja pelas ousadas “Civil War” e “Estranged” ou pelas confusas “Locomotive” e “Get In The Ring” – dois adjetivos que marcam a persona de Rose. Além disso, as letras tratam de temas um pouco mais sofisticados.

No mais, os dois volumes de “Use Your Illusion” podem, talvez, terem sido um passo maior do que as pernas do Guns N’ Roses. Eles se tornaram, com méritos, a maior banda do mundo naquele período – mesmo com a explosão do grunge e do rock alternativo algum tempo depois. O problema é que, depois de dois discos com 30 faixas ao total (gravados em um ano) e uma turnê de dois anos de duração, os envolvidos sequer se aguentavam mais.

Desde “Use Your Illusion”, os músicos envolvidos não voltaram a gravar um disco de inéditas juntos. “The Spaghetti Incident?” (1993) é uma compilação de covers, enquanto “Chinese Democracy” (2008) é uma produção praticamente solo de Axl Rose.

Hoje, Rose está reunido com Slash e Duff McKagan. Voltaram às boas. Tenho certeza que, hoje, eles se orgulham de “Use Your Illusion”, mas pensam que jamais fariam algo dessa magnitude novamente.

Em tempo: musicalmente, os dois volumes são sensacionais. Ótimas músicas, poucos fillers e muita ousadia, do início ao fim.

Por fim, algumas curiosidades sobre os dois volumes de “Use Your Illusion”:

– Os álbuns foram lançados, literalmente, no primeiro minuto de 17 de setembro de 1991. Fãs acamparam na porta de lojas por todo o mundo para obter seus discos. Até mesmo Donald Trump se rendeu ao Guns N’ Roses e foi, de limusine, para a Tower Records, em Manhattan, Estados Unidos, em busca de seus álbuns.

– Estima-se que, em apenas duas horas, cerca de 500 mil cópias dos dois discos tenham sido vendidas nos Estados Unidos.

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– Em “Use Your Illusion II”, está a única – e última – colaboração de Steven Adler para a banda. Ele tocou em “Civil War”. As demais faixas de ambos os álbuns foram registradas por Matt Sorum.

– A participação mais peculiar em ambos os discos é de Michael Monroe. O vocalista toca gaita e sax (!) em “Bad Obsession”, de “Use Your Illusion I”.

– A capa dos dois volumes é um trecho da obra “Escola de Atenas”, do pintor renascentista Raphael.

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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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