10 curiosidades que talvez você não saiba sobre o Nirvana

Uma das grandes bandas de rock dos últimos tempos, o Nirvana tem uma série de fatos curiosos que rondam a sua curta existência. Confira dez deles na lista abaixo:
1) Existiram outras duas bandas chamadas Nirvana. Uma delas surgiu no início dos anos 1960 e teve apenas um pequeno hit. A outra tem músicas de abordagem cristã e nasceu na década de 1980.
2) O baixista Krist Novoselic, descendente de croatas, foi apresentado por seu irmão Robert ao vocalista e guitarrista Kurt Cobain. Ambos eram muito fãs da banda punk Melvins. O resto é história.

3) O baterista Dave Grohl relata que nunca sofreu nenhum tipo de represália de seus pais por gostar de rock. Na adolescência, ele era até incentivado a ouvir bandas de som mais pesado, como Slayer, em tempos onde o governo tentou censurar o rock para os adolescentes.
4) Teen Spirit é um famoso desodorante norte-americano, mas essa não foi a origem do nome da música “Smells Like Teen Spirit”. Um dia, Kurt Cobain e uma amiga estavam tendo uma pequena discussão sobre revolução juvenil, ficaram bêbados e a garota escreveu na parede “Kurt smells like teen spirit” (“Kurt cheira a Espírito Juvenil”). Inspirado por uma possível rebelião juvenil, Kurt Cobain escreveu a música. Mas a amiga só achava mesmo o cheiro dele parecido com o do desodorante. Curiosamente, o título “Smells Like Teen Spirit” não é mencionado em nenhum trecho da letra da canção.
5) “Lithium”, um dos singles do álbum “Nevermind”, é uma narrativa em primeira pessoa sobre um colapso nervoso. A construção rítmica e melódica tenta passar essa impressão.

6) O Nirvana gostava de colocar músicas escondidas em seus discos. “Endless, Nameless” aparece em algumas edições de “Nevermind” e começa após “Something in the Way”. Já “Gallons of Rubbing Alcohol Flow Through The Strip” aparece na versão internacional de “In Utero”, vinte minutos depois de “All Apologies”. “Verse-Chorus-Verse”, registrada nas sessões do “In Utero”, aparece ao final da compilação “No Alternative”, sem estar na lista de faixas do disco.
7) Kurt Cobain sofreu uma overdose de heroína em junho de 1993, na manhã em que iria se apresentar no New Music Seminar. Para reanimá-lo, a sua esposa Courtney Love injetou uma droga ilegal utilizada para acordar pessoas que sofreram overdose. Kurt fez o show e ninguém percebeu o problema.
8) Um mês antes de cometer suicídio, Kurt Cobain sofreu uma overdose de champanhe e Rohypnol e entrou em coma, em março de 1994. Segundo Courtney Love, essa foi a primeira vez que Cobain realmente tentou se matar. Logo após acordar do coma, Kurt Cobain pediu um milkshake.
9) Kurt Cobain cometeu suicídio em 5 de abril de 1994, aos 27 anos, em Seattle, Estados Unidos. Veja a nota de suicídio na íntegra (observe que Courtney Love e a filha do casal, Frances Bean Cobain, aparecem apenas em um pequeno trecho no rodapé):

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“Para Boddah 


Falando pela boca de um cara tolo experiente que obviamente preferiria ser um cara com complexo de infantilidade. Esta nota deve ser muito fácil de entender. 

Todos os avisos sobre as 101 maldições do punk rock atraves dos anos, desde a minha apresentação às, digamos, éticas envolvidas com independencia e engajamento de nossa comunidade se mostraram ser verdadeiras. Eu não tenho sentido a excitação de ouvir e criar música enquanto lia e escrevia durante vários anos. Me sinto culpado além das palavras sobre estas coisas. 
Por exemplo, quando estamos atrás do palco e as luzes apagam e o urro da multidão começa, isto não me afeta mais da maneira que afetava Freddy Mercury, que parecia amar, viver pelo amor e adoração do público, que é algo que eu totalmente admiro e invejo. O fato é que não posso enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é fácil para vocês nem para mim. O pior crime que poderia imaginar é enganar pessoas fingindo como se eu estivesse tendo 100% de diversão. 
Algumas vezes sinto como se tivesse um despertador que me avisa antes de entrar no palco. Eu tentei todo o possível para apreciar isto (e eu tentei, Deus, acredite-me, eu tentei, mas não foi suficiente). Eu apreciei o fato de que eu e nós haviamos influenciado e divertido um monte de pessoas. Eu devo ser um desses narcisistas que apenas apreciam as coisas quando elas não existem mais. Eu sou muito sensitivo. Preciso estar um pouco anestesiado antes de retomar o entusiasmo que uma vez tive quando criança. 
Em nossas três últimas turnês tenho tido uma apreciação muito melhor por todas as pessoas que conheci pessoalmente e com orfãs de nossas músicas mas ainda não consigo superar a frustração, a culpa e empatia que tenho por todos. Há bondade em todos nós e eu acho que simplesmente amo as pessoas demais, tanto que me faz sentir triste demais. O triste pequeno, sensitivo, desgostoso, Peixes, Jesus homem! Porque você não apenas não aproveita? Não sei! 
Eu tenho uma deusa de esposa que transpira ambição e empatia e uma filha que me lembra muito do que fui, cheio de amor e carinho, beijando cada pessoa, como se todos fossem bons e jamais fossem fazer-lhe mal. E isso me aterroriza ao ponto de me deixar sem ação. Não posso suportar o pensamento de Frances se tornar o miserável e auto-destrutivo rock-star morto em que me tornei. 
Eu tive coisas boas, muito boas, e eu sou grato, mas desde os sete anos fui tomado por um ódio contra todas as pessoas. Apenas porque parecia fácil demais para as pessoas se conhecerem e terem empatia. Apenas porque eu amava e me sentia culpado demais pelas pessoas, eu acho. 
Obrigado a todos pela pena de minhas queimaduras, estômago nauseado, por suas cartas e compreeensão durante os últimos anos. Eu sou muito um errático, triste, bebê! Eu não tenho mais a paixão e então lembrem-se, é melhor queimar que se deixar apagar. Paz, amor, empatia. Kurt Cobain 
Frances e Courtney, estarei em seu altar. Por favor continue, Courtney, por Frances. Por sua vida, que será muito mais feliz sem mim. 
Amo vocês, amo vocês!”

Observação: Boddah era um dos amigos imaginários de Kurt durante a infância.
10) Ainda segue viva a teoria conspiratória de que Courtney Love teria assassinado Kurt Cobain. Veja um comunicado feito pelo investigador particular de Courtney sobre a morte de Kurt:

“Resolver um mistério nem sempre é a maior dificuldade do trabalho de um investigador, quebrar barreiras de comunicação entre um investigador particular e os detetives da polícia pode ser algumas vezes praticamente impossível. Num domingo, de abril de 1994, eu recebi uma ligação de Courtney Love para tentar localizar seu marido, Kurt Cobain. Até agora, eu havia me recusado a diulgar informações sobre a investigação a não ser alguns detalhes menores cedidos ao Seattle Times para a reportagem em 11 de Maio de 1994. 


A fim de poupar espaço eu não vou repetir informações aqui, a não ser informar que desde a descoberta do corpo de Kurt, em 8 de Abril, minha investigação continuou em busca de solucionar os mistérios envolvendo sua morte. Durante a fase inicial desta investigação erros foram cometidos pela polícia e por mim. Isso ocorre em qualquer caso complexo. 

Tentativas podem ser feitas para me desacreditar ou para tirar a atenção do que tenho a dizer. Se esta tentativa for feita por qualquer um envolvido neste caso, eu posso ser insultado ou desmentido, mas não importa quanto dinheiro ou influência vocês achem que têm, vocês estarão tentando matar abelhas com canhões. 
Aqueles que trabalharam comigo nos últimos oito meses sabem o quão cuidadoso fui enquanto discutia estas teorias sobre detalhes específicos e eventos. Eu podia ter crenças fortes sobre algumas das coisas que eu percebia mas sempre classificava estas coisas como “não posso garantir” ou “apenas acho” ou “parece” ou “tenho quase certeza”. Então quando eu dise que sabia que Kurt Cobain havia sido assasinado e disse que podia provar isso, quero que você entenda o que isso significa. Eu passei por uma porta que só abre em uma direção. Se eu tentar sair vou ficar preso. Não existe saída e vocês não vão me ver procurar uma. 
Claro, Kurt falou sobre seus pensamentos suicidas nos anos passados. Sim, pode ter parecido para alguns que ele faria isso algum dia. Mas muitos na imprensa perceberam algo de errado. Eu tenho uma opinião, uma opinião bem fundamentada. Agora eu vou compartilhar as respostas para muitas de suas dúvidas. Aqui está o que vou falar a vocês agora: Kurt Cobain estava cansado. Estava cansado de tocar nas turnês, estava cansado de sua banda, queria sair do negócio que o pressionava a fazer música ao invés de apenas tocar. Mas ele não estava cansado da vida. 
De acordo com os relatórios dos médicos legistas Kurt Cobain morreu em uma noite de domingo, dia 3 de abril, ou na manhã da segunda feira, 4 de abril. Embora ele tenha sido visto no parque local às 7h30 da manhã de domingo, todos que disseram tê-lo visto após este horário estão mentindo ou não existem. A maior parte das informações sobre estas testemunhas foram plantadas na imprensa. Pelo menos duas pessoas sabiam que Kurt estava morto quando fui enviado para Seattle para procurar por ele na quarta feira, dia 6 de abril. 
Ao contrário dos relatórios policiais, a nota achada no local não era uma nota de suicídio. Não foi escrita para Courtney e Frances. Era uma longa e detalhada carta escrita para os fãs de Kurt, com uma breve nota de rodapé para Courtney e Frances. A carta explicava sua decisão de abandonar as turnês e parar de tocar com sua banda. Ele queria ser deixado sozinho e não queria que ninguém o seguisse, incluindo sua esposa. É este o conteúdo da carta, apenas este. O corpo da carta foi escrito por Kurt com exceção do seguinte trecho acrescentado ao final “será muito mais feliz sem mim. Eu amo vocês, eu amo vocês”. Este trecho foi acrescentado por alguém sem o conhecimento de Kurt. Falarei mais sobre esta carta posteriormente. 
Em um futuro próximo fornecerei à imprensa maiores detalhes sobre a morte de Cobain. Toda a informação será escrita. Não vou responder perguntas antes de ter tido tempo de contar a maior parte da história em sequência. A seguir estão alguns dos ítens sobre os quais vou falar: o cartão de crédito perdido, a competição em Seattle, minha busca pela casa de Cobain, meus encontros com a polícia, os relatórios da polícia, histórias falsas e manipulação da imprensa, fontes internas e externas, tentando conhecer Cobain, a identidade do assassino de Cobain, as provas e algo sobre Kristen Pfaff. 
Foi uma longa e tediosa investigação. Também foram decisões delicadas, ficar em um lugar onde podia continuar recebendo informações enquanto ao mesmo tempo mantinha integridade para com um dos meus clientes. Mais será dito sobre isto uma outra hora. 
Mantenha seus olhos, ouvidos e mente aberta. Isto não vai ficar por aí apenas como mais uma teoria de conspiração. O caso será provado e todos os envolvidos serão julgados. 
Kurt Cobain era suicida? Talvez, mas muito próximos a ele, que realmente o conheciam, dizem que não na realidade. Kurt Cobain cometeria suicídio mais cedo ou mais tarde? Talvez, mas muitos dos que o conheciam afirmam que não desta forma, não sem se preocupar com sua filha Frances. Kurt Cobain se suicidou? Não. Não houve suicídio. Não foi suicídio”.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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