O The Dead Daisies é uma grata surpresa entre as novas bandas de hard rock. O projeto, formado pelo guitarrista David Lowy, já contou com músicos consagrados, com destaque a três atuais integrantes do Guns N’ Roses: o também guitarrista Richard Fortus, o tecladista Dizzy Reed e o baterista Frank Ferrer.
Ainda com Jon Stevens nos vocais, o grupo lançou seu primeiro álbum, autointitulado, em 2013. John Corabi substituiu Stevens dois anos depois, época em que “Revolución”, segundo disco do projeto, foi divulgado. A banda ganhou em peso e em distorção – algo natural, já que Corabi, também guitarrista, trouxe pegada à sonoridade.
Neste ano, o The Dead Daisies parece ter atingido a plenitude com um novo reforço: o guitarrista Doug Aldrich entrou no lugar de Richard Fortus. Era o que a banda precisava, em meu ver.
A atual formação, completa por Marco Mendoza (baixo) e Brian Tichy (bateria), lançou, no início deste mês, o terceiro álbum do The Dead Daisies. “Make Some Noise” foi feito em parceria com o produtor e compositor, Marti Frederiksen, entre fevereiro e março deste ano, e surpreende desde a sua primeira audição.
“Long Way To Go” abre o disco na pegada do AC/DC: riffs de impacto e cozinha simples, mas cheia de groove. “We All Fall Down”, na sequência, mantém o padrão, mas aposta em uma pegada mais identitária e um pouco contemporânea. Amaciada, “Song And A Prayer” é um crossover entre The Cult e momentos mais suaves do Velvet Revolver, mas não perde em pegada. A participação de Doug Aldrich na faixa é incrível.
“Mainline” coloca o pé no acelerador sem abrir mão de uma boa melodia. A interação da banda, em seus mínimos detalhes, é o destaque aqui. A faixa título do álbum é o típico arena rock, com bateria ao estilo “We Will Rock You” e vocais em coro. Não impressiona, mas reproduz bem o clichê. Já o cover para “Fortunate Son”, original do Creedence Clearwater Revival, ganhou força e vida na voz de John Corabi e no instrumental denso.
“Last Time I Saw The Sun” é um hardão com pitada contemporânea, com guitarra na linha de frente e refrão grudento. Uma das melhores do álbum. Na sequência, “Mine All Mine” se destaca pelo seu groove e performance criativa de Brian Tichy. “How Does It Feel” segue por caminhos harmônicos menos óbvios e cativa, especialmente, pelo bom refrão cantado em coro. Lembra um pouco de Lynch Mob.
A acelerada “Freedom” é o tipo de música que transita entre o hard rock e o heavy metal. Boa para bater cabeça. A gostosa “All The Same” mantém o peso, mas tem uma pegada mais próxima do hard setentista. A jam final é irresistível. O álbum se encerra com “Join Together”, cover do The Who – outra versão que ganhou vida na pegada do quinteto. Não é a melhor música do Who, mas compõe bem a tracklist.
No geral, “Make Some Noise” mostra que o The Dead Daisies começa a encontrar um direcionamento padrão. Guitarras na linha de frente, riffs “gordos” em timbre, cozinha bem tocada, composições bem boladas e os ótimos vocais de John Corabi, que não costumam falhar em trabalho algum. Neste álbum, a banda ganhou ainda mais em pegada no instrumental, o que deu ainda mais consistência às boas composições.
O álbum transita pelos melhores caminhos do hard rock e alia o clássico ao contemporâneo sem exagerar nas referências a bandas antigas. O projeto é altamente promissor e este disco, em especial, deve figurar entre os melhores de 2016 no segmento.
Nota 9
John Corabi (vocal)
Doug Aldrich (guitarra)
David Lowy (guitarra)
Marco Mendoza (baixo)
Brian Tichy (bateria)
01. Long Way To Go
02. We All Fall Down
03. Song and a Prayer
04. Mainline
05. Make Some Noise
06. Fortunate Son (Creedence Clearwater Revival cover)
07. Last Time I Saw the Sun
08. Mine All Mine
09. How Does It Feel
10. Freedom
11. All the Same
12. Join Together (The Who cover)
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