Os 20 anos da reunião da formação original do KISS

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(Foto: Jeff Haynes / AFP / Getty Images)

No último domingo (28), o evento que marcou a reunião da formação original do KISS chegou ao seu 20° aniversário. Em 28 de fevereiro de 1996, uma quarta-feira de um ano também bissexto, Paul Stanley e Gene Simmons voltavam a aparecer publicamente com Ace Frehley e Peter Criss, maquiados, na 36ª cerimônia do Grammy.

Foi apenas uma participação na entrega de um prêmio de Melhor performance pop por um duo ou grupo com vocal, vencido por Hootie & the Blowfish em função da música “Let Her Cry”. Mas foi um reencontro tão grande – e tão polêmico – que tem “aniversário” à parte.

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A reunião começou ainda em 1995, quando o KISS, ainda com Bruce Kulick na guitarra e Eric Singer na bateria, fazia uma acanhada turnê acústica em convenções dedicadas à própria banda. Peter Criss telefonou para Simmons e avisou que iria a um dos eventos. Incentivado por Singer, o linguarudo convidou o antigo Catman para tocar algumas músicas com a banda.

Atraídos pela mágica – e pela grana que renderia –, Gene Simmons e Paul Stanley convidaram Peter Criss e Ace Frehley para participar das gravações do MTV Unplugged, em agosto de 1995. O registro seria lançado em CD e vídeo. Depois, organizaram-se para uma reunião, que só seria oficializada no início de 1996, marcada pela aparição na cerimônia do Grammy. Curiosamente, o disco “Carnival Of Souls” continuou a ser gravado enquanto o retorno de Criss e Frehley era arranjado.

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A reunião era necessária até mesmo para que o KISS continuasse relevante. Por mais que “Revenge” fosse um ótimo disco e tenha estreado bem nas paradas de todo o mundo – inclusive no Top 10 dos Estados Unidos, algo não conquistado desde “Dynasty”, de 1979 –, logo caiu dos charts e nem de longe representou o sucesso conquistado pelo grupo em sua formação original. Na década de 1980, nem se fala: o grupo perdeu relevância, sofreu com mudanças de formação e tentou, a todo custo, se adequar à corrente do hair metal.


Em abril de 1996, a banda anunciou, em uma coletiva de imprensa, a turnê “Alive/Worldwide Tour”, a primeira com o KISS reunido. Desde 1979, os músicos não excursionavam juntos. O frisson foi tamanho que as quase 40 mil entradas para a primeira apresentação da tour, no Tiger Stadium de Detroit, nos Estados Unidos, se esgotaram em menos de uma hora.

Em termos de performance, a turnê começou bem, mas logo Peter Criss e Ace Frehley começaram a sentir o ritmo, já que rolaram 192 shows entre junho de 1996 e julho de 1997. Nunca saberemos se eles realmente estavam sóbrios ou se, desde o início, já estavam de volta aos vícios. Fato é que, após três turnês – inclusive a “Farewell”, que era vendida como a última turnê da história da banda – e um disco onde Criss e Frehley tocaram em poucas músicas, não dá para dizer que a reunião deu certo. Só no âmbito financeiro, tão visado por Paul Stanley e Gene Simmons.

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A “Alive/Worldwide Tour” arrecadou US$ 143,7 milhões, sendo o maior faturamento em turnês da história do KISS. Com menos datas – pouco mais de 60 –, a “Psycho Circus Tour” inovou ao trazer, pela primeira vez, efeitos em 3D. O investimento foi grande e o retorno foi bom. Na “Farewell Tour”, foram 142 apresentações em 13 meses e lotação máxima em boa parte da excursão.

Vinte anos após a reunião do KISS ter início, dá para dizer que a ideia não deu certo por culpa de todos os envolvidos. A guerra fria entre Paul Stanley/Gene Simmons e Peter Criss/Ace Frehley, além dos vícios dos dois últimos, complicaram a última tentativa que o grupo de mascarados teria de fazer algo realmente relevante para o rock. Criss e Frehley saíram, vieram Tomym Thayer e Eric Singer e, desde 2004, apenas dois discos foram lançados. Foram feitas infinitas turnês e até um cruzeiro marqueteiro onde o grupo se apresenta para fãs endinheirados. Business em primeiro lugar. Sempre.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

1 COMENTÁRIO

  1. Não acho que deu errado,não o kisd ganhou novos fãs eu sou uma, seu público se expandiu, sim Problemas forem muitos mas no final o Kiss conseguiu ser conhecido pelas novas gerações

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