Confira um panorama atual das bandas de nu metal

Anteriormente execradas, as bandas de nu (ou new) metal passaram a ter mais aceitação com o passar dos anos. Pouco se menciona o rótulo criado para agrupar os grupos dessa vertente e alguns, como Slipknot e System Of A Down, são vistas como bons representantes.
 
Ainda assim, as bandas que representaram o nu metal anos atrás ainda enfrentam certa resistência. Não figuram em veículos de mídia mais voltados a estilos tradicionais – mesmo quando alguns grupos mais antigos passam a fazer um som parecido – e nem sempre estão em lineups de festivais consagrados. Trabalham com um público um pouco mais alternativo. É tudo metal, mas ainda há essa segregação.
 
Há, até hoje, os tr00zões que criticam os grupos do estilo sem embasamento por acreditarem, tanto tempo depois, que o Metallica foi “usurpado” pelo nu metal em “St. Anger” (2003), por exemplo. É evidente que nem todos são obrigados a gostar das bandas do gênero, mas é inegável que parte delas resistiram ao teste do tempo e entraram nos anos 2010 com bons trabalhos.
 
É curioso notar, também, que algumas bandas se aproximaram de outras vertentes – geralmente menos experimentais -, mas há alguns nomes que ainda praticam um som muito parecido com o daquela época. Algo nem sempre positivo, visto que o nu metal, por vezes, se mostrava carregado de alguns excessos e extravagâncias musicais.
 
Confira abaixo alguns exemplos de bandas do famigerado nu metal que ainda se mantém produtivas:
 
Korn: um das principais e mais consistentes representantes do gênero ficou um pouco sumido a partir da segunda metade da década de 2000, apesar da repercussão sempre satisfatória nos Estados Unidos e da regularidade em lançamento de álbuns. O mais recente, “The Paradigm Shift” (2013), mantém a essência praticada nos discos mais conhecidos do grupo, mas traz uma pegada mais tradicional, especialmente nos refrães, melhor delimitados e com certo apelo melódico. O experimentou ficou a cargo do antecessor, “The Path of Totality” (2011), que tem até faixa com participação de Skrillex.
 
 
Slipknot: uma parcela da aceitação do noneto em meios e entre fãs mais tradicionais pode ser atribuída ao trabalho que o vocalista Corey Taylor e o guitarrista Jim Root fizeram com o Stone Sour, que pratica um som mais convencional. Lançado em 2014, “.5: The Gray Chapter” é o álbum mais recente da banda e marca uma volta às raízes mais barulhentas, visto que os antecessores “Vol. 3: (The Subliminal Verses)” e “All Hope Is Gone” trouxeram uma visão mais comercial.
 
 
Linkin Park: o representante mais pop do nu metal experimentou um pouco em “A Thousand Suns” (2010) e “Living Things” (2012), mas trouxe poucos elementos eletrônicos em seu disco mais recente, “The Hunting Party” (2014). O álbum soa um pouco confuso em determinados momentos. Há, porém, bons momentos e é algo novo para a banda. A tendência é ir ainda mais para um caminho sonoro mais tradicional.
 
 
Disturbed: o quarteto abandonou o nu metal progressivamente. “The Lost Children” (2011) ainda manteve uma pegada semelhante à praticada nos álbuns iniciais, mas “Immortalized” (2015) é heavy metal com cara tradicional. É o grupo melhor credenciado para agradar quem ainda se prende a Iron Maiden, Judas Priest e afins.
 
 
Coal Chamber: “Rivals”, trabalho mais recente, soa mais pesado do que os próprios trabalhos anteriores do grupo, lançados entre 1997 e 2002, antes de um hiato de mais de 10 anos. É como um Sepultura sem o molejo da percussão brazuca, especialmente pela semelhança entre os vocais de Dez Fafara e Derrick Green.
 
 
P.O.D.: total contramão em relação às demais. A banda cristã mais conhecida do segmento é uma das poucas a manter tantos elementos do nu metal em sua sonoridade, especialmente no estilo dos riffs e na forma de apresentação dos vocais. Soa desgastada em “Murdered Love” (2012) e “The Awakening” (2015).
 
 
Papa Roach: antes dos anos 2010, o Papa Roach já havia mudado de time. A banda mais melódica do segmento começou a mudar em “Getting Away with Murder” (2004), quando o nu metal ainda estava em voga. A partir daí, cada disco traz algo diferente. “The Connection” (2012), por exemplo, retorna às raízes com vocais baseados no rap e passagens eletrônicas. “F.E.A.R.” (2015) é uma mistura de tudo o que foi mencionado nesse texto, o que não me desceu como uma boa ideia.
 
 
Deftones: também melódico, o Deftones não perdeu essa orientação em “Diamond Eyes” (2010) e “Koi No Yokan” (2012). Pouco mudou em seus álbuns mais recentes – só estão cada vez mais melancólicos.
 
 
Limp Bizkit: outra na contramão. Parece não ter saído do ano 2000. “Gold Cobra” (2011) é só uma repetição de tudo que já foi feito pela banda – o que não é um bom sinal, pois Fred Durst e companhia sempre foram os mais fracos do cenário.
 

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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