KISS: 25 anos de “Hot In The Shade”, o último de Eric Carr

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KISS: “Hot In The Shade”
Lançado em 17 de outubro de 1989

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O KISS buscava uma identidade na segunda fase dos anos 1980. Curiosamente, isso aconteceu justamente quando encontrou uma formação estável, após anos de mudanças na line-up. Bruce Kulick e Eric Carr deram sustentação para a banda, mas Paul Stanley e Gene Simmons ainda estavam confusos em relação ao caminho que o sucessor de “Crazy Nights” – sucesso comercial, mas questionável em termos artísticos – deveria seguir.
A escolha que marca “Hot In The Shade” foi parcialmente certa. Por um lado, o grupo de ex-mascarados queria dar início a uma sutil, porém repaginada volta às raízes, que se concretizou no sucessor “Revenge” (1992). Mas por outro, quis mostrar serviço demais e encheu o disco de músicas – algumas delas, pouco marcantes e que tornam a audição maçante em determinados momentos.
As composições estão melhores, mais diretas e menos embaladas nos exageros do hard oitentista. Mas a abordagem musical não é a única mudança. A produção deixou de viajar. A bateria foi colocada em seu devido lugar, que é no centro da mixagem. O baixo aparece mais e os timbres de guitarras apostam menos nos agudos.
O ponto negativo é, reforço, o pequeno amontoado de faixas que tornam a audição do disco um pouco desgastante – quase 60 minutos de duração. A enfadonha “Read My Body” (uma clara tentativa de soar como o Def Leppard), a enjoativa “You Love Me To Hate You” e o filler “Somewhere Between Heaven And Hell” exemplificam o que quero dizer.
Em compensação, alguns destaques desse disco também brilham na trajetória do KISS oitentista. A abertura “Rise To It”, a poderosa power ballad “Forever”, a boa composição de “Betrayed”, o hit em potencial “Hide Your Heart” e a forte “King Of Hearts” são algumas das melhores faixas do álbum. Vale, também, a menção para “Little Caesar” – a única canção registrada em estúdio com a voz de Eric Carr. É fato: o carismático baterista sempre mereceu uma voz mais ativa no grupo.
Apesar do sucesso da balada “Forever”, carro-chefe do disco, “Hot In The Shade” foi o disco de menor sucesso da fase sem máscaras do KISS – com exceção de “Carnival Of Souls”, lançado sem contexto ou divulgação. O álbum também marca a despedida de Eric Carr, que faleceu no final de 1991, vítima de um raro tipo de câncer, no coração.
“Hot In The Shade” não é um disco recomendado para alguém que ainda conhece pouco sobre o KISS. Pela falta de direcionamento, pode soar um trabalho confuso em um primeiro momento. Mas se fosse enxugado e perdesse umas cinco faixas, teria potencial para reerguer a banda sem precisar da reunião. O hit eles tinham.

Paul Stanley (vocal, guitarra exceto em 14, violão, slide guitar)
Gene Simmons (vocal, baixo)
Eric Carr (bateria; vocal e baixo em 14)
Bruce Kulick (guitarra, baixo em 7)

Músicos adicionais:
Tommy Thayer (guitarra e violão em 2 e 11)
Phil Ashley (teclados em 3 e 7)
Pat Regan (metais em 9)
Charlotte Crossley (backing vocals em 8)
Valerie Pinkston (backing vocals em 8)
Kim Edwards-Brown (backing vocals em 8)
Kevin Valentine (bateria em 12)

01. Rise To It
02. Betrayed
03. Hide Your Heart
04. Prisoner Of Love
05. Read My Body
06. Love’s A Slap In The Face
07. Forever
08. Silver Spoon
09. Cadillac Dreams
10. King Of Hearts
11. The Street Giveth And The Street Taketh Away
12. You Love Me To Hate You
13. Somewhere Between Heaven And Hell
14. Boomerang

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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